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3 ideias: recomeçar o dia, a semana, o mês... e o Ano!

Recomeçar todos os dias. 



Das mais valiosas lições de sempre e mais ainda deste último ano que tanto nos tem desafiado a esticar vontades. Vamos sempre a tempo de recomeçar seja nas amizades, no amor, nos sonhos adormecidos. 

Ontem, os inquilinos mais novos cá de casa diziam que lhes ia custar retomar a escola, que lhes tinha sabido tão bem, este aconchego de casa, de nós os 4, sem tantos horários e com muito mais liberdade para serem e estarem. 

Hoje quando os deixei de manhã, despediram-se com um beijo rápido, olhar fixo nos amigos, de quem já tínham (muitas!) saudades. Fiquei por breves momentos à espera, não fosse preciso mais alguma coisa mas nem um olhar fugaz deles para trás.

Sabe bem estar e sabe bem ir para o tal recomeço. Mesmo que de início custe um pouco, sabemos que nos faz bem. 

Isso fez-me pensar como ter a parte boa, dos dois Mundos, o aconchego de casa e a aventura fora dela. Como prolongar, aquele gosto de férias, mesmo já não estando? 

3 ideias:

  • Começar o dia com o selo de um Hotel 5 estrelas: fruta, omeletes recheadas, pão torrado, cereais, leite morno e uma vela à mesa. Para os mais audazes pode ainda haver panquecas ou os deliciosos scones de iogurtes, muito rápidos de fazer. Fica a receita, feita nas nossas férias de Natal, da minha guru das lides domésticas, Joana Roque: Scones de Iogurte.

  • DJ dos Reis: até dia 6 ainda é oficial e pode-se abusar das músicas de Natal. Convidá-los a escolher músicas para ouvir enquanto se termina de fazer a refeição do fim do dia, se coloca a mesa ou se está a jantar. 

  • Festa familiar de pijama: seja à volta da lareira, com mantas ou dentro da cama, juntarmo-nos a eles, já de pijama, para ler. Para ou com eles. Mas todos de pijama e com um livro na mão.



Adolescência... afinal ele não virou um E.T. Será normal?

Esta semana, ao ouvir a minha inspiração de organização pessoal, a Thais Godinho, no Telegram, sobre objetivos de médio e o longo prazo, ouvia-a partilhar sobre a previsão que estava a fazer das dificuldades da adolescência, do seu filho pequeno.

Uma opinião, mais ou menos generalizada é esta: a adolescência é difícil. Não sei bem onde começou essa ideia mas está muito difundida. Tanto que muitos pais antecipam, como uma fase difícil.

Das muitas leituras que faço, seja no âmbito da psicologia, da espiritualidade ou do desenvolvimento pessoal, e das vivências que vão acontecendo, tenho vindo a chegar a esta conclusão: é que a forma como ESCOLHEMOS perceber o que nos acontece e o que nos rodeia, é a forma como vamos pensar e agir sobre esse mesmo acontecimento. 

Em todas as fases de vida do ser humano há perdas mas também ganhos. Assim foi quando eram bebés, quando se vão transformando em crianças e mais tarde nos tais estranhos adolescentes. 

Em bebés, perdemos alguma liberdade de dormir, de autonomia dos nossos dias, de tranquilidade. Mas ganhamos na imensidão dos afetos que é ter um bebé no colo a olhar para nós, como se nós, fossemos (e somos nessa altura...aproveitem!), o seu Mundo. E eles também, vão ganhando e perdendo: perdem vontade de dormir tantas sestas, ganham vontade de começar a balbuciar, a gatinhar, a comer pela sua própria mão... 

Em crianças, nós pais perdemos o sossego porque querem mexer em tudo, mudar a decoração da casa, passam a caminhar e correr, tiram fraldas cheias de TUDO num rasto pelo sofá (nunquinha da vida aconteceu tal coisa cá em casa...) mas ganham autonomia, começam a dizer o que querem e não querem, o que gostam e interagem muito mais. Quantas vezes desejámos que em bebés nos dissessem: Tenho a fralda cheia, estou incomodado, podes mudar??

E nos adolescentes? Também há ganhos e perdas! Podem querer menos abraços, menos convívios com a mãe e o pai, e de repente, o Mundo gira virado para os amigos, as namoradas ou namorados. A nossa opinião parece que tem menos peso (mas continua a ser muito importante para eles, só não podem admitir...) e são tão cheios de muitas razões. 

Há ali um período de tempo em que parece que se perdeu o bebé e a criança. E perdeu-se mesmo! Está em construção um jovem cheio de vontades próprias mas agora com ainda mais força para se manifestar e argumentar (!!!!! - pais de adolescentes entenderão). Mas também há ganhos. O tipo de conversa que passamos também a poder ter com eles, a partilha de novos gostos musicais, o mundo novo que podemos ouvir e ver partilhado com eles (youtubers, jogos de computadores, séries, novas figuras da atualidade...). A autonomia que ganhamos e que nos permite voltar a olhar, um pouco mais para dentro de nós, para os nossos gostos e interesses adormecidos, conversas inacabadas há séculos com companheiros, amigas e que agora podem voltar a ter espaço.

Por isso, é desafiante? É. Tal como foi, quando começaram a gatinhar pela casa toda, largaram as fraldas, passaram do berço para a cama deles, começaram a comer pela própria mão, entraram na escola e não queriam fazer TPC... E há excepções, há jovens mais desafiantes, como há crianças e bebés.

Mas é também uma escolha, a percepção que queremos dar a este jovem que está em transformação. 

Como escolho olhar, para a minha filha, para o meu filho, como vou abraçar, MAIS ESTA FASE, do seu desenvolvimento?




Informações e Marcações para o mês de julho
Consulta de Educação Parental
Consulta de Desenvolvimento Pessoal Adultos
Consulta de Orientação Vocacional

abelpb@hotmail.com ou 96 74 09 590.


Orientação Vocacional... para quê? 3 perguntas para ajudar


Não sei bem o que escolher...

Tenho dúvidas se esta área vai permitir-me seguir o curso que quero mais à frente.

Gosto da maior parte das disciplinas... sei lá o que é melhor para mim!

Os meus pais dizem que tenho jeito para umas coisas. Os meus amigos para outras. Estou tão confuso...

E se isto não tem futuro?

Terminei o 12º ano e não quero continuar a estudar. E agora?

Quero mudar de área profissional mas não sei por onde começar.


Muitos jovens (e pais...) têm dúvidas sobre as melhores escolhas, em chegando ao 9º ou ao 12º ano. Qual a área ou o o curso que mais se adequa a si. 

Ficam 3 perguntas para ajudar.

1. O que é a Orientação Vocacional?

Na Orientação Vocacional o psicólogo auxilia o jovem a tomar as decisões que mais se adequam a si, tendo em conta os seus principais interesses, competências e aptidões, disciplinas preferidas (e as outras menos preferidas...), atividades de tempos livres e o que pensa, naquele momento que são as suas preferências em termos de profissões e carreira futura. 

Há muita informação disponível e neste processo o jovem é auxiliado a compreender e a tomar as melhores decisões para si. 


2. Para quem?

Por norma, destina-se a jovens que estão em processo de terminar:

  • 9º ano e querem escolher a área de estudos seguinte (cursos gerais, cursos profissionais...)



  • 12º ano e querem conhecer as opções de cursos superiores que mais se adequam a si ou tendo terminado o ensino secundário, não pretendem continuar a estudar mas querem conhecer como ingressar no mundo do trabalho. 



  • adultos que queiram rever ou fazer uma mudança na sua carreira ou área profissional.



3. Como funciona?

São realizadas consultas de orientação vocacional para obter e trabalhar as dúvidas e informações que interessem ao jovem ou adulto. Podem ou não ser aplicados testes de orientação vocacional. Depende sempre de cada caso. 
Sendo um processo no âmbito da psicologia os dados são confidenciais. 

Mais informações: abelpb@hotmail.com











5 minutos

As vezes que se ouviu essa frase: quando o bebé descansar, descansa também! 

Dentro das possibilidades de cada uma, quase ninguém faz isso. Ou porque é mesmo só pôr mais uma roupa a lavar, estender, passar, ou adiantar as comidas, ou as muitas outras coisas que uma casa-família exige. Com o tempo, com a escuta que vamos fazendo de nós mesmos, percebemos que quando não nos damos esse tempo de paragem, quando eles param um pouco, as coisas não correm tão bem. Quer dizer, tudo está a rolar e a fazer-se mas menos bem por dentro porque faltaram aqueles 5 minutos só nossos, sem culpa do deveria-de-estar-a-salvar-o-mundo. O mundo começa também por dentro. O mundo começa de dentro para fora. 

Nesta tentativa que todos andamos a fazer, de descobrirmos e nos reinventarmos em novas rotinas, hábitos e ritmos dos dias, seja com ou sem trabalho, dentro ou fora de portas, seja com um, dois, três ou mais filhos, a bem de todos, é preciso 5 minutos nossos. Só nossos. 
Sem perguntas.
Sem interrupções.
Sem discussões.
Sem comidas.
Sem roupas. 
Sem arrumações.
Sem limpezas.
5 minutos. Ou mais. Ou menos. O possível. 

Sim. Nem que seja, nesse refúgio maravilhoso da casa de banho. 
Quem nunca. 



Encontrar a respiração

Encontrar formas de respirar, de verdadeiro oxigénio-do-coração, ao longo dos dias, tem sido um desafio quando o relógio insiste em ditar horários. 

Para lá das ações Pais que Respiram, que têm o objetivo de ajudar, apoiar e partilhar com Pais outras formas de respirar na forma de estar com os filhos e sobretudo conosco próprios, continuo à procura da melhor forma de encontrar o passo certo de respiração. No meu caso passa por fazer perguntas e depois encontrar o caminho das respostas que melhor se adequa a minha forma de estar, sentir e querer ser, como mãe, mas sobretudo como pessoa. O papel de mãe está interligado, com tantos outros papeis que temos diariamente, que vejo-o como fazendo parte de um todo. 

Perguntas como:
- Como conciliar o trabalho e o estar com eles?
- De que forma podemos estar mais em contacto com a natureza?
- Como ter tempo de diversão que seja bom para todos? 
- Existe forma de agilizar as inevitáveis tarefas de casa, para mais tempo de qualidade em família?
... e a lista continua!

Acho que à medida que foram crescendo, surge mais espaço para sermos mais nós, sem sermos só Mães ou Pais e isso é bom porque podemos reinventar-nos como pessoas. 

Este ano por aqui, sempre que possível, vão surgir algumas entrevistas de pessoas cujo caminho tenho seguido pela forma como encaram a maternidade, a organização diária, o trabalho, a espiritualidade, a vida em geral. Esta e esta são apenas exemplos. Em breve conto poder falar mais de uma dessas pessoas, de quem já li os livros e que sigo muito frequentemente. Este artigo dela tem muito a ver com aquilo que estou a construir no que considero ser importante, a minha forma de respirar melhor, seja na maternidade, seja como Mulher, seja como cidadã do Mundo. E muito no foco da responsabilidade individual desse caminho, cheio de escolhas diárias, assumidas por cada um de nós. 

Fica a partilha aqui.:)









São gostos!

Um gosta muito de ler. O outro está a aprender a arte de mergulhar em páginas e deixar-se levar. Às vezes pego no meu livro, em pleno horário da semana e sento-me a ler. Eles tendem a imitar o que vêm fazer. 

Um faz tudo por uma bola, esteja a chover ou a fazer frio. O outro tomou-lhe o gosto e aprendeu o bom que é partilhar o mesmo jogo. 

Não há cá melhores desportistas ou crianças intelectuais. Cada um com as suas muitas artes para descobrir e sobretudo, para se descobrirem uns com os outros. Sejam com os irmãos, com os amigos ou com os pais. 

Todos temos a capacidade de aprender e de nos reinventarmos. Dizer coisas absolutas como:

"Ele não gosta de ler!"

ou

"Ela não gosta de matemática!"

Condiciona e mete-nos em caixas. Todas as pessoas têm a capacidade, em querendo e dando suaves safanões nesse caminho, para mostrar qual a melhor forma de lá se ir chegando. Aprender a ler, a desenhar, a fazer contas, a ter interesse por História ou Ciências é dado com suaves passos. E cada um à sua maneira!

Descobrir a melhor forma é à conta do olhar atento dos professores e de algumas mães ou pais que insistem em olhar para os seus filhos, com aquelas lentes chamadas de amor-com-os-pés-assentes-no-chão. 

É possível? É. Com uma ou outra estratégia. Com perguntas simples e poderosas e mágicas como: quais são as três coisas que ele mais gosta de fazer ou faz bem? E a viagem não tem fim para descobrir a melhor forma de puxar o melhor que eles têm.






Ação: Ainda dá tempo! - 2º período

25janeiro - 14h30 às 16h- Convento Hotel Sertã
2 fevereiro - 14h - 15h30 - Lisboa
Inscrições limitadas/Informações: abelpb@hotmail.com


Ainda falta... 2º período.

Faltam só 2 dias mãe...

Foi assim que entrámos em casa. 

2 dias para voltar a olhar para o relógio.
2 dias para re-re-reptir: Vão arrumar as mochilas, despachem-se a vestir, não se esqueçam do saco da natação, vai tomar banho, anda jantar! Naquele tom que não engana e que sabe que perdeu o sabor à preguiça boa das férias. Há uma entoação diferente em quase tudo o que se diz e que sentem que já não é igual ao sabor do chocolate de Natal ou cheiro a canela das bolachas. 

Eles foram estando por casa. Eu fui conciliando o trabalho na mesma só que o ritmo dos dias era diferente.


Já pensei em manter as luzes de Natal até à Páscoa só para disfarçar e fingir que mantemos a mesma paz por dentro. Mas nada a fazer. O ano novo até já se atreveu em começar. 


Meus filhos, Maria e João. Resta encarar os dias com aquela leveza de quem quer insistir, apesar das pressas, em manter a luz, toda cá dentro.

Meus filhos, Maria e João. Vamos mudar o , por ainda? (Não sei se falo mais para eles ou para me convencer a mim).

Ainda faltam dois dias? Vamos fazer tudo valer a pena mesmo que (me) apeteça mandar um grito quando está tudo a menos 10km/h?


Ainda faltam duas horas? Vamos colocar os ponteiros da cozinha virados do avesso para ver se trocamos a volta aos dias, e fazermos panquecas, omeletes e sumo de laranja, mesmo em dia de semana, só para fingir que ainda é domingo ou véspera de Natal?


Ainda faltam dois minutos? E todo o tempo do mundo vale a pena. Temos mais dois segundos... só mais um abraço?


Ação: Ainda dá tempo - o 2º período
25janeiro - 14h30 às 16h - Sertã

2 fevereiro - 14h às 15h30 - Lisboa
Inscrições limitadas/Informações: abelpb@hotmail.com






7 desafios para Pais que Respiram



Depois do verão passar, decido sempre que vou abrandar, que vou estar mais presente, que quero o verão mais vezes, durante a semana, em qualquer estação do ano. Depois do verão, enfio-me na santa-rotina-dos-anos-escolares e lá se vai o verão ao ar. Quer dizer, há dias e dias mas o verão-de-bem-querer-sem-relógio parece-me uma miragem, no meio do deserto. Escapuliu-se. 

Então estou decidida a resgatá-lo. Assim em jeito de desafio e desafio a quem se queira juntar. 
Insisto, persisto, até que se entranhe dentro de mim. Ser mais mãe, todos os dias é uma escolha, é um querer de ação. Vamos a isto?

Durante este mês vão sendo lançados desafios, em jeito de balanço deste ano, e no balançar do ano que vem. Os desafios vão sendo lançados nos fins do dia. Assim dá-nos tempo de agir no dia seguinte e de cada um adaptar à sua realidade. Começa amanhã. 

Para uma comunidade de Mães-Pais que se apoiam. 

P.S.: E junte-se quem também, não tendo filhos, queira melhorar as suas relações com amigos, com namorados, com vizinhos, com as pessoas-de-carne-e-osso... Não há barreiras, nem limites. 








Inspira, expira...

Estávamos ali, cada uma no seu tapete. Cada uma com a sua intenção. 
Inspira, expira. 
Volta para cima, contorce mais um pouco. 
Inspira, expira. 
Que sol bonito lá fora e um vento que desliza e faz as folhas dançar. 
Inspira, expira. Façam cinco vezes, ao vosso ritmo.
Levantamo-nos mais uma vez. Esticamo-nos para o fundo do tapete. Damos um pequeno salto para a frente. Levantamo-nos de novo. Braços ao alto.
Inspira, expira. Sempre inspira, expira.
Lembrem-se, o mesmo tempo de inspiração e de expiração. 

E fiquei a pensar nisso. 

O mesmo tempo de inspiração e de expiração.
O mesmo tempo de dar e o mesmo tempo de receber. 
O mesmo tempo para os outros e o mesmo tempo para nós. 
Inspira e expira. No mesmo tempo, na mesma intensidade, na mesma entrega.
Para nós, para os outros. 
Simples?
Simples. É só inspirar e expirar. 


Para Pais que Respiram:
30 novembro - Porque (Em)Birras comigo? - Lisboa
Consultas de Educação Parental e Desenvolvimento Infato/Juvenil



Precisamos de nos abraçar mais

Ontem ao fim do dia, entre passar roupa a ferro e começar a tratar do jantar, a Maria perguntou se podia ir jogar um jogo de tabuleiro porque ainda não tínhamos feito nada juntas. Num cenário lindo de novela, largaria tudo e ia jogar. Há dias em que é possível, ontem não dava porque sabia que daí a 40 minutos iam-me perguntar o que havia para o jantar e não lhes podia responder: jogo de tabuleiro! Então perguntei-lhe se queria fazer comigo, um bolo para comermos como sobremesa e assim estaríamos juntas a fazer algo. Concordou logo e foi tão bom aquele tempo de nós as duas. 

Semana passada, enquanto novamente passava a ferro, perguntei se queriam jogar um jogo de tabuleiro. Que eu tomaria as decisões e daria as respostas mas que pedia a ajuda deles para jogarem por mim. Estávamos os três juntos e divertimo-nos muito mesmo comigo com um ferro na mão. 

No outro dia, a Sónia Morais, do Cocó na Fralda, descrevia aqui um desabafo sobre as suas correrias de mãe com quatro filhos. Conciliar horários, esperas, levar uns a um lado enquanto, ao mesmo tempo, desenvolve o seu trabalho. Muitos dos comentários que recebeu foram de crítica de que, não fazia sentido queixar-se, que é uma privilegiada, que a escolha de 4 filhos ou de ser trabalhadora liberal era dela e que por isso não fazia sentido estar ali naquela lamuria. 

Na altura, comentei o seguinte:

"Um dia vamos ser uma comunidade de mães e pais que se apoiam. Que percebem que as realidades são todas diferentes umas das outras. Todas. Que todos fazemos escolhas diferentes. E que, temos tanto direito para nos queixar, apenas para a seguir continuar a fazer caminho. Deitar para fora faz bem. Faz bem à Sónia, faz bem a mim, faz bem a toda a gente. Torna-nos humanos mostrar a vulnerabilidade de cada um. Aceitá-la. Desejosa desses textos em vãos de escadas, a fazer o pino, a andar de bicicleta! A realidade da Sónia é diferente da minha e estou grata por essa partilha porque é possível retirar das suas aprendizagens aquilo que faz sentido no meu caminho. O resto pertence à Sónia.
Porque um dia, vamos ser uma comunidade de mães e pais que se apoiam.Independentemente, se têm empregada ou não, com bicicleta, carro ou triciclo, com avós/maridos/vizinhos a apoiar ou sozinhas. Abraço Sónia :)"

Esta semana vi este este vídeo da Megan Markl sobre a sua experiência na maternidade e como a simples pergunta de Como é que te estás a sentir? pode ter um impato importante na forma como nos vemos como mães e nos apoiamos. 

O vídeo foi postado na página poderosa da Rafaela Carvalho e para além dela, sigo mais um ou dois testemunhos de Mães, por coincidência (ou não) brasileiras e que abraçam a sua maternidade, abraçando a dos outros. São mães normais que partilham as suas fragilidades e conquistas, sem se sobrepor, nem vitimizar. A grande diferença de discurso e testemunhos que encontro aqui é menos julgamento e maior aceitação. 

Aceitação que há dias em que o leite vai entornar e o filho, vai com uma nódoa para a escola mas a sorrir. 

Aceitação que há dias em que em vez de uma sopa, conseguiu-se que comessem um pouco de verduras mas escolheu-se que o momento alto do dia era estarmos juntos ao jantar mais do que se recriminar porque não seguiu toda a tabela nutricional devida.

Aceitação que há dias em que não se conseguiu escovar o cabelo da filha e foi de toutiço mesmo, levou dois beijos bem dados nas bochechas antes de por a mochila nas costas. A recordação principal daquela manhã, foi o beijo da mãe. 

Aceitação que há dias em que se vai para a casa de banho, para o segundo banho do dia para chorar em paz, sem ser interrompida e mesmo assim, uma mão pequena vai bater na porta e diz: "Mãe, estás aí?"

Aceitação. Aceitar que em cada momento apenas fazemos o nosso melhor. Que o melhor de cada um tem a ver com a sua realidade, a sua história, o seu contexto. Menos julgamento, mais aceitação, mais abraços. Aceitar a sua realidade e a dos outros. Seja na maternidade ou em outra coisa qualquer. 

Porque um dia vamos ser uma comunidade de Mães e Pais que se apoiam.



Pais que Respiram
Porque (Em)Birras comigo? 
26 outubro - Sertã
29 novembro - Lisboa

Inscrições: abelpb@hotmail.com


A história

Das minhas maiores descobertas do ano passado foi ler e aplicar o chamado minimalismo. Não no sentido radical, nem de um dia para o outro (nem dava...com duas crianças em casa!) mas sei que é um processo, um caminho que pretendo continuar porque lhe encontro muitas vantagens. Esta nova área de interesse levou-me a conhecer, explorar novas pessoas e leituras de que irei falar mais para adiante. 

Hoje de manhã, caiu-me no colo mais um desses textos que não sendo novidade, encaixou muito bem. Há dias em que de tanto pedirmos, nos aparece à frente, o que precisamos de ouvir. Joshua Baker é um entendido nas matérias sobre viver de forma mais simples e genuína e escreveu um artigo sobre a história que contamos a nós mesmos. 


Não consigo emagrecer ou engordar, porque nunca soube fazer boas escolhas de comida. 
Não consigo deixar de fumar, eu já tentei e não deu.


E a lista não tem fim. O que me fez pensar em qual a minha história como mãe.

Que história estou a contar a mim mesma sobre ser mãe? 
Que mãe sou para o João e que mãe sou para a Maria?
Que mãe sou às 8h da manhã ou às 9h da noite?
Que mãe sou quando me fazem 20 perguntas ao mesmo tempo?
Que mãe sou quando não estou bem?
Que mãe sou quando estamos todos com pressa, quando me dizem que não querem comer ou quando me pedem cinquenta vezes a mesma coisa?

E que história é essa que me conto, depois de responder a estas perguntas, depois de os deixar na escola, de lhes ralhar, de ficar frustrada ou muito feliz? Que história é essa que me conto quando as coisas correm bem ou correm mal? 

A história vai mudando com o tempo e com a nossa fase de vida. Às vezes basta lermos mais alguma coisa, ou termos uma conversa com alguém que nos inspire para percebermos que afinal, a nossa história tem mudança possível. Outras vezes basta apenas parar. Só isso. Parar e respirar fuuuuundo. 

Vamos sempre a tempo de mudar a nossa história? Sim. Acredito profundamente nisso. Reajustando as expetativas, sendo mais generosos conosco e com quem nos rodeia. Introduzindo o que faz sentido nas nossas vidas de mães e pais. Em pequenos passos. Pensando e agindo. Pensando e agindo. Pensando e agindo. 

Por isso fica a pergunta.




Próximas ações:
Porque (Em)Birras comigo? - 26 outubro - Sertã
Pais que Respiram ... na Escola - 29 novembro - Lisboa.
Informações: abelpb@hotmail.com


Na próxima sexta

Uma das palavras que mais aparece na conversa com pais (e comigo própria...) é esta coisa das birras. Nem sempre se lhe dá este nome mas anda à volta disto:

Ela não quer fazer os trabalhos!
Quando digo para ir tomar banho instala-se uma guerra civil lá em casa.
De manhã, para o vestir, parece que o estou a enfiar dentro de um colete de forças!
A comida...já não sei o que lhe faça! Até tremo, sempre que vamos para mesa. Na escola dizem que corre tudo bem e aqui...
O telemóvel ou a televisão. Se pudessem, era o dia todo naquilo. Quando é para desligar, amuam e fica o ambiente lá em casa virado do avesso.
Chora e começa aos gritos no supermercado. 

Com mais ou menos drama e cor, quem nunca?

Então, na próxima sexta-feira, dia 23, na biblioteca municipal da Sertã, é mais ou menos isto que se vai passar. Mais ou menos porque está tudo pronto e planeado mas há sempre a margem boa de o barco da ação ir ao sabor de quem nela quiser aparecer:

" A melhor forma de encontrarmos as nossas respostas, é fazermos as perguntas certas. As que se adequam à nossa realidade, vivências e filhos em particular. Cada mãe, cada pai, cada filho tem o seu mundo em construção. As birras, dos grandes e dos pequenos são apenas mais um dos temperos das relações, que se querem, sobretudo, de afectos. Birras para todas as idades será um momento para nos divertirmos e descomplicarmos as situações tipo-vulcão que acontecem diariamente. Uma conversa à volta da mesa, com o sentido prático que este assunto merece."







Convite feito. 23 novembro, 18h :)
Inscrições (gratuitas mas necessárias):
na biblioteca municipal, pelo 274 604 227 ou abelpb@gmail.com



O que se vai Respirar?

À medida que vão crescendo, a ideia é irem sendo, cada vez mais livres. 
Primeiro agarrados a um colo e a um abraço que mesmo já não cabendo, por ali vão-se demorando no vagar das suas aventuras. Às vezes quase que parece que estão demasiado grandes para os braços que os querem acolher, mas há tanta forma de se pedir aconchego que o colo gostoso sempre será morada segura. Há tantas formas de dar colo, como há formas de os soltar e deixar ir à descoberta. Deixá-los serem livres na celebração da diferença. 

Por isso, o que se respira, no Pais que Respiram?

A diferença de cada mãe, cada pai, de cada filho, na sua individualidade e singularidade. A ideia de fazermos todos o pino, aos 6 anos, 2 meses e 3 dias, não faz mais sentido. Até porque nunca fui capaz de o fazer. E parece-me que haverá por aí mais duas ou três pessoas que também nunca o tenham feito. 

Serão três horas de (re)descoberta de quem se é na aventura de se ser mãe ou pai. Refletir um pouco sobre o que já se tem e ir trilhando caminho para onde se quer ir. Os filhos serão a desculpa perfeita do que se queira mudar... em si próprio. A mudança, para ser de verdade, começa sempre no próprio, não é? Serão debatidos alguns conhecimentos e estratégias com a elasticidade própria da plasticina: cada um molda ao formato de quem é e sobretudo, de quem quer ser como mãe e pai. Tendo sempre em vista onde se quer chegar, como família. 

Somos mais fortes quando temos mais conhecimento e informação porque temos escolha de ação. As nossas escolhas. Não as dos nossos pais, a da vizinha ou daquele amigo de que tanto gostamos. As nossas. 

No fim, nunca se fica indiferente. Não é possível. Pronto, a não ser que se seja uma anémona mas esta ação não está pensada para ser feita no mar. Apenas para o oceano de cada um. 

Assim, será à volta de uma mesa, primeiro de reflexões, saberes e emoções, e depois de bons sabores, que o palco ficará montado para o enredo deste Pais que Respiram - iniciação. Obrigatório levar fome de pensar, de saberes, de agir e da outra fome também. 

Programa das Festas
  • Espelho meu, espelho meu...quem sou eu?
  • SuperMãe, quem? 
  • A minha família dava um filme de...
  • Filhos às cores
  • Pontos de Colisão são Pontos de União
  • Postal para o Futuro


Próximo Pais que Respiram - 26 de outubro - Castelo Branco.
Informações/Inscrições: abelpb@gmail.com








Para o meio deste mês



Continua a ser uma das minhas bolhas de oxigénio mais queridas porque não sinto o tempo a passar de tão bom que é. E os sorrisos de quem participa, dão-me a certeza de que é por aqui o caminho.






A escola

Chegou a casa.
Foi concentrado, compenetrado e focado, directo para o quarto. Tirou os livros. Fez os trabalhos de casa. A seguir, fez uma revisão de tudo o que aprendeu naquele dia. Arrumou os livros do dia seguinte. Colocou a mochila na entrada. 

Só que não. Não foi nada disto que aconteceu.

"Ó mãeeeeeeee!!! Não encontro o lápis!"
"Não me apetece fazer isto! Ainda ontem fiz! Porque tenho que voltar a fazer as mesmas letras que fiz na escola?"
"A Luísa é mais rápida que eu a escrever..."
"Isto é chato!!!!" 
"Posso só jogar mais um jogo no tablet, antes de ir fazer os tpc?? Pleaseeeeeeeeeeeee!"
"Ó pai, senta-te aqui ao pé de mim, enquanto passo este texto de 3 páginas!"

Estas e outras questões pertinentes para o estado da nação de cada casa, no próximo Pais que Respiram na ... Escola.

Inscrições até 7 de outubro para: abelpb@gmail.com