Para silenciar

 

Pertencemos a uma época de muito ruído. 

O que se vê, o que se ouve, o que parece que é. 

E mesmo parecendo que é um momento ou um rasgo de descompressão e puro lazer, quando damos por nós, estamos a fazer mil e umas considerações sobre o: "Vou só espreitar por 2 minutos e ver o que se passa no mundo...". O tempo voa, desaparece entre páginas e as internetes da vida. 

Mil e uma vozes vão despertando dentro de nós e aquilo que era para ser um momento de alivio, torna-se numa data de vozes cá por dentro: "Tenho de mudar a cozinha! Deveria de tratar dos ténis novos. E se começasse a fazer judo? Acho que vou começar a comer lentilhas ao pequeno almoço..." 

O poder do nosso dedo, está em silenciar. 

Carregar nos muitos botões que temos disponíveis e desligar. Desligar por fora, silenciar por dentro e deixar sair apenas uma voz, um sentido, o nosso sentido, a nossa voz. 

Um dedo, e tudo muda. 

Para silenciar.