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Sobre Não Saber

"Olha, de novo para os livros.

Uns dizem que é importante ir pela esquerda. Outros, que a verdade absoluta está no cimo daquela nova conquista. 

A seguir ouve, pessoas cheias de certezas, a dizerem que a receita infalível, para saber por onde seguir, é aquela.

Desliga tudo, arruma os livros na estante empoeirada, senta-se no silêncio. 

Sabe que não sabe. E sabe também, que há muito tempo, que se força a saber. Essa insistência de dar passos e mais passos, a fazer caminho. 

Ajeita-se nesse sentar, que é diferente de há um ano, dos últimos meses. 

Fecha os olhos. Respira. Está desconfortável nesse Não-Saber. Então retoma a postura e fica apenas ali. Até que o desconforto, faça parte e se torne confortável.

O tempo vai fintando e sussurra que já chega. Ela diz que não. Que precisa de Não-Saber. 

Que mal tem, Não-saber? Qual o problema de ficar a observar, de se permitir dar-se tempo para ouvir, respirar, sentir-se? Tudo em si, diz para abrandar, reformular verdades. Mais uma vez. É sempre mais uma vez, reformular, a partir do questionamento da direção a tomar. 

Por agora, não toma direções, nem sentidos. 

Por agora, quer apenas ficar por ali a Não-Saber."


O Não-Saber é marinar. É ter a confiança de saber que está tudo lá o que é preciso e confiar, que na altura certa, o Norte surge. Não por magia (ou talvez um pouco...) mas por se me permitir viver, e acolher, a incerteza do Não-Saber. 


"A seu tempo. A seu tempo. O caminho vai-se mostrando à medida que se vai fazendo. E nem sempre o caminho é feito de caminhar. Às vezes, o melhor que se pode fazer, é ficar nesse sossego, nessa quietude que é aceitar a mudança, nem sempre percetível, nem sempre ruidosa."



Comunicação com um ecrã

O rosto mesmo ali, misturado com expressões, entoações e cheiros foi substituído por um ecrã. 
Numa altura em que a comunicação indireta disparou, seja por redes sociais, por videochamadas, grupos de whatsapp, reuniões online e por aí diante, nem sempre fica claro o que queremos expressar ou o que concluímos, que os outros nos estão a querer dizer porque a nossa forma de o fazer mudou. E mudou para todos.

As frases escritas, as entoações de voz ou as expressões no rosto podem não estar a ser claras com quem estamos a falar, ou de quem estamos a ouvir, e a mesma frase inocente, pode despoletar o início de uma qualquer batalha no meio do oceano das nossas relações. 

Esta situação não é nova, para qualquer um de nós. Já aconteceu um outro incidente com aquela amiga, a namorada ou marido, a mãe ou um colega de trabalho. A grande diferença é que agora, mais de oitenta por cento das nossas relações passam por este filtro de um ecrã que esconde cansaços, frustrações e até boas intenções. E isto para qualquer idade, sejam os adultos em formato polvo a acudir às várias solicitações, seja para as crianças e jovens que, em tempo recorde, estão a aprender a gerir amizades, namoros, saudades dos pais ou ainda relações com os professores à distância de um clique. 

A bem de todos, a realidade é esta por uns tempos largos. Aceitar que estamos todos em processo de aprendizagem, também de comunicação e de reinventar novas formas de expressar o que queremos, sentimos e pedimos, facilita a ter paciência conosco e com quem nos rodeia. 

Sei que é uma repetição por estes lados, mas respirar é tão básico, tão primário à nossa existência que, o seu treino também aqui nos ajuda a sermos mais gentis e tolerantes conosco e também com os outros. Estamos TODOS a aprender e só isso, por si, é meio caminho andado para desenvolvermos em nós, esta nova tolerância de comunicação





Inspira, expira...

Estávamos ali, cada uma no seu tapete. Cada uma com a sua intenção. 
Inspira, expira. 
Volta para cima, contorce mais um pouco. 
Inspira, expira. 
Que sol bonito lá fora e um vento que desliza e faz as folhas dançar. 
Inspira, expira. Façam cinco vezes, ao vosso ritmo.
Levantamo-nos mais uma vez. Esticamo-nos para o fundo do tapete. Damos um pequeno salto para a frente. Levantamo-nos de novo. Braços ao alto.
Inspira, expira. Sempre inspira, expira.
Lembrem-se, o mesmo tempo de inspiração e de expiração. 

E fiquei a pensar nisso. 

O mesmo tempo de inspiração e de expiração.
O mesmo tempo de dar e o mesmo tempo de receber. 
O mesmo tempo para os outros e o mesmo tempo para nós. 
Inspira e expira. No mesmo tempo, na mesma intensidade, na mesma entrega.
Para nós, para os outros. 
Simples?
Simples. É só inspirar e expirar. 


Para Pais que Respiram:
30 novembro - Porque (Em)Birras comigo? - Lisboa
Consultas de Educação Parental e Desenvolvimento Infato/Juvenil



Diz que faz bem 1#: hibernar




Hibernar até que dê tempo de acordarmos para o que nos interessa.
Hibernar para curar feridas.
Para descobrir qual o rumo a seguir, no passo a seguir.

Hibernar porque é sempre uma boa desculpa ficar quieto e ver os outros passar. Às vezes faz bem. Diminuir o aceleramento. Respirar. Viajar dentro de nós. Recuperar forças. Perceber e responder a uma data de perguntas à muito adiadas. 

Ficar ali e diminuir o ritmo da vida. Desacelerar o coração, obrigá-lo a parar um pouco, deixar-se de queixumes e lamurias. Que quando ele pára só lhe faz bem. Às vezes ele corre demais, sente demais. Precisa de sossegar, de respirar em conjunto com os pulmões e perceber o bom que é sentir tomando-lhe o gosto, saboreando as frações do tempo, os gostos e desgostos. Com os desgostos também se dá tempero aos dias, horas e desalinhos da vida. Até que se tenha forças e luz para voltar a acordar, para os dias de sol. 

Hibernar. 


Imagem bonita daqui.






Voltar ao básico

E quando tudo parece sufocar porque as portas teimam em fechar é voltar ao básico. Respirar. Inspirar, expirar. Tão simples. Eficaz. Económico. Básico. Os tempos não estão fáceis. Cansada de o ouvir e sentir na pele.

E por isso mesmo já chega! Basta! Voltar ao básico: respirar tal como os bebés quando nascem. E se não podemos ficar deitados só a dormir e comer como eles, podemos reduzir ao que é mais importante só para aquele momento e para continuar a andar para a frente. O resto, todo o resto virá com o tempo, a força que entretanto vai crescendo. É que depois de se ter chegado ao fundo, e recusando que se queira permanecer por lá, é voltar a subir e respirar. Um momento de cada vez. Só isso. É experimentar fregueses, é experimentar! Inspira, expira, inspira, expira...