Ciclos e as voltas da vida

Há fases sem paletes de cor organizadas. As cores misturam-se todas. A tela fica densa, sem forma, nem feitios. O chão desaparece mesmo por baixo dos pés. São fases que não deixam saudade na sua generalidade. Retira-se tudo o que há para aprender, até ao último acontecimento para que não tenha sido em vão o que por lá se viveu. Ficam sobretudo as pessoas de verdade, as que ficaram ali de pé, mesmo ao lado. As experiências diferentes. A certeza de se ter feito o melhor com o que era possível de se ter feito na altura. Mas sem vontade de lá voltar. 

Há quem diga que não se arrepende de nada. Está no seu direito. Não concordo. Arrependo-me de tempo perdido quando não se definem bem as prioridades. De se investir, sem o mínimo de retorno. Tudo é aprendizagem, é verdade, mas às vezes o preço é demasiado alto. Tempo de vida não tem preço. Por isso, com as marcas dos acontecimentos avança-se em busca de algo melhor e mais pleno.

A vida é cíclica. Ou por fases, ou episódios. Ao gosto e vontade do freguês. Hoje encerra-se um ciclo por aqui. E fico feliz por isso. Muito. Com orgulho fecha-se um ciclo em que se saiu da zona de conforto, em que se foi ver como era, e não se ficou para contar como seria. E há muitos, muitos (demasiados meses) atrás, pensei neste dia. E tudo tem o seu tempo de acontecer. 

Se faria tudo de novo? Não. Tenho a certeza que não. Porque aprendi a importância das prioridades. A experiência que marca e que nos faz crescer, evoluir, sermos melhores para conosco. Este cíclo que se fecha, que se enterra para sempre, deixa assim lugar para algo novo. Algo fresco, que pulse energia. Porque felizmente, tudo tem um fim. Até os cíclos menos bons. Hoje encerra-se um ciclo. Ponto Final. E a seguir, as escolhas são tantas, quantas as forças aguentem e a alma queira. Afinal, o melhor está sempre para vir. Basta acreditar, e hoje acredito mais.





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