A teimosia de ser surfista

Há assim um conjunto de pessoas que teimam em ser surfistas. Teimam, por vezes por teimosia, uma desmesurada persistência e outras vezes, na maioria delas, por convicção

Uma convicção de valores e princípios. Um respeito tremendo por ideias em que acreditam. Pelas quais se debatem diariamente. São de uma fibra própria. E alimentam-la constantemente. A vontade e a busca constante pela sua onda perfeita, recusando-se a andar em mares serenos, tranquilos, com águas morninhasnhas, mesmo nhas, leva a grandes embates com a própria onda, com as ondas dos outros e a quedas valentes. A momentos dolorosos em que se questiona muito sobre..."É mesmo por aqui que eu...?"

Partilhar momentos e episódios de vida destes surfistas é fascinante porque nos reforça as nossas próprias convicções, sonhos esquecidos ou guardados confortavelmente na gaveta do "Depois logo se vê..." ou das tais águas "nhasnhas". 


Não se imagine que tenha de ser algo extraordinário, como descobrir uma cura fabulosa ou um novo foguetão amarelo com xadrez violeta. Às vezes podem ser coisas simples. Apenas sair das convenções normais e encontrar formas de estar e viver que se adequam ao próprio. Num respeito imenso por si. E na verdade pelos outros. A verdade tem de ainda compensar ... não é?

Por isso há formas tão boas e originais de se viver a dois, e com ou sem filhos, de viajar, de trabalhar, de comidas diferentes e de arte.

Como esta arte criativa que se segue. O que gosto no conceito do A New Day e nas Collages Margarida Girão é a honestidade, nos princípios, numa série de convicções que aliam sentido estético, criatividade inteligente, associados a uma preocupação ambiental e humanitária sempre presente. Vale a pena espreitar. 






Rir. Só isso.

A caixa de comprimidos era grande. Escura. Não se adivinhava nada de bom lá dentro. A doença era grande. Escura também.

Abre a caixa e de tão escura que era também por dentro, não viu logo de início uma amostra de folha amarelo florescente. Como é que haveria de ver? Estava ridiculamente dobrada de forma desorganizada, sem método, nem estrambelho. "Que irritação!", pensou. 

Tira então a folha, e aquilo que parecia ser uma amostra de folha, "Com as instruções altamente elaboradas de cura", pensou mais uma vez, era afinal uma folha em forma de lençol. Como, não sabe explicar. Mas o tamanho era de um lençol. E quando depois de várias dezenas de minutos, conseguiu desdobrar aquilo tudo, já em ânsia, cansado e agora, já sem saber o que pensar, estendeu a folha no chão da sala. E fico para ali...outra dezena de minutos a olhar.

RIR

Em letras garrafais sem engano, nem mais instruções. Rir.

Antes de ler mais. É preciso ver isto.

http://www.youtube.com/watch?v=ukBu3F2ll7Y&sns=fb


E às vezes isso ajuda. Por mais estúpido que seja o motivo. RiR. 
Muito, 
de vez em quando, 
sozinho, 
acompanhada, 
de pernas para o ar... 

RiR. 

Desbloqueia, é gratuito. 
Do ridículo, 
de nós, 
dos outros, 
da vida...uma boa gargalhada. 
Só isso, para hoje.







Armas tóxicas em forma de gente

Há armas tóxicas em forma de gente. Gente que suga a energia, quase a alma. Gente que pelas histórias passadas, vividas, sentidas e mal resolvidas, toca onde não deve. 
Gente que é gentinha. 

Não serão más pessoas. Não são é pessoas que se compatibilizem com valores, princípios, as nossas cores pessoais de viver. Gente que é gentinha. E às vezes há histórias que precisam de tempo para serem mastigadas, digeridas, perdoadas e não esquecidas. Para que se aprenda com o que por lá se viveu.

À conta dessas histórias, incomoda-se e afectam-se outras relações. Com os nervos, a irritação, come-se pior, come-se a primeira coisa que vem à mão e na maior parte dos casos, nem sempre a melhor. Há também quem deixe de comer. Outros, de dormir um sono bom e tranquilo. Gente que é gentinha.

E no meio disso tudo perde-se sempre algo de si próprio, uma tranquilidade, um bem-estar. Como se o mar se revoltasse e ondas gigantes sufocassem a lucidez interna. 

Por estes dias, viu-se por aqui Matthieu Ricard, a falar sobre hábitos de felicidade. Entre muitas outras ideias interessantes, ficou esta: a de que a Felicidade corresponde a um estado de plenitude geral interior, independentemente do que aconteça no exterior, ou pelo menos, com muito pouco impacto. E há estudos científicos que se têm debruçado sobre esta questão. Factos curiosos como, as reações instintivas de quem pratica meditação há vários anos e por esse mesmo motivo, desenvolveu ligações cerebrais próprias, em que o exterior, já pouco tem a dizer para o conceito de felicidade ou plenitude. Um estrondo faz com que a maior parte dos seres humanos salte de um cadeira. A estes praticantes de meditação...nem por isso!

Assim sendo, se até a ciência tem vindo a pesquisar e a encontrar factos que mostram que a mente tem este poder imenso sobre a leitura que faz do que a rodeia... parece mesmo que é de se pegar nessa ideia. 

Fazer com que a Gente que é gentinha, tenha a dimensão na nossa vida que merece. Pouca ou nenhuma. 

Por isso hoje, por aqui, em vez da escolha rápida de algo para comer, se deu tempo para umas panquecas saborosas, cheias de sementes de linhaça e chia, regadas com iogurte natural e fruta. 

Afinal... quem é que manda? Nós, ou os Outros?








Pão Branco ou de Mistura?

Ela estava para ali a pensar se poderia mesmo ter a vida que se quer.

Assim, acordar de manhã e decidir. Pumba. Do género "eu é que mando na minha vida e já está."

E não se pense em coisas complexas como "Vou trabalhar ou não." Porque isso, convenhamos, a maior parte tem de o fazer porque precisa de comer a sua sopita todos os dias, ou em dias de absoluta loucura, um bitoque. 

Mas coisas simples como:
  • enviar um currículo para a tal empresa de sonho;
  • concorrer a um concurso de televisão;
  • roubar um beijo à pessoa amada só porque sim;
  • grelhar o bife em vez de o fritar;
  • vestir-se melhor porque o merece;
  • começar a andar de bicicleta, fazer caminhadas;
  • ...
Isto leva às mil e uma listas que se fazem por esse mundo a fora, em janeiro. De certeza, que deve haver algum estudo que indique que se gasta mais papel de listas, assim papel bonito onde se pode escrever o que queremos que realmente nos aconteça. E na verdade é muito mais o que NÓS queremos FAZER ACONTECER. A vida que se quer está ao alcance de milhares de escolhas diárias. E não é nenhum exagero pensar que são milhares. Quem tiver paciência que as registe, mas entre fazer o mesmo caminho de sempre para o supermercado, trabalho, e ter a ousadia de experimentar virar à esquerda, em vez de direita, só para ver o que acontece... De novo...Pumba! Não se sabe. 

Se se quer mais aventura, mais objetivos, mais paz, mais amor... Que se escolha, em muitas das milhentas escolhas diárias, fazer o melhor por Nós.

Por isso, hoje vai ser Pão Branco ou de Mistura?