#3Olhá-ó-Livro-Fresquinho


O meu fanatismo clubístico passa, como já descrito aqui, por sentar no sofá e entrar, aliás, mergulhar na história daquele grupo de pessoas. Esqueço-me de quase tudo ao meu redor. É uma hora, uma vez por semana por isso, tenho direito. Nem sei bem porquê porque não tenho particular fascínio por batas e nem nunca houve a vontade de ser médica. Acho que é pela forma como o enredo é apresentado e as personagens, entre um misto de loucura, cheio de contrariedades...humanas. Sem cenários e atitudes perfeitas. Apenas ser-se Humano o que, nos tempos que correm, é por si só, um feito!

Por isso, quando este livro me veio parar às mãos, primeiro desconfiada das primeiras páginas, fiquei depois rendida à forma como com humor, Shonda Rhimes, espicaça a facilidade com que dizemos que Não, aos muitos Sins que cada dia nos apresenta. Num ano tão, mas tão cheio de desafios em que parece que muito nos é negado, que desafio é chamarmos-lhe o Ano do Sim. Lamentar o A.C. (antes do corona) e suspirar por um D.C. (depois do corona) faz perder o entretanto e é nesse entretanto que estamos. É um desafio? É. Mas o que fazer? Ficar à espera? Mesmo que a perspectiva de pensar num Ano do Sim seja muito grande, porque não pensar no Dia do Sim, ou na Hora do Sim? 

E é esse o desejo que deixo hoje, por mais Dias, Semanas, horas, minutos do Sim. Cada um, à escala que conseguir abraçar no momento. 










Porque é bom para...

... Pais? Porque a Shonda, sendo mãe de duas crianças adoptadas, sozinha naquela altura, estava num momento como muitos de nós também estamos ou estivemos: demasiado cansada para dizer que Sim, seja ao que for, e sobretudo, a si própria. Mesmo parecendo ter mais recursos disponíveis, os Nãos da vida dela são comuns a muitos de nós: Não a si própria porque _______________________ (preencher com a justificação que costuma usar). A volta como vai dando, aos poucos, à situação em que se encontrava, com aquele sentido de humor dela, faz-nos ter esperança que não são precisas grandes mudanças. São nos pequenos Sins que se vai fazendo caminho. E até para sermos melhores Mães e Pais, connosco próprios. 


...Crianças? Não sendo um livro para crianças lerem, é possível colocá-lo em prática com eles. Quantas vezes, a uma sugestão nossa a primeira resposta é o Não deles? Então pode-se transformar num jogo. Nosso e deles: durante a próxima hora não podemos dizer Não uns aos outros. Já experimentaram? Já o fiz como Mãe, (sem eles saberem ...) e é difícil!
Mãe posso ir jogar telemóvel? Posso ver mais televisão? Posso comer mais um gelado? 
A ideia não é dizer que SIM a tudo...havia de ser bonito! A proposta é darmos outra sugestão, opções, fazer perguntas. 

Ainda estás com fome? Que tal uma fruta e o gelado fica para amanhã? Sabes aquele livro, jogo, brinquedo de que gostas? Que tal ires jogar?


...Adultos-não-Pais?  Temos escolhas. Este livro trata de escolhas. Quando escolhemos um Não para algo que até pode saber bem, ser uma oportunidade de aprendizagem, uma descoberta de um outro lado nosso, conhecer pessoas novas, é uma escolha. E se passássemos a dizer mais vezes que Sim? Um Sim sobretudo a Nós, com humor, com um passo de cada vez, ouvindo e escutando o que sabemos ser o melhor para nós e ir dizendo, com carinho ao medo de que, está tudo bem. 


Nota: Neste texto está mais descrição do livro.

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