Dói a garganta

Dói a garganta. Então cala-te.

Dói a alma. Então silencia.

E quer seja o corpo ou a alma a doer, no silêncio, encontram-se respostas. Serena-se a mente, devagar. Com paciência. Com muita, muita paciência. Paciência em ouvir os mesmos e constantes queixumes e cansaços e deixá-los partir. Um a um.

No silêncio em sossegar a mente e o coração. Porque as respostas vêm. Vêm sempre, quando a mente fica em silêncio e se deixa o coração falar. 

Apenas isso, sossegar cá dentro. Cada dia um pouco mais.



As voltas e o norte

Às vezes a vida dá voltas. E reviravoltas. Tantas que se perde nas curvas, nas subidas e descidas.

Quando tudo parece certo e a encaixar, aparece um atalho pronto a passar uma rasteira. E a questionar tudo, mais uma e outra vez. As perguntas são importantes. Mesmo que doam, mesmo que cansem. Tudo o que dói acaba, eventualmente, por sarar. Talvez. Na dúvida, segue-se para norte. Pelo norte que são eles.

Respira-se. Uma e outra vez. Respira-se muito, muito. Volta-se ao básico. A lei da sobrevivência assim o dita.

Agarra-se ao que importa e ao que é mesmo mais importante. Sempre. No início e no fim. Eles. E nós. E nós neles. Encontrar o norte, sempre. Por eles, por nós. Mas no início e no fim, são estes dois. 





Quero ser um Caracol

Quero ser um caracol. Só por hoje.

Quero ser um caracol e levar um pouquito da casa às costas e os meus. E irmos l-e-n-t-a-m-e-n-t-e por esse mundo.

Quero ser um caracol e parar. E ficar ali a comer. E andar mais um pouco d-e-v-a-g-a-r-i-n-h-o.

Quero ser um caracol. Ou uma preguiça. Um caracol-preguiça. Pode ser?

Dia Bom e Bonito!






Ora vira lá

E por vezes, mesmo quando os dias começam exatamente como não se quer, é revirá-lo das entranhas, pintá-lo de todas as cores (que é como quem diz, de todas as escolhas, TODAS as que estiverem ao nosso alcance) até que volte, no sentido em que nos deixa onde o queremos. Na direção certa de nos fazer sorrir.




O Calvin sabe

De uma, ou outra forma, os dias avançam.
Independentemente dos nosso humores, amores e desamores.
Quer estejamos mais ou menos sorridentes perante as adversidades, ou melhor, os desafios daquilo que nos vai acontecendo. Uma boa, muito boa inspiração aqui.

Para já, e enquanto não houver ordens celestes contrárias, os dias nascem e põem-se em ritmos constantes de 24 horas.

Os dias avançam. Umas vezes empurrados à conta de muita insistência do despertador que teima em não nos deixar ficar por ali a repousar, outras vezes saltando da cama ao som bom de gargalhadas e sucessivas turrinhas de filhos doces, doces ou gatos ronronantes.

O mês de maio está a passar a correr. Os dias avançam. Quando se dá por ela, ainda agora a fazer os pequenos-almoços e entretanto já a tratar do jantar. 

Um mês de maio doce de tão boas comemorações do meu mais velho. Paro para pensar nisso. Um misto de orgulho, felicidade, amor e medinho de tamanha que é a dimensão de lhe querer bem. Um mês que se aproxima do meio deste ano. Um ano que parece estar a passar a correr, de tão preenchido de tantas conquistas e desafios dos bons. Os dias avançam. 

Um mês de reencontros à origem, de se ter tempo para respirar, uma e outra vez. De se poder parar, por umas horas, durante um dia, para decidir que caminhos abrir a seguir. Um sonho desejado há muito. E os sonhos, com os pés bem assentes no chão, acontecem. Haja a esperança que vá acontecer. Um acreditar que se renova a cada dia. Os dias avançam.

Com tantos dias a avançar, umas vezes comandados pela agenda, outras vezes pela cabeça e as mãos que não páram, há cada vez mais, esta vontade imensa de serenar no meio do caos. Lia e emocionava-me aqui, este namorar o tempo com quem mais amamos. Haverá tantas formas de o fazer, quantos corações haja para amar. Hei de encontrar a minha.

E ando a ler esta boa inspiração que me faz pensar que os dias avançam é certo, mas que ainda nos compete muito a nós, o ritmo, a dança e o compasso de espera, as pausas. 

Nesta descoberta continuada do respeito por si próprio, por mim própria descubro coisas boas como esta. Umas vezes ajuda muito, outras nem por isso. Mas os dias avançam, menos sozinhos porque cabe a cada um tomar-lhe as rédeas. 

Os dias avançam e na busca grande, de quem acredita, que a última palavra a dizer é a nossa. O que nos faz feliz? O que te faz feliz? O que me faz feliz?