Aterragem, bem sucedida.

Andar na lua deve ser muito bom. É assim mais ou menos sonho de criança ser astronauta, aumentar a perspetiva das coisas, ver o mundo lá de cima. 

Desde quarta que andei um pouco a flutuar. Teve a ver com os muitos abraços recebidos mas também com um estado de espírito que trabalhei para ter. Focar e insistir na felicidade de todos os dias. Mesmo nos dias menos bons. Gerir frustrações, adiamentos, imprevistos (mais ou menos normais). Treinar a gratidão das pequenas-grandes coisas. Uns dias corre melhor do que outros. Faz parte. Não tem mal. É um processo. Ganho a cada tentativa.

O passado fim-de-semana foi apenas mais uma etapa alcançada desta vontade de mudar de década com várias gavetas mentais arrumadas. Houve as chatices normais, as birras normais, os cansaços normais, os imprevistos...habituais. À pergunta se fui feliz, dei comigo a responder que sim, sim, sim. Afinal, as coisas normais, são apenas banalidades que não merecem muito da nossa atenção. Apenas a essencial para se lhes dar a importância da resolução.

E já aterrei no aconchego de sempre, com as máquinas de roupa de sempre, tachos, panelas habituais, muito trabalho para pôr em dia, esta primeira noite entre choros, termómetros, xixis, lenços ranhosos. Sim, a aterragem foi bem sucedida. Fica o gosto bom, de se festejar o aniversário, sempre que me aprouver. Tirei poucas fotografias. Às vezes acho que olhamos demasiado através das lentes e dos ecrãs com a justificação de recordarmos depois, esquecendo a importância do agora e de captar a essência dos bons momentos oferecidos mesmo à nossa frente. As poucas tiradas ficaram bonitas para mim. São o que são. As restantes que ficaram por tirar, estão guardadas cá dentro, nesta sensação boa de tranquilidade doce de partilhas de amor.

Aterragem, bem sucedida. Para levantar voo, sempre que se queira, sem precisar de datas, nem pré-avisos.



























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