No fim da aula

Foi mais de uma hora e meia que passou, como sempre, a voar. Entre as respirações, as posturas, o tentar focar em fazer bem, o esvaziar a mente sem pensar (...nas máquinas de roupa para lavar ou estender, no almoço ou no jantar, na casa....), e deixar apenas estar naquele momento presente.

Terminámos sentados, relaxados, olhos fechados, mãos postas. Às vezes, a brincar, dizemos que podíamos sair dali todos a levitar. Umas vezes mais serena, outras menos concentrada mas sempre melhor do que entrei há uma hora e meia atrás.

E depois a Sara, a nossa mestre de yoga, com a sua voz serena, repleta de tão boa sabedoria, tudo ou disse apenas:

"Saúdem o mestre que habita em vós e agradeçam-lhe a oportunidade desta prática."

E foi aí que me caiu a ficha e com um esforço grande não me desmanchei ali mesmo. Senti uma emoção tão forte por perceber que tantas vezes, nos esquecemos de nós mesmos, de nos ouvirmos e respeitar. De parar, de ser só mais uma coisa ali ou acolá. De fazer vontades, sem ter em conta as nossas vontades. Tanta coisa, não é? De repente perceber que cada um de nós, tem um mestre dentro de si que já sabe o que precisa para ser feliz,ter vontade de sorrir todos os dias, o que lhe faz bem. Que ele está lá sempre, só que esta insistência de não lhe ligar, de o deixar para depois. É até difícil de explicar mas fez-me tanto sentido esta ideia de termos um mestre dentro de nós que precisa de ser cuidado. E quando posso fazer aulas de yoga, sinto que é uma das formas de cuidar do meu mestre.

É por estas e por tantas outras razões, que gosto do yoga e que ele faz parte do meu caminho de descoberta. 






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