Para começar a semana

Um dos (maiores) desafios que sinto como mãe é conciliar a sanidade mental nos finais de dia. Infelizmente a empregada cá de casa, rumou num cruzeiro para as Caraíbas e nunca mais apareceu, deixando-me, invariavelmente, todos os santos dias com comidas para fazer, roupas para tratar e a casa que parece que ganha vida própria. Ah, e tal como muitas, muitas mulheres, trabalho também fora de casa. Dizer que se chega a casa e deixam-se os desafios profissionais no tapete de entrada é verdade mas nem sempre fácil de pôr em prática. Mesmo tendo o telemóvel no silêncio, em recusar-me a responder a mail´s à noite (a não ser que haja uma crise a nível mundial) a verdade é que se traz tudo o que se fez, dentro de nós. Sim, pudesse eu meter-me na banheira de hidromassagem (que não temos), ler um pouco, meditar, fazer yoga e levitação  antes de me embrenhar nas lides, e sim, os serões seriam mais fáceis. 

As estratégias de adiantar algumas refeições ao fim-de-semana ajudam mas não chegam. Com dois filhos, de dois em dois dias há de novo máquinas de roupa para pôr a lavar, novamente roupas para passar e a tal empregada doméstica lá no seu cruzeiro, nas Maldivas! Não se compreende! 

Continuo a tentar as fórmulas de como é que se podem ter serões e fins de tarde/dia mais... serenos e equilibrados. Nem que os miúdos já tenham 18 anos, vou continuar a procurar respostas. 

Este fim-de-semana, numa das leituras de pesquisa, encontrei gente que já vai muito à frente nisto. Gente tão à frente, que não tem dois, mas 4 filhos pequenos. Gente que meteu na cabeça ter uma vida mais minimalista. Há gente mesmo doida por aí. Imagine-se viver com muito menos, para sobrar tempo para o que realmente interessa: o Nós?!?

No verão passado tinha falado deste livro, a propósito do difícil que é domesticar uma casa. Vou descobrindo que é possível fazê-lo, pelos muitos testemunhos que vou encontrando. Ontem descobri esta tal mãe de 4, que mostra, por exemplo, o quarto do filho de 7 anos, sendo ele totalmente responsável por esse mesmo quarto. Se nós adultos não conseguirmos arranjar uma estratégia para equilíbrio e sanidade mental, como podemos esperar que aqueles seres de palmo e meio, e coabitam conosco, o consigam fazer?

O artigo completo está aqui, e algumas das imagens que me impressionaram mais foram estas:





E é verdade que os miúdos precisam de estar à vontade no seu canto e que a ideia não é andarmos tipo regime militar atrás deles, mas esta coisa de os tornarmos autónomos gerindo menos, para usufruírem mais, parece-me tão, tão sensato e tentador. 

Sempre que arregaço mangas e tento, com a ajuda deles, pôr alguma ordem nos quartos que lhes pertencem, é tão bom vê-los a regressar lá para brincarem. Os miúdos são mesmo giros. Quando esses quartos ficam em estado mais tipo ciclone-que-passou-aqui-há-duas-horas, começam a invadir outros espaços desocupados da casa, como a sala, ou a cozinha. De início ainda pensei que era para estarem mais perto de nós. Às vezes até é, mas muitas vezes é apenas porque ali existe mais ordem. Mal o quarto deles fica com um ar de sim-senhor-que-isto-consegue-se-aqui-respirar-e-caminhar-sem-ser-preciso-uma-escavadora-para-passar, regressam ao seu ninho. 

Menos é mais. 
Menos tempo a arrumar, é mais tempo para estarmos.
Menos tempo a escolher de 50 brinquedos, é mais tempo para sermos criativos em brincar com 4 ou 5. 

E é isto para começar a semana. Eles ainda não sabem, mas uma piquena revolução vai começar aqui em casa...




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