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Alguém que acredite por Nós

 A minha prática de Yoga funciona como uma metáfora para uma série de coisas quando me encontro ali sozinha, com o tapete. Entre muitas coisas que seriam impensáveis de fazer há 4 anos atrás, a Sara, a mestre paciente, esteve lá a acreditar por mim, por nós todos que ali estamos. 

O Yoga vai muito para lá de mexer músculos e fazer coisas estranhas e bonitas com o corpo. O corpo é apenas o veículo para a verdadeira transformação, a mais importante. Tão individual quantas as pessoas que o fazem. 

Às vezes fico parada a olhar. Porque é bonito o que algumas pessoas já conseguem fazer, ou quando a Sara nos mostra o caminho e fico ali a contemplar a beleza de tudo aquilo. Outras vezes, como ontem,   a Sara disse simplesmente: Isso, levanta a perna direita, segura o dedo do pé, e agora vira a cabeça para o outro lado. 

O que a Sara talvez não imaginasse é que eu sabia que era para virar a cabeça para o outro lado. Sei-o há 4 anos. E depois de algumas tentativas, assumi, que, para já, aquilo não era para mim. 

Ontem a Sara disse simplesmente, vira para o outro lado. E confiando que o mestre vê para lá, do que o aluno vê, virei. E permaneci. Pela primeira vez. 

Sorrio. Como faço muitas vezes, quando passo um limite pequeno mas tão grande, da zona a que estou habituada. 

No meio daquilo tudo fiquei a pensar na importância de termos pessoas, ao nosso redor, que acreditem por nós. Que vejam mais além, onde nós não pensamos sequer chegar. 

Ter pessoas que vêm e acreditam por nós, até que tenhamos a força, a destreza, a confiança, para ver e acreditar também. 

Quem são as tuas pessoas, as que acreditam por ti, enquanto ganhas forças para ir a sós? 

Alguém que acredite por nós. Que está ali, e que já vê as infinitas possibilidades, por nós e connosco. 

Quem são as tuas pessoas hoje? 




Imagem deste autor.


Amazing Day

Ouvi esta música há pouco tempo, quando o Pedro Ribeiro, a dedicava na Rádio Comercial, ao aniversário da filha. Andei tonta à procura do título dela. Descobri hoje. 
Que assim seja,
apesar de tudo,
para todos nós,
todos os dias.
🎔
P.S.: Está na lista, um dia ver um concerto ao vivo deles. Já enviei a mensagem muitas, muitas, muitas (já disse muitas hoje?) vezes para o universo. Esta semana, o Chris Martin, deu um miniconcerto ao vivo, da sua casa, via Instagram. Quem quiser pode rever aqui. 

Estava entre os muitos portugueses que enviaram a nossa bandeira nacional e pedidos de músicas. Na altura, na sabendo esta, enviei o pedido da Fly On. Tinha a minha Maria ao lado. Aninhou-se a ver-me enviar e a ouvir. Acabo de enviar (pela 10 vez ou seriam mais?) o pedido. Ao que ouço responder: Fly On? Ok, it´s one of my favorite song to play. I will play it, at the end! Não descrevo, por pudor, a minha reacção deste lado mas deve ter sido o mais parecido que uma mãe-quaretona-de-quaretena-com-laivos-de-adolescência-adormecida, teve. 
É acreditar, acreditar, acreditar que coisas bonitas acontecem.
Vai correr bem. 



Acreditar, acreditar, acreditar

Não sei bem como a Lisa me veio parar ao coração. Acho que foi mais uma daquelas felizes coincidências, de uma referência, de uma referência de alguém. Comecei por segui-la por causa do desafio dos 65 dias de meditação e da viagem que anda a fazer em família por esse mundo afora. A Lisa teve sempre a generosidade de responder nas redes sociais de forma tão simples e cheia de amor. Ontem lançou um desafio diferente. Está na Costa Rica e veio parar-lhe às mãos a história de uma menina, em recuperação de um cancro que resultou na amputação da perna e que, dadas as condições da casa onde vivia com a mãe e a irmã mais nova, está à mais de 10 meses, longe de viver em família. O hospital não autorizou a sua ida dada a fragilidade da sua saúde. E é nisto que as redes sociais têm de maravilhoso. A Lisa fez o apelo a mais de 8 mil km e em menos de 24 horas conseguiu-se o valor indicado para o aluguer de uma casa que vai permitir que, durante um ano, esta família esteja novamente junta.

As redes sociais, tal como tudo, têm o seu lado bom. É só puxar por ele, que a magia acontece. Acreditar, acreditar, acreditar para agir e fazer acontecer. 





Finalmente... 21 dias

Os dias às vezes assemelham-se a labirintos, no tamanho proporcional, aos muitos caminhos que confundem o horizonte que queremos alcançar. Ou é o trabalho, ou os miúdos, ou nós por dentro com dúvidas, incertezas, perguntas para responder, ou a família, os companheiros de estrada, os amigos, e as muitas partidas diárias que nos desafiam a testarmos quem somos e sobretudo, quem queremos ser. O que é mesmo importante para nós.


Foram precisas 116 vezes, para que 21 dias seguidos acontecessem. O desafio era 21 dias seguidos a fazer algo e a vontade era a de 21 dias seguidos a meditar. Na primeira tentativa havia a inocência de achar que seria muito fácil, encontrar cinco ou dez minutos diários, ficar quieta a respirar. Ahhhhh... o ser humano na sua mais ingénua presunção! Após várias tentativas apercebi-me que era ao fim-de-semana que o tempo voava. Uma sobreposição de listas de afazeres, de desempenhar papéis que não eu própria e nesse respeito necessário de tirar um tempo para cuidar... de mim. Não sou sequer original. Basta juntar um grupo de pessoas para verificar que guardamos pouco tempo para respeitar os próprios ritmos e os nossos espaços individuais, tão importantes para depois se encontrarem espaços de encontro com o outro, sejam eles filhos, companheiros, amigos. 

Foram-se metendo também acontecimentos, nos atropelos dos dias, que fizeram interromper a cadeia destes 21 dias seguidos. Diz-se que se demora 21 dias a criar um hábito e gostava muito que este se mantivesse pelos benefícios que traz quando finalmente, um dia, para além de conseguir ficar quieta a respirar, ficar também sossegada, nos milhentos pensamentos que teimam em não sossegar também. Neste momento, esta meta é minha e sei, porque já fui aprendendo que, com a dose certa de persistência e de acreditar, que aos poucos chegarei ao resto. Babysteps. Até lá é persistir e pensar num novo hábito a instalar, por mais 21 dias. 

P.S.: Usei a app Calm que tem uma série de sessões gratuitas, algumas orientadas, outras mais livres, e com a possibilidade de se poder escolher o tempo de meditação. 





Foto daqui.


Deste fim-de-semana cinzento

O telemóvel tocou pelas 3h30 da manhã. Um sono já muito solto porque o adormecer tinha sido já com a agitação de quem por cá mora e se habitou a estar de sobreaviso. 

O telemóvel tocou pelas 3h30 da manhã. Do outro lado avisavam-me da possibilidade de o fogo vir parar perto da nossa casa. "É desta." Levanto-me, molho o terraço onde já estão algumas fagulhas. Abro as janelas viradas para a estrada. Olho e demoro-me no olhar das árvores que todos os dias agradeço por ali estarem. Estou-lhes muito grata. Está vento. Um vento de sortes, de viragens, de humores repentinos. Visto-me, para o que der e vier. Os meninos dormem. Ele está longe, noutros fogos e com o coração cá. Diz-me que queria estar aqui, mais do que nunca, para nos proteger. Sossego-o e digo-lhe que estão outros, com aquela garra e entrega. Ligo-me a gente amiga que está também de sobreaviso, através das redes sociais. Estamos mesmo em rede. Fica tudo em estado de alerta. Pelas seis e meia adormeço. A nossa sorte foi a perda de muitas outras pessoas. Ainda não foi desta. 

Há um constante estado de alerta, pelas sirenes, pelo cheiro, pelos aviões que passam de cinco em cinco minutos, por mais uma mensagem que cai a dizer de perigos e pedidos de ajuda. Um "É desta" que se cola a cada um de nós, que por aqui vive. E depois o que fica, o que foi. Uma paisagem morta e que mata também quem vive no meio dela. As gentes repetem: "Está tudo tão triste, tão cinzento, tão negro, tão negro...". 

Pó voa
O fogo entrou pelos barracões, subiu oliveiras, rastejou pela erva seca. O fogo comeu a terra. Asfixiaram-se árvores de um tempo mais antigo que os primeiros Homens. O sol era um círculo vermelho e o carro ardeu. Junto ao cruzeiro, os pomares abortaram frutos prematuros e incandescentes. Mãos velhas gemeram e suplicaram vozes por uma milagrosa chuva. Dinossauros e pequenos sapatos derreteram, deixando em combustão os vestígios da infância. 
O meu pai tinha os olhos tristes.
A vida ardia.
Nós somos isto e por isso cheiramos a queimado por dentro.
Não choveu. A nossa casa é uma aldeia em cinzas.


 A Joana Lopes foi uma das pessoas que viu a sua aldeia de infância e de histórias escurecer. Este texto é dela. Deu voz ao que muitos não conseguem pôr por palavras. 

Entristecem-se os olhares e pairam muitas perguntas no ar, que só não tomam outras proporções pelos cansaços destes dias. As pessoas precisam de respostas que tardam em chegar. Até que cheguem e não, a mãe-Natureza continua. Daqui a uns tempos, vão começar novas ervas e fetos a despontar, e mesmo algumas árvores, em jeito de teimosia, vão rebentar novas pernadas, em jeito de mostrar que haverá sempre caminho a fazer, até que também ela, a mãe-natureza, um dia destes se canse. Até lá, estas gentes vão chorar, vão estar tristes mas a seu tempo, vão voltar a caminhar porque são feitos de uma garra bonita de resistência, coragem e acreditares. 




Onde há fumo

Quase que já nos habituámos.
Quase.
A estarmos juntos, a dois ou os quatro e ele ter que sair. A planos adiados. A tentarmos seguir as nossas vidas, com a vida dele em suspenso. 

Mais uma vez saiu. Há fumo. Há muito, muito fumo. Há demasiado fogo.
Despediu-se de nós. Voltou para trás, para se despedir de novo. A mais nova não lhe tinha dado ainda um beijo.

Largam tudo e lá vão. Largam tudo e cá ficámos. À espera que também desta vez vá correr bem. Mãe natureza... dás uma ajuda?  

P.S.: Deste domingo que ainda mora cá dentro.

É para continuar

Às vezes, não se sabe bem como, cai-nos no colo, exatamente o que precisamos de ver, ouvir para voltar a sentir e tomar o rumo certo.

Hoje foi isto.

Bom sussurro. 



Da vida.

A vida ensina. Primeiro num murmúrio, depois mais alto, até que grita a plenos pulmões.

A vida ensina a respirar. A parar para pensar. A gerir a dor, a frustração, a deceção. A vida mostra e testa a força de cada um. Que o mundo raramente acaba nesses dias. Que os dias de tristeza, são os dias de viragem, haja força, ânimo e confiança para tal. E fé, muita, muita fé.

A vida será um balanço destas forças de cinza e arco-íris e mostra o dinamismo de tantas formas.
Haja abraços verdadeiros.
Haja amizades, amores e a certeza, que um dia, um dia vá bater tudo certo.



Acreditar que sim

Instruções de leitura: Ler com esta banda sonora.


Não sei se é universal ou não. 

A música em mim sempre teve este efeito. Não ligo à letra propriamente dita, seja em que língua for. Ligo à língua da melodia, se sobe de tom ou não, as pausas, os ritmos...tudo é respirável. Como se fosse uma linguagem universal que me toca às emoções.

Quem me conhece sabe que as emoções fazem parte do cardápio diário: na profissão, na forma de estar, de ser, de dar, de receber. 

Acho que, por isso mesmo, posso ouvir a mesma música, vezes e vezes sem conta, até ficar enjoadinha, enjoadinha e mesmo assim, insisto até quase vomitar todas as notas. Todas as notas, e não as letras. 

Foi por isso mesmo que vi a apresentação deste filme, no sítio de inspiração de tantos dias e não descansei enquanto não descobri como se chamava esta música. Não sei quantas vezes a ouvi já... 

E ao mesmo tempo que estava a ouvi-la,
estava a ler esta história e como é uma história de determinação, 
de força, 
de coragem, 
história em que a idade não conta, 
nem o número de filhos, 
da dose certa de loucura, 
de ser sempre tempo de começar de novo, 
do nada, 
do sim, 
de muitas vezes sim, 
histórias de acreditar que sim. 

É disso que precisamos mais. Histórias de acreditar que sim.

E sim, chorei um pouco porque me fazem sempre sentido histórias de verdade, de voltar a acreditar que um dia vai ser assim, cortar a meta. As tantas que temos que cortar mas que estamos a adiar. Histórias de acreditar que sim.

Vamos a isto?

























Os amigos imprevistos

Há fases de vida que de tão negras que são, nem cor têm. Tão raquiticas e maquiavélicas  que nem o arco-íris quer nada com elas! Ficam assim uma michelânia de tons cinza. Cinza claro, escuro, cinza assim-assim. E mesmo que se quisesse passar corrector ou uma borracha por cima, estão de tal maneira incrustadas que parece que nada as demove. Carracitas é o que são!

Parece... Mas depois entre um telefonema e outro, alguém inesperado e altamente imprevisto e improvável, respondendo aos agradecimentos feitos por nos tentar colorir o dia diz: "É para isso que a gente cá está." Fica-se a pensar que afinal há quem caminhe ao lado ou por nós. Os amigos, aqueles mesmo a sério e que se chegam à frente de peito cheio (sem implantes esquisitos) nestas fases cinzentonas, esses já naturalmente acompanham e são, sem dúvida fundamentais. Falo dos outros, os amigos imprevistos que nos surpreendem com uma tirada desta e que por nós caminham quando já não se aguenta avançar mais.

Tenho um exercício com a minha muito querida amiga T.T. (sim, Todo o Terreno, porque está lá nos altos e nos baixos!). Num espaço de um dia estarmos atentas a tudo o que possa ser um mimo ou uma pequena lufada de ar fresco, que leve a um sorriso ou bem-estar, e enviar uma à outra via sms. As variantes de partilha ficam ao critério de cada um mas faz olhar para os acontecimentos do dia com outros olhos. É experimentar que vale a pena.

Mesmo nos dias mais cinzentos e por mais turva que esteja a visão é possível ver as muitas cores que estão por baixo da tristeza e desilusão. É mesmo. Por isso mesmo é recorrer aos amigos à séria e aos imprevistos. E o resto...há-de correr bem.



Voltar ao básico

E quando tudo parece sufocar porque as portas teimam em fechar é voltar ao básico. Respirar. Inspirar, expirar. Tão simples. Eficaz. Económico. Básico. Os tempos não estão fáceis. Cansada de o ouvir e sentir na pele.

E por isso mesmo já chega! Basta! Voltar ao básico: respirar tal como os bebés quando nascem. E se não podemos ficar deitados só a dormir e comer como eles, podemos reduzir ao que é mais importante só para aquele momento e para continuar a andar para a frente. O resto, todo o resto virá com o tempo, a força que entretanto vai crescendo. É que depois de se ter chegado ao fundo, e recusando que se queira permanecer por lá, é voltar a subir e respirar. Um momento de cada vez. Só isso. É experimentar fregueses, é experimentar! Inspira, expira, inspira, expira...