Recebe-se uma chamada e o dia muda. Tiram-nos o tapete, leva-se com um balde de gelo em cima da mona ou um estalo a velocidade cósmica.
Quem diz uma chamada, diz uma sms, um mail, uma carta, um pombo correio. Algo que mude as energias vigentes do dia. Nessa avalanche de acontecimentos resta sempre e só, cada um. Competindo a cada um mudar o rumo desse seu vendaval.
Ontem foi assim. Às vezes vai ser assim. Faz parte das regras do jogo em que depois de se ter comprado a rua Augusta e a estação de São Bento, ficamos de castigo na casa de prisão, por duas jogadas a ver os outros companheiros a passarem por nós. Enquanto por lá se está pode-se aproveitar para dizer mal do mundo inteiro e culpar o sistema, a política, as finanças, a chuva ou a falta dela. Tudo menos a si próprio. Ficar nessa casa parado, às vezes (muitas vezes) é um processo de aprendizagem, de pensar mais na resposta, de nos fazermos parte da equação. Enquanto por lá se está que se...
... Respire. Uma e outra vez. Não no sentido de sobrevivência mas naquele sentido de parar e apenas sentir o ar respirar, enquanto os milhentos pensamentos se obriguem a serenar. É que quando nos obrigamos a reduzir o ritmo da respiração, obrigamos os pensamentos a abrandarem o tempo a que correm dentro de nós. Estes pensamentos não ajudam. Apenas tentam atropelar-se uns aos outros.
... Olhe. Olhar com olhos de ver o que temos à nossa volta. O que é nosso e de tão bom e demorar nesse olhar. Seja para o gato de estimação, para aquela planta que andamos a cuidar, para a filha, para o companheiro de longa estrada. Seja que ser vivo esteja ao redor, parar para olhar para ele. E os pensamentos continuam a serem colocados no sítio porque nesse momento, a pirâmide das prioridades muda e o que tem realmente valor, volta ao lugar onde pertence.
... Ame. Primeiro por dentro para que depois passe esse amor para fora. É possível viver sem amor diário mas não se vive tão bem. Entre a escolha da amargura, da zanga, da raiva, que se escolha amar mesmo que às vezes pareça difícil e tão, tão desafiante. Mas que se escolha amar. Amar um pouquinho de cada vez, leva a muito amor, no fim. Merecemos viver em amor.
E quando nos dermos conta, já é a nossa vez de jogar de novo. Ter paciência neste jogo da vida e acreditar sempre, que somos merecedores de o jogar.
Imagem daqui.
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Dos livros e do (des)Cuidar
Foi neste sábado à noite. Ouço o telemóvel a apitar. Um mail. Àquela hora? Da Luísa. Não costuma escrever porque ela é mais de ligar. Um mail talvez preocupada que me apanhasse já a dormitar.
A Luísa e eu vamos partilhando histórias, umas com mais finais felizes que outras, mas é sobretudo uma relação de partilhas. As de fora e as de dentro. São as de dentro que sempre nos levam muito longe às duas. Juntas ou em aventuras individuais mas sempre com o olhar atento da outra.
"Tenho um livro, aquele livro, sabes? Que já li e reli muitas vezes. Em alturas do ano em que o coração aperta e a mente precisa de arejar outros ares, volto a ele. Volto sempre a ele. Umas vezes abro ao calhas. Outras sei exactamente o que preciso de reler. Como que em busca de um pouco de mim que se perdeu nestes dias de desassossego. Eu sei que gostas mais do filme com a Júlia Roberts mas eu cá gosto mesmo é do livro. De passar as folhas, de voltar a sublinhar o que já está sublinhado, em jeito de ir um pouco mais além do que por ali vai.
Desta vez, de tão perdida que me encontro por dentro, pensei fazer o mesmo. Ir assim um ano por esse mundo a viajar, por dentro e por fora. 4 meses para comer, 4 meses para orar e 4 meses para amar. Depois percebi que não era preciso ir a parte nenhuma, que podia fazer tudo, mesmo aqui e começar essa viagem agora. Que precisava de um
tempo para cuidar do corpo,
tempo para cuidar da alma,
tempo para cuidar do coração.
Porque me apercebi que andei distraída com tanta coisa que fiquei para trás e agora preciso de um mapa para me encontrar. Quero muito voltar a encontrar-me no ponto onde já estive, sabes? Se já lá estive é possível lá voltar, não te parece? Por isso, não sei bem como mas vou começar nesta viagem para mim mesma.
Logo te conto."
E foi isto. Gosto muito da Luísa e só espero que ela encontre o seu caminho de volta.
Imagem daqui.
A Luísa e eu vamos partilhando histórias, umas com mais finais felizes que outras, mas é sobretudo uma relação de partilhas. As de fora e as de dentro. São as de dentro que sempre nos levam muito longe às duas. Juntas ou em aventuras individuais mas sempre com o olhar atento da outra.
"Tenho um livro, aquele livro, sabes? Que já li e reli muitas vezes. Em alturas do ano em que o coração aperta e a mente precisa de arejar outros ares, volto a ele. Volto sempre a ele. Umas vezes abro ao calhas. Outras sei exactamente o que preciso de reler. Como que em busca de um pouco de mim que se perdeu nestes dias de desassossego. Eu sei que gostas mais do filme com a Júlia Roberts mas eu cá gosto mesmo é do livro. De passar as folhas, de voltar a sublinhar o que já está sublinhado, em jeito de ir um pouco mais além do que por ali vai.
Desta vez, de tão perdida que me encontro por dentro, pensei fazer o mesmo. Ir assim um ano por esse mundo a viajar, por dentro e por fora. 4 meses para comer, 4 meses para orar e 4 meses para amar. Depois percebi que não era preciso ir a parte nenhuma, que podia fazer tudo, mesmo aqui e começar essa viagem agora. Que precisava de um
tempo para cuidar do corpo,
tempo para cuidar da alma,
tempo para cuidar do coração.
Porque me apercebi que andei distraída com tanta coisa que fiquei para trás e agora preciso de um mapa para me encontrar. Quero muito voltar a encontrar-me no ponto onde já estive, sabes? Se já lá estive é possível lá voltar, não te parece? Por isso, não sei bem como mas vou começar nesta viagem para mim mesma.
Logo te conto."
E foi isto. Gosto muito da Luísa e só espero que ela encontre o seu caminho de volta.
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