Quero casear

Às vezes a natureza fecha-se. Encerram-se os dias de sol. Rega-se muito a terra. Fica tudo cinzento. E é bom.

Às vezes a natureza fecha-se e é bom. Diminui o ritmo e a intensidade da luz. Fica tudo menos intenso. E é bom. Muito bom.

Hoje estamos por casa, a casear. Casear é um verbo simples, cheio de coisas boas. Cheio de cheiros da cozinha com sabor a canela, farinha, ovos e açúcar. Com texturas fofas de ovos mexidos, panquecas e queijos.

Casear é parar um pouco e deixar a chuva ditar o ritmo do dia. Deixá-los de pijama ou de semi-pijama a saborear a casa e os seus recantos, descobrir tesouros, antes que o ritmo dos dias ditem que nos temos de despachar. Hoje não quero despacho. Hoje quero casear. Parar para dar beijos e abraços, sempre que um deles me chamar. Demorar o tempo que quisermos a comer, a ler, a rir, a desenhar e pintar de cores todas as paredes da casa.

A ouvir este senhor, que lhe descobri o nome só hoje, no sítio do costume, e é a banda sonora boa para hoje.

Às vezes a natureza fecha-se e a natureza sabe. Sabe sempre o que é melhor. Quero ficar na toca. Quero casear.



Dia bom e bonito por aí.


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