Passar-me a ferro

Não morro de paixão, nem vibro por ter que o fazer. Não fico histérica porque a camisola ficou com um vinco onde não devia. Os vincos têm direito a existir neste mundo, como eu. Não sou mais, nem menos que os vincos. Coabitamos bem. 

Passar a ferro faz-se. Chateia-me um pouco estar ali a perder tempo enquanto haveria coisas tão melhores para fazer. É para fazer e pronto. 

Ontem não apetecia muito. O sofá estava a chamar e o merecido descanso também. E ali, aquela demoníaca bacia a implorar para que tratasse dela. Ela a gritar, a contorcer-se toda feita cobra parideira que, para não ter que aturá-la mais, fui-me a ela. À medida que ela fica mais aliviada da sua carga, por experiência de vários e longos anos, sei que vou ficando com uma telha daquelas, descarregando toda uma energia maléfica, que se não for controlada, pode originar um conflito à escala mundial. Deixar os pensamentos soltos, ainda por cima, os piores que a alminha tem, enquanto se rumina e passa a ferro, não funciona. 

Monto todo o equipamento ultra-sofisticado denominado de tábua de passar a ferro e ferro de engomar, ligo então o PC e vou ao TED. Raramente me desilude. Maravilha. Há tanta gente tão interessante por esse mundo fora. Ouço os dois primeiros TED mas ontem, nem assim. Coloco então na pesquisa, TED talk e Humor. Na pesquisa aparecem os 10 TED´s mais engraçados. É mesmo isto. Em dias sem vontade, vamos à artilharia pesada para a mente. Saiu isto. A primeira coisa que me deu vontade de fazer foi a de me dar uma bofetadona. Ali a queixar-me de estar a passar a ferro. Uiiii, que desafio comparado com tudo o que aquela Mulher já se deve ter desafiado ao ponto de chegar ali e conseguir rir-se de si.


"If I can, can, you can, can!"

Bacia e humor domado. Inspiração tão boa (e bonita) para este início de semana. 
Para ver. Para pensar. Para rir.




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