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Ideia para esta semana


O amor. Sempre o amor. 

E o amor, de pés assentes no chão, com entrega, escuta, cedência, silêncios, gargalhadas e muitas formas de o manifestar. 

Fala-se pouco do amor real. 

O que dá trabalho. De relações sem cartões em forma de coração mas com torradas carregadas de manteiga, jogos de futebol em pano de fundo ou yoga a acontecer, às horas de jantar. O amor para durar, dá trabalho. 

Constrói-se. 

Reinventa-se. 

Saboreia-se. 

Estica a pele e o coração para lados que não sabíamos que era possível. 

Li este livro. E mesmo discordando de uma ou outra ideia, abre as perspetivas do amor, numa mão cheia de linguagens. Diversidade de amores. 

Fala-se pouco de amor. E aqui fala-se bastante. 

De 5 linguagens de amor:

  • Palavras de apreço
  • Tempo de qualidade
  • Receber presentes
  • Atos de servir
  • Contacto físico








#3lupa


Com ou sem pandemia.
Serão sempre os pormenores, na nossa relação com os outros. ♥️





+ Humor pelo Amor

Fui buscar umas coisas.
Deixar outras. 

Mantivemos uma distância que nunca existiu.
Falou-me de dentro de casa e eu do portão.

Brinquei, disse-lhe que não tomava banho há várias semanas, que o meu cheiro não se aguentava, que se resguardasse. Rimo-nos. A disfarçar. 

Entrei no carro. E a emoção tomou conta. Faz parte. Não está tudo bem mas vai ficar. Quer dizer, apesar de tudo, está tudo bem.
Agarrar a isso. 

Agarrar e segurar o Humor. Pelo Amor.




Acreditar, acreditar, acreditar

Não sei bem como a Lisa me veio parar ao coração. Acho que foi mais uma daquelas felizes coincidências, de uma referência, de uma referência de alguém. Comecei por segui-la por causa do desafio dos 65 dias de meditação e da viagem que anda a fazer em família por esse mundo afora. A Lisa teve sempre a generosidade de responder nas redes sociais de forma tão simples e cheia de amor. Ontem lançou um desafio diferente. Está na Costa Rica e veio parar-lhe às mãos a história de uma menina, em recuperação de um cancro que resultou na amputação da perna e que, dadas as condições da casa onde vivia com a mãe e a irmã mais nova, está à mais de 10 meses, longe de viver em família. O hospital não autorizou a sua ida dada a fragilidade da sua saúde. E é nisto que as redes sociais têm de maravilhoso. A Lisa fez o apelo a mais de 8 mil km e em menos de 24 horas conseguiu-se o valor indicado para o aluguer de uma casa que vai permitir que, durante um ano, esta família esteja novamente junta.

As redes sociais, tal como tudo, têm o seu lado bom. É só puxar por ele, que a magia acontece. Acreditar, acreditar, acreditar para agir e fazer acontecer. 





O caminho

O percurso, supostamente, é o mesmo. Assim como o destino. Também a distância, varia, consoante a escolha do momento, em ir mais por ali ou além. Mas cada um de nós do grupo, vem com um ano de histórias, aprendizagens e vivências. Este ano éramos 8+1+1. 8 a caminhar+1 no carro a acompanhar+1 que foi no nosso coração e que teve que ficar em casa por questões de saúde. Por isso fomos 8+1+1. A maior parte de nós, vê-se de fugida nos restantes 365 dias do ano ou então nem se vê. Somos m-u-i-t-o diferentes, em idades, em formas de estar, nos trabalhos, em formas de viver e estar nos dias. Tão diferentes que nos fazemos bem. Temos em comum, esta coisa lamechas, do amor ao próximo, em não deixar ninguém para trás. Sem grandes pieguices mas na dose certa da loucura-saudável e respeito pela diversidade. Quem se junta pela primeira vez, arranja forma para estar nesta caminhada, uma vez por ano. Com mais ou menos crença, move-nos a fé, de uns pelos outros, num exercício que se depois estende, às outras pessoas com quem nos rodeamos o resto do ano. É o cuidar dos pés do outro, sem qualquer pudor. Ou abraçar e empurrar mais um pouco. O distrair quando o cansaço aperta, fazer rir, arrancar um sorriso. Emprestar a bengala, o chapéu, as meias. Partilhar as bolachas ou a água. Agradecer, uma e outra vez, quem vai conosco ali ao lado. Um pé, à frente do outro.

Não há O caminho. Nós somos caminho. 

O destino é aquele abraço emotivo em que agradecemos, agradecemos a cada um que está ali e repetimos uma e outra vez, em sussurro e ao ouvido: sem ti, não teria conseguido. Talvez sim, talvez cada um de nós, sozinho, também teria feito caminho, mas não Seria caminho. Foi uma chegada bonita, de partilha. Primeiro todos juntos, depois cada um com as suas crenças, a sua fé, a sua forma de sentir, para além do visível. 

A basílica, a igreja, o santuário são feitos de pedra e cimento. Nós todos somos feitos, (sim, ainda teimo em acreditar nisso...), por esperanças, pela amizade, pela entreajuda, pelo amor, pelo riso, pela superação da dor, pelo risco e aventura, pelo acreditar que sim, em nós e nos outros. E é nesse tipo de fé em que vou acreditando. 

Não há O caminho. Nós somos caminho. Até para o ano, de todos os dias. ♥️


























Planos para o fim-de-semana

E mais além. 

Há uns anos para trás, desde que sou mãe, que digo a mim mesma que quero puxar o verão para o resto do ano. O verão com o seu tempo, com os seus vagares e sobretudo a capacidade que se tem de olhar para eles, de outra forma. No verão a voz séria do tem que ser, ou a tirania do relógio e horários, abranda e adoça-se e somos todos mais tranquilos com isso. 

O sentimento de ser possível 


e para todos os dias.






11+14=25 de nós.

Tínhamos tudo para dar errado de tão diferentes que éramos e somos. Foi nesse lugar da diferença que crescemos. Felizmente que não acreditamos em princesas e príncipes. Nunca daria certo por estes lados. Somos tão mais verdadeiros agora, mesmo nas desigualdades e que foram essas o maior acrescento a que somos agora. Com não sei quantas arestas por limar sempre e outras tantas que vão ficar para que sejam boas de serem contempladas. Sem baladas, sem rosas, sem vestidos brancos (estávamos de verde, que não o do teu sporting!), nós.

Cada história de amor é bonita e completamente única. Compará-la ou encaixá-la em caixas de viveram felizes para sempre, coloca a fasquia muito alta e tira-lhe o gosto de cada dia. Guardo histórias pequenas tuas, nossas. A da vez em que foste roubar flores à varanda de uma vizinha para me dares. Quando apareceste na lonjura de mais de 200km só para um beijo e abraço demorado de Parabéns, antes do desfile de capa preta, ou ainda ontem, quando suspirava por um doce capuccino e mo foste buscar, apesar da chuva, já horas tardias. Nestes pequenos encontros de nadas e que resumem esta nossa caminhada. Com tantos percalços pelo caminho de quem anda nesta estrada a dois há muito e que já sabe de cor, as incertezas das curvas e contracurvas de tantos obstáculos do caminho, umas vezes responsabilidades minhas, outras tuas , outras vezes a sorte ou os azares dos dias. 

Sou melhor por os nossos caminhos se terem cruzado. Parabéns meu amor, ao nosso amor.


Para o meio deste mês



Continua a ser uma das minhas bolhas de oxigénio mais queridas porque não sinto o tempo a passar de tão bom que é. E os sorrisos de quem participa, dão-me a certeza de que é por aqui o caminho.






Zangas com o Amor

Chegar ao trabalho, ainda nem eram 8h30 e encontrar no cima da mesa uma folha meio amachucada, com nódoas de uma chávena de café. No topo estava escrito: ler sentada. Do teu amigo Zé.

Demasiado drama para um início de dia, por isso, antes de mergulhar naquele desabafo, quase adolescente, escrito pela mão de um adulto, fui buscar a minha chávena de chá a fumegar. 

Virei-lhe as costas. Bati-lhe com a porta na cara e só para mostrar quem é que mandava, atirei-lhe com a jarra da tia Ludovica e gritei-lhe a plenos pulmões:
" N-Ã-O 
E-S-T-O-U 
P-A-R-A 
T-E 
A-T-U-R-A-R!!"

Ter-lhe atirado com a jarra, ao amor, seja ele qual for, já depois da porta fechada, não foi a melhor das decisões, mas nestas coisas do amor ninguém disse que havia muita inteligência. Aliás, é a falta dela, nestas ocasiões, que leva as pessoas onde leva. A becos sem saídas, a precipícios rodeados de mar em fúria ou então a um descampado de ideias, apenas com aquela frase a cutucar na testa: "Como é que vim aqui parar?"

Às vezes é isto. Zango-me com o amor. Qualquer tipo de amor: o dos amigos, o das amigas, o dos meus irmãos, o da namorada de ontem e a de há 3 anos, o da minha companheira de agora, companheira no amor; o da minha madrasta que é um amor-sim-senhor mas que insiste em dizer que até pareço o filho dela apenas menos isto ou aquilo. Zango-me com o amor porque não é como nos vendem. Aliás, é das melhores campanhas de marketing feita porque na verdade ilude toda a gente.Em qualquer parte da história da vida de qualquer ser humano, as pessoas se iludem com os seus encantos, esquecendo os efeitos secundários. Ora, se se lêem os efeitos secundários dos medicamentos ou dos rótulos alimentares porque raio também não vamos procurar os efeitos do amor?

As saudades sem chatices, as chatices mesmo que se ame, e o verbo amar, seja em que papel for e que não se percebe muito bem mas que tem momentos de nos fazer zangar. Uma zanga séria, sentida.Uma zanga que começa, inevitavelmente no outro mas que, na verdade começa nas nossas próprias entranhas: o que sentimos, pensamos e sobretudo, o que pensamos que teria que ser a forma de o outro nos amar. 

Como é possível o outro não adivinhar? Então não se percebe logo a nossa forma de sermos amados? 

Amar dá trabalhinho. O amor fraternal, o de irmãos, o companheiro, o da amizade, os dos filhos e filhas, o amor ao outro. Dá trabalhinho e eu às vezes zango-me com tanto amor diferente. Apercebi-me que esse amor tem sempre a mesma fonte. A nossa, a de cada um. Começando por aí, o resto corre tão melhor. Só aí se consegue fazer as pazes com o amor. 

Todos caímos nos seus encantos. Está-me sempre a acontecer. Mesmo sabendo-lhe os riscos. Não resisto ao sorriso dos miúdos quando os arrasto, em cócegas pela casa afora; ou a ela quando a abraço, sem que esteja à espera e digo-lhe que a amo; ao meu pai, companheiro de viagens em silêncio, onde apenas a cumplicidade dos olhares existe. Tantos amores de estrada.

Todos estes amores trazem riscos e mesmo que esteja às vezes zangado com estes amores, que mais do que não são as minhas zangas interiores, não trocaria nada disto pelo seu doce sabor.

Zangas com os amores? Quem as não tem. 
Amo-te querida amiga."

Fui buscar mais uma chávena de chá a fumegar. Afinal, há mesmo boas formas de começar o dia. 





Foto deste senhor.

Sobre arranques escolares, férias, gritos e relógios

Aquilo de que mais gosto em momentos de paragens de trabalho são as férias do ... relógio. Os relógios cá de casa são embrulhados, cuidadosamente em papel de sede, com fita de lã e colocados no fundo de uma gaveta quando se portam bem. Quando se portam mal, seguem para a Mongólia. 

Gosto de não ter que apressar os miúdos para comerem, de os deixar em pijama mais horas do que as permitidas no código parental revisto - 2ª edição, de andarem despenteados só porque sim. De haver muito menos rédea curta. 

É o relógio e os horários para os levantar ao início do dia e os conseguir deitar a horas decentes, nos dias de semana, que cá me causam comichão ao sistema. Quando não há este stress... anda-se na paz do senhor. E da senhora, que sou eu. 

No meio disto tudo começou mais um período escolar e com ele foi ressuscitado, a contragosto, o maldito relógio. Senti, por ele, uma pontada de amargura, logo no primeiro dia. Ele a trautear TIC-TAC-TIC-TAC mesmo ali nas minhas ventas. Confesso que me pareceu que o ouvi emitir um riso sarcástico, mal lhe virei as costas. De frente, não se atreve. Ainda lhe pesa na memória a última neve da Mongólia. Os miúdos até ajudam mas está claro que são ... miúdos. Por serem miúdos, esticam a corda, o elástico, o fio de nylon, até que a voz de adulto se sobrepõe (pela não-sei-quanta-vigésima-vez...) e sai em disparo demasiado alto. Sai um grito e com ele saem palavras menos bonitas de fins de dia que em dias de relógio escondido, não aparecem. Acho mesmo que quando o relógio entra de férias, essas palavras vão com ele também. 

Miudagem na cama. Aterra-se no sofá, sabendo de antemão, quem vai ganhar, mais uma vez, nestes dias frios de inverno. O sofá e a lareira, tenho a certeza que têm um caso e é nessa cumplicidade que me fazem adormecer, noite sim, noite também. Até que tal não aconteça, quando se cai no sofá, cai também aquela culpa miudinha de se saber, bem cá no fundo, que não havia necessidade de tudo aquilo, que não fosse o maldito relógio e os horários, seria bem mais simples. 

Assim naqueles minutos antes de me deixar encantar pela hipnose de sofá-lareira, apercebo-me da grandiosidade dos miúdos. Porque eles lá sabem que se gosta muito deles, e mesmo assim, mesmo havendo ralhetes, vozes que atingem altitudes dos Himalaias, e palavras mais feias, mesmo assim, são capazes de esquecer, para logo a seguir darem um abraço ou um beijo, numa rapidez de amor que desconcerta. Quero aprender com eles. A ir ao que interessa. A perdoar o geral, para ir ao particular daquela pessoa de quem gostam. Sem mas ou ses. 
Os miúdos gostam e ponto final. 
Eles são sábios, não são? 







Foto daqui.




Sobre os dias de nos fazermos mal

Sobre os dias de nos fazermos mal, de não acreditar nessa força que nos consome no sentido de cima, quando tudo aponta para um sentido de marcha atrás. Sobre os dias em que duvidamos, a pretexto de um qualquer padrão, sugerido pelos outros, esquecendo que é da responsabilidade de cada um, desligar dessa invenção externa e dar sim valor, aos anos de construção individual. Num espécie de mutilação de quem temos de ser e sobretudo, de quem podemos ser. Sobre essa coisa de nos permitirmos sermos mais livres, sermos mais nós, tal como já somos, sem comparações ou restrições. Ser apenas naquilo que já sabemos ser, desde o primeiro dia em que respiramos: apenas e tão somente nós. 

Sobre todos esses dias de colocar em causa, seja um corpo que pode ser sempre melhorado mas que já se deve e pode ser amado por inteiro, agora. Sobre esses estados de alma, peças que umas vezes andam à deriva por aí, e que no meio dos turbilhões dos dias, nos descuidamos de cuidar, com o real valor que merecem. São únicas e esquecemo-nos do valor delas. 

Sobre todos esses dias e momentos e sobre esta coisa de nos abraçarmos, de uma vez por todas, num abraço demorado e de aceitação de quem somos. 

P.S.: Deixo o excerto bonito desta mulher, deste testemunho de apenas mais um dilema, vivido em maior ou menor escala por cada um de nós e da lição bonita que deixou à sua bebé.


This girl will grow up loving herself unconditionally not because of what I tell her, but because of what I tell myself. I think about this a lot - how to instill a natural sense of self-love in my little girl and I know it has more to do with the example I set by loving myself than the words I tell her.
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I’m flying to Los Angeles in a little over a week for a cover shoot for a major women’s magazine. When they approached me I was super excited (it’s a big deal!) but then, doubt started creeping in. They sent me examples of what the photographer has shot before (major movie stars and fashion models) - every single cover graced by a super fit, mega toned, skinny celebrity. I’m 8 months postpartum but let’s be serious - I wasn’t a size zero before pregnancy and I haven’t exactly done anything to “get in shape” after I had the baby. I’ve been pretty content lying on the couch eating (now vegan) ice cream and ordering take-out because we’ve been too tired to cook. I’m practicing yoga and working but mostly just hanging out with the baby in my PJs, not really thinking about my body or my appearance at all.
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But now, with this shoot looming, there is a little voice at the back of my head saying “Do some sit-ups! Lose some weight!” and it drives me CRAZY. It’s a judgmental voice. Super mean. Telling me I’m lesser-than. When I listen to this voice, I feel like absolute crap. But I don’t want to change anything about who I am! Maybe with time I’ll have a flat belly again but I don’t want to feel rushed for anything to change because of the judgmental story I tell myself about not being skinny enough for the cover of a magazine. I don’t want to do sit-ups. I don’t want to lose weight. I don’t want to get off the couch! I want to stay here, just as I am, rolling out my yoga mat a few times a week and eating ice cream whenever I feel like it. I turn to my baby girl and think about what I would tell her if she had these thoughts about herself. I would tell her that she is beautiful. So beautiful. And that this beauty isn’t dependent on a scale, or a magazine, or the size of her clothing. That she is so perfect - just the way she is.
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And... So am I☺️ #selflove



Retirado daqui

Conjugar o verbo Ouvir

São muitas mudanças:
horários
amigos
professores
rotinas
desafios.

Controlar, a algum custo, a muita vontade de os proteger e de dizer uma série de informações que já se sabe, são demasiadas para assimilar, todas de uma vez. No meio disso tudo, praticar muito o verbo Ouvir. 

Ouvir 
quando estão calados;
quando ficam frustrados com coisas que antes não ficavam porque é a forma que têm para dizer que se sentem ansiosos com os novos desafios;
quando se decide dizer demasiadas coisas logo pela manhã quando basta um abraço e uma frase curta de incentivo;
quando começam a falar do que se passou e o que deveria ter-se passado, sem nós interrompermos com demasiadas perguntas. Eles já têm muitas a pairar na cabeça.

E esperar, no ritmo deles, que aos poucos, tudo vá bater certo. Porque vai.




Imagem daqui.

Amor e sabedoria de pais


"Como princípio, devemos assumir que os pais amam mais o seu filho do que nós, conhecem-no melhor do que nós, que a sua intuição é preciosa e que é uma honra entregarem a sua história de amor ao nosso cuidado."

Marta Gautier (psicóloga) em Não há famílias perfeitas.

Foto daqui.


Quadro de verão





Ao acordar tinha, quase sempre este quadro à minha frente. 

E foi mais ou menos isto nos últimos tempos. Sem grandes fogos de artifício externos mas com os pequenos nadas que faltavam. As vozes de "Mamãaaaaa!" pela casa. Quando passamos mais tempo juntos ouço mais vezes mamã do que mãe e isso enche-me as medidas. Como uma confirmação de que é por aqui o caminho. Estamos todos mais em sintonia uns com os outros. 

Tirei muito menos fotografias do que tirava antes. Decidi que queria ficar a olhar mais, a vê-los realmente. A perceber-lhes as necessidades que estão por detrás dos queixumes ou pedidos, às vezes fora de tempo. 

Houve birras, deles e minhas. Houve abraços, cumplicidades, conversas e avanços em quem eles são e querem ser, e em quem me quero ir transformando como mãe, para eles e por mim. Às vezes penso que agora é que estaria preparada para tantas coisas mais, para ser mais mãe. Mas vamos sempre a tempo. Disso tenho também mais certezas. Todos os dias, todos os momentos podem contar e ser uma mais valia. 

Houve tempo para o nosso Tempo Livre. Comecei o ano passado com isto do Tempo Livre. É o nosso nome de código para cada um se entregar ao que lhe apetece fazer e assim respeitarmos gostos e vontades.

Hoje, enquanto conduzia, pensava em nós cá por casa como uma rosa dos ventos. Cada um a fazer mais sentido, com o sentido do outro mas cada um com direito à sua direção. A maior parte do tempo de verão somos só três pontos cardeais. O outro anda por desnortes, ao sabor do fumo. Falta sempre a sua visão, tão diferente e ao mesmo tempo tão complementar de quem somos. Mesmo que muito diferente e por isso desafiante, de alguma forma, completamo-nos. 

Por esse mesmo motivo, passamos (muito) tempo a três. Às vezes numa espécie de enjoo bom de nos ficarmos a conhecer das avessas e pela frente e todos os outros lados. Gosto tanto dessa experiência. Onde sou apenas eu como pessoa e como mãe e eles. 

Amo, absolutamente tudo neste tempo que é só meu, que é só nosso, onde mergulhamos uns nos outros. 

Tão grata. 


Onde há fumo

Quase que já nos habituámos.
Quase.
A estarmos juntos, a dois ou os quatro e ele ter que sair. A planos adiados. A tentarmos seguir as nossas vidas, com a vida dele em suspenso. 

Mais uma vez saiu. Há fumo. Há muito, muito fumo. Há demasiado fogo.
Despediu-se de nós. Voltou para trás, para se despedir de novo. A mais nova não lhe tinha dado ainda um beijo.

Largam tudo e lá vão. Largam tudo e cá ficámos. À espera que também desta vez vá correr bem. Mãe natureza... dás uma ajuda?  

P.S.: Deste domingo que ainda mora cá dentro.

Boas ideias

Há gestos muito simples, que tanto podem ser em nosso benefício ou  em benefício dos outros. A escolha é individual. 

Pequenos gestos somam-se e dão grandes resultados. 

Este site permite essa viagem, com sugestões e ideias tão simples de Kindness ou Bondade. A língua é indiferente. 
Aplicar palavras boas, para que estejam mais presentes, todos os dias. 

Tão simples. Para ver aqui. 








Em 5 dias, casar

Pelos vistos já se conheciam há 4 anos, namoravam há um. Ele fez o tradicional pedido de casamento e coincidiu com a passagem de ano. E pensaram, ou casavam daí a um ano ou daí a 5 dias. Decidiram-se pelos 5 dias para aproveitar a vida ao máximo. 

Na véspera do casamento ela ainda não tinha vestido. Aliás. Tinha meio vestido. Pediu à mãe para lhe fazer a saia a condizer com o top. A recepção foi organizada em pouco mais de uma hora. Sem flores, nem floreados. A senhora do catering ia tendo um ataque de miocárdio. Convidou-se quem se tinha que convidar. Quem não pode vir, não veio. Há sempre alguém que não pode vir, por isso, aceita-se o que a vida dá. E é isto. 

A pergunta recorrente ao longo desses cinco dias: "O que é fundamental para que os nossos convidados se sintam amados para presenciarem este nosso momento?" 

Não, isto não é inventado, nem alucinação de segunda-feira. É real e aconteceu este ano.
A vida é muito mais simples, não é?

Para ler tudo aqui.

Brittney Miller e Rob.




O escândalo das maçãs de Eva



Era apenas mais uma sexta. Uma ida ao mercado municipal daquela cidade tão pretenciosa e cheia de idiotices.

Uma bancada cheia de frutas e legumes. A bancada 1. Ao lado uma outra bancada cheia de frutas e legumes. Demasiado cheia para aquela hora do dia. A bancada 2.

Uma senhora, muito despachada, passa pela bancada 1. Habitualmente é ali que se abastece e ao seu filho e netos, com as vitaminas para os mais pequenos. Habitualmente. Ao lado dela, mais umas quantas pessoas se acotovelam para tirar mais e melhor da fruta. Na bancada 2, nada.

Já em direção às escadas, com dois sacos em cada mão, recua. Volta para trás e mesmo tendo muito, muito que fazer, pede, na bancada 2, um quilo de maçãs e um cacho de bananas.Já no carro, o filho interroga-a enquanto põe o carro a trabalhar. "Mas já não tínhamos fruta suficiente?!" pergunta com ar de espanto.
"Sim mas viste a expressão daqueles vendedores enquanto a outra bancada se enchia?"

"Na verdade isto dá para todos. Se todos contribuirmos para todos, isto há de dar para todos. E depois os senhores estavam com um ar tão triste... Olha, não nos custa a nós, tanto quanto isso, e a eles nota-se a diferença. E ainda falam naquela história de Eva ter dado uma maçã a Adão. Pecado, pecado é quando não há partilha, comunhão. Por isso, treine-se a virtude de observar e contemplar. Mesmo que seja num mercado barulhento. Umas vezes com mais ou menos apoio.Mas o barco anda para a frente."

História adaptada de um episódio real. É por estas e por (tantas, tantas...) outras, que amo tanto a minha mãe.