Omeletes com meio Ovo

É sabido que as omeletes para ficaram bem feitas levam, pelo menos, um ovo inteiro. Pode-se juntar o que se quiser ou der jeito, mas partir meio ovo e guardar a restante metade não dá, não é prático. Um ovo existe para se partir e usar. Embalagem ergonómica de fácil utilização.

E cada vez mais, a quem trabalha e tem brio no que faz é pedido meio ovo mas com indicações que o resultado final terá que ser uma omelete inteira. E bonita, cheirosa e comestível como antes. Antes da crise, deste aperto. Estamos na era de D.T., depois da Troika. E chateia esta coisa de condicionar a vida constantemente por quem não sabe nada da nossa, mas teima em que sabe. Por isso é legítimo pedir para se trabalhar muito mais, recebendo o mesmo ou menos, mesmo estando já estudado que tal não dá resultado, cria insatisfação e os resultados de produção diminuem.

O trabalho que nos dá sustento mas também razão de realização pessoal está assim condicionado. Os resultados continuam a ter que aparecer...apenas que sejam feitos com meio ovo. Por isso a criatividade impera, embeleza-se a omelete como se pode, mesmo que quem a faça não esteja tão, arrisco-me a dizê-lo...feliz.

Felizmente há também outras perspectivas. No site do NEF (New Economics Foundation) a frase inicial é particularmente inspiradora: A economia, na perspectiva de que as pessoas e o planeta importam:
http://www.neweconomics.org/publications/21-hours. Segundo o estudo apresentado, imagine-se que há uns "loucos" que defendem e apresentam argumentos que seria benéfico para pessoas e o meio ambiente reduzir o horário para 21 horas semanais. E isto matendo as regalias financeiras e outras, para os visados. Haverá casos e casos mas só de pensar que esta perspectiva seria possível... E provavelmente haverá muitas pessoas, tal como eu, que gostam muito do que fazem e por isso não se importariam de trabalhar mais horas...mas que precisam de ser validadas e recompensadas.

Neste momento o que fazer à outra metade do ovo? Quanto a essa, seria um desperdício deitá-la fora, por isso, o melhor é juntar algo que a sustente, de preferência com outros ovos. Porque na verdade, todos nós merecemos pelo valor que temos e empenho que damos ao nosso trabalho fazer omeletes com ovos inteiros. Espero que entretanto não se lembrem de pedir às galinhas para só porem meios ovos...

Remédios Caseiros

Cada um lá tem os seus para as maleitas que aparecem. As dores de alma, aquelas do fundinho que não têm órgão anatómico mas que se espalham por todo o corpo e tem dias que parece que ainda para fora dele, criando uma nuvem cinzenta por cima da cabeça e deitando chuva por tudo por quanto passamos, essas malvadas precisam de artilharia pesada. E não falo de comprimidos que façam adormecer ou atenuar a dor. Refiro-me aos remédios caseiros, ali à mão de semear, disponíveis e prontos para aquele momento.
  1. Amigos. Daqueles com quem se pode chorar, dizer palermices, repetir vezes sem conta que se está triste e que ouvem como se fosse a primeira vez, que dão colo, surpreendem com um chá e que respeitam os silêncios.
  2. Bem sei que a comida não deve servir de conforto mas...três pedacinhos de chocolate, ou uma massa com um pouco de natas por cima serve para qué? Para dar conforto, sim senhor! E se for uma vez por outra faz mais bem do que mal.
  3. Ouvir coisas boas e positivas. A rádio pode ter este efeito quando é bem feita, quando contagia a gargalhada mesmo quando se pensava que não era possível rir naquele dia. E há programas terapêuticos, autênticas pílulas de bom-humor.
  4. Sol. Importante para produção de vitamina D e não só. Ficar apenas a saborear o calor e o quentinho mesmo em dias de frio.
E há mais. Cada um sabe dos seus remédios. Mas é não esquecê-los e tirar do armário interior para prevenir e também usar como penso rápido. E agora dão-me licença, que vou ali para o sol, ouvir rádio, enviar sms a uma amiga, enquanto como chocolate!

Voltar ao básico

E quando tudo parece sufocar porque as portas teimam em fechar é voltar ao básico. Respirar. Inspirar, expirar. Tão simples. Eficaz. Económico. Básico. Os tempos não estão fáceis. Cansada de o ouvir e sentir na pele.

E por isso mesmo já chega! Basta! Voltar ao básico: respirar tal como os bebés quando nascem. E se não podemos ficar deitados só a dormir e comer como eles, podemos reduzir ao que é mais importante só para aquele momento e para continuar a andar para a frente. O resto, todo o resto virá com o tempo, a força que entretanto vai crescendo. É que depois de se ter chegado ao fundo, e recusando que se queira permanecer por lá, é voltar a subir e respirar. Um momento de cada vez. Só isso. É experimentar fregueses, é experimentar! Inspira, expira, inspira, expira...