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Adolescência... afinal ele não virou um E.T. Será normal?

Esta semana, ao ouvir a minha inspiração de organização pessoal, a Thais Godinho, no Telegram, sobre objetivos de médio e o longo prazo, ouvia-a partilhar sobre a previsão que estava a fazer das dificuldades da adolescência, do seu filho pequeno.

Uma opinião, mais ou menos generalizada é esta: a adolescência é difícil. Não sei bem onde começou essa ideia mas está muito difundida. Tanto que muitos pais antecipam, como uma fase difícil.

Das muitas leituras que faço, seja no âmbito da psicologia, da espiritualidade ou do desenvolvimento pessoal, e das vivências que vão acontecendo, tenho vindo a chegar a esta conclusão: é que a forma como ESCOLHEMOS perceber o que nos acontece e o que nos rodeia, é a forma como vamos pensar e agir sobre esse mesmo acontecimento. 

Em todas as fases de vida do ser humano há perdas mas também ganhos. Assim foi quando eram bebés, quando se vão transformando em crianças e mais tarde nos tais estranhos adolescentes. 

Em bebés, perdemos alguma liberdade de dormir, de autonomia dos nossos dias, de tranquilidade. Mas ganhamos na imensidão dos afetos que é ter um bebé no colo a olhar para nós, como se nós, fossemos (e somos nessa altura...aproveitem!), o seu Mundo. E eles também, vão ganhando e perdendo: perdem vontade de dormir tantas sestas, ganham vontade de começar a balbuciar, a gatinhar, a comer pela sua própria mão... 

Em crianças, nós pais perdemos o sossego porque querem mexer em tudo, mudar a decoração da casa, passam a caminhar e correr, tiram fraldas cheias de TUDO num rasto pelo sofá (nunquinha da vida aconteceu tal coisa cá em casa...) mas ganham autonomia, começam a dizer o que querem e não querem, o que gostam e interagem muito mais. Quantas vezes desejámos que em bebés nos dissessem: Tenho a fralda cheia, estou incomodado, podes mudar??

E nos adolescentes? Também há ganhos e perdas! Podem querer menos abraços, menos convívios com a mãe e o pai, e de repente, o Mundo gira virado para os amigos, as namoradas ou namorados. A nossa opinião parece que tem menos peso (mas continua a ser muito importante para eles, só não podem admitir...) e são tão cheios de muitas razões. 

Há ali um período de tempo em que parece que se perdeu o bebé e a criança. E perdeu-se mesmo! Está em construção um jovem cheio de vontades próprias mas agora com ainda mais força para se manifestar e argumentar (!!!!! - pais de adolescentes entenderão). Mas também há ganhos. O tipo de conversa que passamos também a poder ter com eles, a partilha de novos gostos musicais, o mundo novo que podemos ouvir e ver partilhado com eles (youtubers, jogos de computadores, séries, novas figuras da atualidade...). A autonomia que ganhamos e que nos permite voltar a olhar, um pouco mais para dentro de nós, para os nossos gostos e interesses adormecidos, conversas inacabadas há séculos com companheiros, amigas e que agora podem voltar a ter espaço.

Por isso, é desafiante? É. Tal como foi, quando começaram a gatinhar pela casa toda, largaram as fraldas, passaram do berço para a cama deles, começaram a comer pela própria mão, entraram na escola e não queriam fazer TPC... E há excepções, há jovens mais desafiantes, como há crianças e bebés.

Mas é também uma escolha, a percepção que queremos dar a este jovem que está em transformação. 

Como escolho olhar, para a minha filha, para o meu filho, como vou abraçar, MAIS ESTA FASE, do seu desenvolvimento?




Informações e Marcações para o mês de julho
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Consulta de Orientação Vocacional

abelpb@hotmail.com ou 96 74 09 590.


Os extremos

Os extremos, os adolescentes e as nossas pessoas sábias, chamados de adultos maduros. É com estes que tem sido mais desafiante passar a mensagem que é preciso abrandar, sossegar, ficar mais quieto. 

A uns porque giram à volta dos amigos, das namoradas, dos namorados porque afinal, o oxigénio que importa é o que eles respiram também e agora há quem venha dizer que Não. Que não podes ir ter ao café, ao centro comercial, que os treinos de futebol, volei, natação estão interrompidos, sabe-se lá até quando. Que até mesmo só aquele passeio de mão dada com a Luísa ou o Manel, está cancelado sem data prevista. 

A outros porque já passaram por muito e é agora mesmo isto que me vai por na cama de um Hospital. Era o que faltava não poder fazer o frango assado ao domingo e pôr todos à volta da mesa, ir ter com os amigos só para mais um jogo de sueca, dar um beijo, só mais um beijo aos meus netos. Sim, é difícil dizer que não a algo que lhes é adquirido, pelos anos, pelas vivências, por merecerem isso tudo. É por eles, por se querer que continuem a fazer isto por muitos, muitos momentos que ainda vão vir, que cada um se recolha à sua toca e se mantém à distância que a proximidade futura nos vai deixar ter, de novo. 

Que haja paciência, com quem tanto gostamos, redobrada, insistente para se persistir, no que é preciso ser feito para o bem de todos. Sigamos juntos, cada um no que é-lhe possível fazer melhor.