Por mais fortes que sejamos

 Por mais fortes e resistentes que sejamos, temos os momentos de ir abaixo, de ver tudo à nossa volta mais cinzento, de barafustar, de mergulhar em dúvidas, medos e ansiedades. De ficarmos só ali, a ver as notícias a ditar as angústias, as incertezas. 

Por mais fortes que sejamos, somos também feitos dessa massa que às vezes não estica mais. 

Por isso mesmo, por nos permitirmos viver isso tudo, porque isso tudo também faz parte, faz-nos bem (mesmo que na altura achemos que não...) apenas baixar os braços. E ficar ali, uns tempos. Sem que sejam demais. Ficar ali, até que a água turva, assente e comece a aclarar. É na quietude, naquele silêncio connosco, em que enfrentamos as bestas que nos inquietam. Têm nomes diferentes para cada um de nós. Para uns chama-se desamores, para outros cansaços, desilusões, solidão, frustração...

E é por esse momento de aclarar, que continuaremos a encontrar forças, as nossas, as de cada um. Também aqui com nomes tão diversos como as amizades de sempre, o mergulho na natureza, o amor pelos filhos, dançar, ler...

Por mais fortes que sejamos temos o direito de ter águas turvas para a seguir encontrar a melhor forma de as clarear. 



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