Ser menina no século de hoje

A conversa começou mais ou menos assim:

- Então este ano, queres mascarar de que?
- De Faísca!

Fiquei a pensar, em silêncio.

- Não é bem de Faísca, estás a ver... era mais piloto de automóveis!

Continuei em silêncio já a pensar como arranjar um capacete com o tamanho adequado.

- Ou então... astronauta!

E eu já a ver o papel de alumínio cá de casa a entrar em ação.

- Ou aqueles senhores que fazem filmes, sabes? 

Na minha cabeça, uma máquina de filmar feita em cartão já a ser magicada.

- Mas o que eu queria mesmo, mesmo era de Pirata!!"

E assim foi, com espada, chapéu, calças, camisola, com tudo a que tinha direito! A minha filha de 4 anos. Esqueçam-se as princesas e folhos e brilhantes. 

Já no carro perguntei se era mesmo aquilo que queria levar. Com o seu sorriso tão doce e determinado disse que sim! 

Esta cena da vida doméstica fez-me pensar um pouco nisto de ser menina, e de se ser, sobretudo criança, independentemente de ter pilinha ou não. O bom que é eles poderem escolher e descobrirem-se como querem realmente ser. Nos muitos modelos que lhes impingimos (sim, sim...eu certifiquei-me mais de algumas vezes se não preferia ir de Elsa, ou Ana, as princesas famosas do filme Frozen, ao que sempre me respondeu que gostava até mais do Olavo...um boneco de neve simpático e prestável!) e nesta coisa boa de lhes podermos dar a conhecer tantas outras alternativas que não só as mais evidentes.

Gosto particularmente do trabalho desta mãe fotógrafa que pediu à filha para "vestir" a pele de 5 Mulheres Famosas e que contribuíram para um mundo melhor e mais colorido, por altura do seu quinto aniversário.

E que se pode ver tudo aqui.



Tão bonito, não é? Não tão bonita quanto a minha pirata, mas bonito e inspirador.

Outras leituras que não as normais e só de princesas, até porque na vida real, há muito poucas, para ver neste site delicioso.

E por fim, este anúncio tão bom e que nos faz pensar, nisto de se comportar como uma menina e que, quer se queira, quer não, ainda existe. 
Para pensar. 
Para fazer diferente.
A bem delas, a bem de todos nós. 






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