Dizem que a escola vai começar em setembro



Pela primeira vez para os pequenos e para muitos pais também. Pela primeira vez, por estas bandas são os dois a porem as mochilas, a terem um nervoso miudinho saudável na barriga, com as expectativas normais de reencontrarem amigos antigos, conhecerem caras novas, testarem-se junto de professores que nunca viram na vida. 

Testarem-se também a eles próprios. Os miúdos não dizem que não querem fazer má figura directamente. Que têm vergonhas, no plural, porque há muitas coisas novas a descobrir. A maioria tem algum receio do que os pais e até professores, pensem das suas capacidades. Não de forma declarada, claro. Mas está lá. Por gostarem tanto dos pais e desses adultos que agora vão passar tanto tempo com eles, querem muito que a coisa corra bem. Compreende-se. No fim e no princípio gostamos que as pessoas de quem gostamos, gostem do que fazemos. É muito gostar mas é verdade. 

E também em relação aos amigos e colegas. Serei chamado para as brincadeiras? Porque estão a rir-se de mim? Comparam-se porque faz parte. Alimentar as comparações é que não, seja com o primo, a irmã que sempre fez um brilharete na escola, ou o periquito. Cada um tem o seu ritmo e a sua riqueza de personalidade. Porque os miúdos, na sua generalidade, resolvem esta questão do stress, de forma muito simples, haja adultos que compreendam e os deixem. 

Os miúdos são crianças e esta frase, que parece uma redundância, na verdade, não é. Os miúdos, resolvem isto muito bem a jogar à apanhada, a dançar, a ouvir música, a jogar à bola, a gritarem muito nos intervalos e a voltarem a correr. Deitam para fora. São muito mais simples do que os adultos que ficam em tensões e ansiedades a acumular, a acumular. Portanto, nos dias antes e nos dias depois...é deixá-los descarregar como só eles sabem. Lá pelo meio, ir respirando e pô-los a eles também a serenar, com calma e carinho, cada um à sua maneira: uns a ler, outros a pintar, outros a caminhar a ritmos compassados para que dê tempo de observar. Entre o acelerar e o desacelerar, que haja tempo para que eles sejam o que sabem ser tão bem: crianças. 


Foto daqui.

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