Para lá do Centro

Trabalho, Trabalho, Trabalho.
Filhos, Filhos, Filhos.
Namorado, Namorado, Namorado.
Amigos, amigas, amigos, amigas.

A lista não termina. Os centros das nossas Vidas podem ser tantos, quantos os temas, gavetas ou categorias que caibam no dia-a-dia.

Quando existe um centro, o resto ficará na periferia, um pouco à margem a observar  ou a fazer o seu próprio caminho. Mas fica algo para trás. É inevitável. É inevitável também que assim seja em fases e períodos de tempo porque algo exige, por esses tempos, uma atenção maior e mais especial. Que assim seja.

Mas a certa altura é preciso voltar à periferia e ver o que por lá ficou:
  • ter filhos e voltar à relação que os originou;
  • ter um trabalho exigente e lembrar-se como é bom rebolar no chão com os filhos;
  • namorar muito mas prolongar um jantar de só família;
  • sair muito com amigas mas não esquecer de namorar;
  • e tudo isto...e não se esquecer do próprio.

É que às vezes, de tão centrado que se está num só ponto, esquece-se que são os tantos outros que lhe dão tanto gosto. Que são os tantos outros que complementam aquele ponto central que apenas o é tanto...naquele momento. Tudo gira a uma velocidade grande, e por vezes é tão bom abrandar e voltar a olhar para lá do centro.

A verdade, é que aquele relatório, prova, namorada, companheiro, filhos, trabalho, são apenas uma das muitas peças que nos ocupam e identificam. Umas mais importantes que as outras, é certo.

Mas quando se consegue ver para além desse centro, é-se muito mais rico e completo. Desdramatiza-se muita coisa, porque se deixa de ver o próprio apenas num papel de Vida.

Há quem lhe chame o Ying e o Yang e tantas outras coisas. A ideia de equilíbrio na sua visão mais dinâmica.

Nem 8, nem 80. Para lá do centro.