E nós?

Então primeiro vou cuidar do gato, do cão, do periquito. 

Acordou filho nº1, tratar do leite, mudar a fralda. 

Filho nº2 ao fundo do corredor a pedir colo e atenção. 

Máquina da roupa e loiça a apitarem ao mesmo tempo. 

Mais uma chamada para atender e um mail para enviar. 

E isto são ainda 9h32...da manhã.


Neste tempos desafiadores há muitas vozes e pedidos do exterior. Às vezes falam tão alto, que por dentro vão-se silenciando, as nossas vontades e necessidades. Elas existem e sempre existirão. São o que dão alento, força, para cuidar do que nos rodeia. Completam-nos como pessoas e em última instância, preenchem quem nós somos. Há quem lhe chame autocuidado ou, a firmeza de dar voz, à nossa voz. De criar espaço para estarmos e sermos quem somos. 

Nas conversas com mães (e comigo própria...) este é um assunto frequente.


Em dois passos:

  1. Escrever tudo o que gostamos e nos faz bem. A maior parte das vezes nem custos tem! Pode ser uma chávena de chá ou café, bebida no silêncio, antes da casa acordar. A leitura de 1 página de um livro. Uma caminhada, nem que seja de 10 minutos à volta do bairro. Um telefonema para uma amiga. Fazer jardinagem, pintar, escrever. Retomar estudos, sobre um assunto de que se goste (tanto pode ser mecânica, como energia quântica ou filosofia...). Colocar aquele creme, logo a seguir ao duche... Hipóteses infinitas! 
  2. Definirmo-nos como prioridade. Olhar para o dia. Encontrar o tal tempo, ou vários tempos espalhados ao longo do dia. Voltarmos à lista do Sim. Dos nossos Sins. Pode ser um punhado de minutos antes de todos acordarem, colar a um hábito que já exista (a seguir a lavar os dentes, vou ler 10 linhas de um livro) ou respirar fundo 5 vezes, na varanda, no terraço, no quintal. 




Fotografia desta autora.

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