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Encontrei uma varinha de condão para o Verão


Rodeados de vídeos e imagens, com mais ou menos filtros, estão mascarados corpos e rostos numa ilusão do que é, ou não real. 

Quando alguém diz que estou gordo ou tenho uns quilos a mais, normalmente é em comparação, não só consigo mesmo, mas também com as restantes 2385 imagens que tem na cabeça. A comparação. 

E se vivêssemos numa ilha, que importância teriam os quilos a mais ou a menos? As sardas, os cabelos brancos, as rugas, as estrias, as cascas de laranja, de tangerina e de pepino?

Lia hoje, como a indústria de roupas e afins está tão bem oleada para nos influenciar e fazer sentir que precisamos "só" mais aquilo para... (cada um que preencha o que precisa ser preenchido). 

Faz parte de crescer e desenvolver, desde tenra idade, esse confronto com a imagem que se tem, com o que se imagina que se teria que ter. Meninas com 8, 9 anos que começam a dizer que são muito magras, ou muito gordas, ou muito altas ou muito baixas. Mas... em relação a quem? 

Afinal, o que é que nos define num Mundo onde as imagens estão por todo o lado? O que é que nos define?

Este vídeo é poderoso. A Lizzie é poderosa. 
Mais poderoso ainda é ver uma plateia de Mulheres Adultas, tocadas com a força das suas palavras, por serem reais, sentidas e conquistadas. 

Afinal, o que é que define o teu filho, a tua filha? 
O que é que te define como Mãe, como Mulher, como Pai?





Para estas e outras questões.
Marcações para a última semana de junho e mês de julho
abelpb@hotmail.com e 967 09 590.

















Planos para o fim-de-semana

E mais além. 

Há uns anos para trás, desde que sou mãe, que digo a mim mesma que quero puxar o verão para o resto do ano. O verão com o seu tempo, com os seus vagares e sobretudo a capacidade que se tem de olhar para eles, de outra forma. No verão a voz séria do tem que ser, ou a tirania do relógio e horários, abranda e adoça-se e somos todos mais tranquilos com isso. 

O sentimento de ser possível 


e para todos os dias.






Quadro de verão





Ao acordar tinha, quase sempre este quadro à minha frente. 

E foi mais ou menos isto nos últimos tempos. Sem grandes fogos de artifício externos mas com os pequenos nadas que faltavam. As vozes de "Mamãaaaaa!" pela casa. Quando passamos mais tempo juntos ouço mais vezes mamã do que mãe e isso enche-me as medidas. Como uma confirmação de que é por aqui o caminho. Estamos todos mais em sintonia uns com os outros. 

Tirei muito menos fotografias do que tirava antes. Decidi que queria ficar a olhar mais, a vê-los realmente. A perceber-lhes as necessidades que estão por detrás dos queixumes ou pedidos, às vezes fora de tempo. 

Houve birras, deles e minhas. Houve abraços, cumplicidades, conversas e avanços em quem eles são e querem ser, e em quem me quero ir transformando como mãe, para eles e por mim. Às vezes penso que agora é que estaria preparada para tantas coisas mais, para ser mais mãe. Mas vamos sempre a tempo. Disso tenho também mais certezas. Todos os dias, todos os momentos podem contar e ser uma mais valia. 

Houve tempo para o nosso Tempo Livre. Comecei o ano passado com isto do Tempo Livre. É o nosso nome de código para cada um se entregar ao que lhe apetece fazer e assim respeitarmos gostos e vontades.

Hoje, enquanto conduzia, pensava em nós cá por casa como uma rosa dos ventos. Cada um a fazer mais sentido, com o sentido do outro mas cada um com direito à sua direção. A maior parte do tempo de verão somos só três pontos cardeais. O outro anda por desnortes, ao sabor do fumo. Falta sempre a sua visão, tão diferente e ao mesmo tempo tão complementar de quem somos. Mesmo que muito diferente e por isso desafiante, de alguma forma, completamo-nos. 

Por esse mesmo motivo, passamos (muito) tempo a três. Às vezes numa espécie de enjoo bom de nos ficarmos a conhecer das avessas e pela frente e todos os outros lados. Gosto tanto dessa experiência. Onde sou apenas eu como pessoa e como mãe e eles. 

Amo, absolutamente tudo neste tempo que é só meu, que é só nosso, onde mergulhamos uns nos outros. 

Tão grata. 


3 coisas e 1/2 para fazer em dias de calor



  • Liberta o lagarto que tens dentro de ti e fica a vegetar ao sol. Depois, quando já não der mais... desata a correr dali para a fora e persegue uma sombra.



  • Investir num bom borrifador da roupa. Encher com água. Borrifar a cada 5 minutos. 



  • Ser uma estrela de cinema em sessão de fotografias. Uma ventoinha, cabelos esvoaçantes e imaginar que se está numa ilha de sonho. Só para aquele toque mais de diva, ter ao pé algo com cheiro a óleo de coco. 


  • Encontrar uma alma prestável para ... (esta é a parte de 1/2. Cada um preencha com o que quiser e nas decências em que foi educado.).

Ainda 3 coisas para este Verão

Um calor que escalda, um termómetro que não desce.

E mesmo assim, dá vontade de guardar um pouco para os dias que vão chegar. 

Focar no agora tem desta coisa boa de tirar o melhor partido do que há para tirar neste momento. O único que realmente está a ser oferecido. Que gratidão por ele...

Por isso, ainda 3 coisas para este Verão:

  • Olhar as estrelas. Tenho um fascinado pelas galáxias, estrelas e planetas cá em casa. Está a ensinar-me a olhar para lá de novo. Vá-se buscar uma manta e na varanda, no terraço, num qualquer ponto alto das terras onde se vive e fique-se a olhar e a pedir desejos e sonhos, a descobrir novas constelações. O tempo das nuvens há de chegar. Até lá ... Sonhar faz tão bem.

  • Acordar mais cedo. Sejam 30 minutos ou 10 ou em modo louco, uma hora mais cedo e ir caminhar a apanhar o fresco. E se não for para caminhar, para um pequeno-almoço mais demorado, uma leitura inspiradora, ou ficar apenas enroscado no meio dos lençóis só porque se pode dar ao luxo disso mesmo. Contrariar horários e trocar-lhes as voltas. Só por um dia. 

  • Há sempre água para descobrir. No outro dia lia que das melhores terapias para aliviar a alma, o coração e o corpo era água e descanso. Seja rio, ribeira, praia, praia fluvial, lagoa, barragem... lavar a alma de todas as formas possíveis mas ir à descoberta. Não vivemos no Sarah por isso, mergulhe-se.





Eu é que decido quando o verão acaba.

Sente-se-lhe o cheiro: forte. Um ruído intenso, o ano inteiro. 
A bandeira verde deve ser a mesma há 20 anos de tão pouco gasta que deve estar. Quando ela aparece, podia jurar que as pessoas se benzem e ficam boquiabertas a pensar na próxima consulta de oftalmologia. A vermelha, e em dias de sorte, a amarela, estão sempre a uso. 

Quando o resto do país está no forno, aqui estamos assim num quentinho fresco, ou num fresco morno. Na mochila de praia, junto aos lanches e às toalhas, vêm sempre camisolas ou casacos. Em muitos dias de banhos, vestimo-los. 

O corta-vento é obrigatório está visto. Muito mais que o guarda-sol que de tão pouco uso, está ainda muito pálido porque nunca tem tempo de se bronzear. 

E sim, é praia, tem céu azul imenso, umas ondas de pedir por mais. Mesmo com aquela água fria a que já nos habituámos e que os miúdos dizem sempre que: "Está boa mãe!". Eu demoro sempre muito a entrar. Estar com eles faz com que tenha mesmo que o fazer porque não param quietos, e estou-lhes grata. Os miúdos esticam-nos a alma, o corpo, o coração até onde pensamos que não é possível mais. Por isso, tenho a certeza, certezinha, que se não fossem eles, eu estaria muitos dias, apenas deitada na toalha em banhos de sol. Agradeço-lhes os banhos de vida que me dão.

Quase todos os dias, por graça, vejo a temperatura que o carro regista naquelas bandas. Raramente passa os 22º, 23º. E houve dias em que tivemos uns belíssimos 19º e com a sorte algum sol. Porque também há os dias cinzentos (muitos deles), em que vamos para a praia na mesma. 

E vamos porque... é a nossa praia. Tem histórias, recantos, rotinas novas e antigas. Cheiros só nossos. Pela facilidade de casa que temos por aqui. Por ser a "nossa" praia, aproveita-mo-la até às entranhas, mesmo que na maior parte dos dias estejam 23º com vento fresco ou 19º com sol. 

Penso muitas vezes porque é que, por casa e com temperaturas iguais, só porque dizem que é outono ou primavera, tiramos a cara de verão. Tiramos a cara e vestimo-nos de uma outra estação que não é a que queremos, à conta de uns chuviscos ou porque o calendário assim o exige. 

Nos países nórdicos, uma ponta de sol é aproveitada com a raridade que tem de ser saboreada até não dar mais. Se eles prolongam o verão até lhes apetecer, decidi que não sou menos do que eles. Por isso hoje, mesmo estando o céu de cinza-moda, e já me tenha chovido em cima, eu é que decido quando o verão acaba, e se me continua a apetecer usar calções, não me vou enfiar já dentro de galochas, calças apertadas e blusas de 3/4 ou lá o que é. 

É uma questão de estado de espírito e eu quero que o meu verão, com eles, seja todo o ano. 


















Fotos: Penso Rápido