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Lupa


O tempo é diferente. Parece mais dilatado. Maior para umas coisas. Denso. A voar em muitos momentos. E há instantes em que surge um efeito de lupa, tudo maior, mais intenso. Quer para o feinho, angustiante, quer para o outro lado. Será depois, uma escolha possível. Escolher a lupa, onde ampliar. Num exercício diário, várias vezes ao dia. Colocar  a lupa. 
Cada um com a sua, com a sua realidade, com as suas pessoas, os seus olhares. Sem comparações. 
A beleza oculta, como uma vez ouvi que são as pequenas-grandes coisas que nos acontecem diariamente e que só um olhar treinado vai descobrindo. 
A-m-p-l-i-a-r. 




Não sou (só) Tudo

Não sou (só) mãe.
Não sou (só) empregada doméstica. 
Não sou (só) professora, educadora. 
Não sou (só) profissional.
Não sou (só) amiga.
Não sou (só) filha.
Não sou (só) companheira.
Não sou (só) irmã, sobrinha, prima.

Somos de tudo um pouco. 
E às vezes (muitas vezes) apenas uma parte de cada vez.
Por isso, não queiramos ser Tudo de uma (só) vez.

P.S.:
Dos dias em que tudo se mistura. E está tudo bem.
Dos dias em que pouco deu certo. E faz parte.
Dos dias em que se volta ao início e se percebe que é uma-coisa-de-cada-vez fazendo o possível. E parar mais vezes do que avançar.










Sem receitas

Depois de tanta informação, sugestões, opiniões, dicas... a verdade é que temos tudo cá dentro.
Cada um de nós.
Mães, pais, filhos, das mais variadas idades.
Está tudo cá dentro.

Observamos uma catadupa de maratonas de atividades para fazer em casa: ler, exercícios físicos, aulas online, receitas novas, mails, teletrabalho ou não. E a maior parte de nós, sejamos os adultos ou as crianças e jovens, temos tudo cá dentro. A sobrecarga dos dias fora de casa, parece querer invadir os dias dentro de casa. 

Para que? 
Porquê? 

1. Na maior parte dos casos, ninguém conhece melhor os filhos do que os próprios pais. Ninguém. O que é que eles gostam ou precisam? Eles estão em fase de adaptação, tanta quanto os adultos. O que faz sentido eles fazerem nesta fase de reajustes? O que a vizinha ou o amigo estão a fazer com os filhos, por norma, não funciona com os nossos. E está tudo bem, faz parte. 

2. Se os mini-seres sobreviveram até agora, significa que Mães e Pais têm muitas capacidades válidas para os colocar neste Mundo. Por isso, esta é mais uma fase, apenas mais uma fase, a ser superada, com as competências que cada Mãe e Pai já tem. Gostam de dançar? Dancem. Gostam de ver filmes? Vejam. Tem especial talento para cozinhar? Cozinhem. 

Há uma fórmula secreta para cada dupla de Mãe/Pai-Filhos.
Sem receitas. 
Tão simples quanto isso. 
Dar voz aos super poderes de Mães e Pais. 
Todos têm. 
Todos. 


5 minutos

As vezes que se ouviu essa frase: quando o bebé descansar, descansa também! 

Dentro das possibilidades de cada uma, quase ninguém faz isso. Ou porque é mesmo só pôr mais uma roupa a lavar, estender, passar, ou adiantar as comidas, ou as muitas outras coisas que uma casa-família exige. Com o tempo, com a escuta que vamos fazendo de nós mesmos, percebemos que quando não nos damos esse tempo de paragem, quando eles param um pouco, as coisas não correm tão bem. Quer dizer, tudo está a rolar e a fazer-se mas menos bem por dentro porque faltaram aqueles 5 minutos só nossos, sem culpa do deveria-de-estar-a-salvar-o-mundo. O mundo começa também por dentro. O mundo começa de dentro para fora. 

Nesta tentativa que todos andamos a fazer, de descobrirmos e nos reinventarmos em novas rotinas, hábitos e ritmos dos dias, seja com ou sem trabalho, dentro ou fora de portas, seja com um, dois, três ou mais filhos, a bem de todos, é preciso 5 minutos nossos. Só nossos. 
Sem perguntas.
Sem interrupções.
Sem discussões.
Sem comidas.
Sem roupas. 
Sem arrumações.
Sem limpezas.
5 minutos. Ou mais. Ou menos. O possível. 

Sim. Nem que seja, nesse refúgio maravilhoso da casa de banho. 
Quem nunca.