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Sobre o copo meio cheio

No outro dia ouvia alguém comentar, quando a escola retomasse, sobre uma série de coisas, em relação aos filhos, de que iria ter saudades.

Esta coisa de estarmos já a pensar lá a frente, numa procura de luz ao fundo do túnel. Mesmo com muitas previsões, há poucas certezas e por isso é um esforço de se olhar também para o que se tem, NESTE MOMENTO. 

Neste jeito de olharmos lá mais para a frente mas sem esquecer que temos já o AGORA para aproveitar e saborear. Colocar fermento no que nos está a saber bem, faz aumentar mais momentos assim. E isso é bom, não é? 

Por isso, quer se tenha 1, 2, rebanhos de filhos, peixes, gatos, namorada, marido... Ficam as perguntas do copo meio cheio:

  1. Hoje, nesta semana, neste mês, que momentos, situações, com eles, estão a saber-me bem?
  2. O que (re)aprendi sobre eles que já me tinha esquecido ou nem sequer notado?
  3. Ao longo destas semanas, o que mudou neles, para melhor? E em mim?






Re-olhar

Abre a porta do carro. Senta-se, coloca o cinto, põe o carro a trabalhar, música a dar, aquecimento ligado. Durante uma semana, por caminhos novos e uma paisagem "diferente". As cores parecem mais vivas, as árvores maiores, os nomes das terras surpreendem.

Tudo é a-b-s-o-l-u-t-a-m-e-n-t-e diferente. Será?

Será que diariamente, nos caminhos de sempre, normais, banais não existem cores, texturas por descobrir? Nas relações de cada dia, não haverá nada de novo por encontrar ou RE-descobrir?

Acontece muito, muito que basta mudar-se de morada, de ambientes, de amizades que tudo parece espetacularmente fabulosamente bom. A novidade inquieta-nos e de certa forma causa uma certa paixão cega. Porque parece ser seletiva em mostrar tudo o que tem de bonito, ficando para mais tarde a descoberta das particularidades ou, como se chama por aí, defeitos. 

E o desafio está um pouco por aí. Em Re-olhar. Porque quando se vêm paisagens novas, programa-se para a novidade e surpresa. Contudo, re-descobrir cores, linhas, particularidades Novas, no dia-a-dia de sempre, procurando valorizá-las é toda uma nova dimensão. 

Re-olhar. Porque as fotografias que se seguem foram de locais novos e descobertas, mas fizeram relembrar que o que se deixou por uns tempos, estaría à espera para se redescobrir. Porque felizmente, a natureza e as relações crescem, mudam a cada dia que passa. Assim como os projetos e trabalhos em que estamos envolvidos. 

Re-olhar. 


















Ficar estrábico-no-bom-sentido

Senhores Passageiros é favor apertarem os cintos. A viagem com destino ao Rio de Janeiro inicia-se dentro de momentos.”
Sem mais, os pés perdem o chão. Olha-se pela janela e lá fora as casas transformam-se em pontos minúsculos e os campos compõem uma manta de retalhos. Aquilo que parecia gigantesco há uns segundos atrás, passa a pertencer a um qualquer mapa de escala reduzida. Faz tudo parte de uma escala global em que se muda de perspetiva.
Às vezes de tão centrados nos problemas, esquece-se da mudança de perspetiva. O drama da perda de um grande amor aos 6 anos é tão grande como aos 25…a diferença, talvez esteja na memória dos acontecimentos! É que aos 6 há sempre o outro vizinho da frente que afinal é mais giro! Simplifica-se. O que não significa que não se tenha chorado, sofrido, entristecido até mais não… apenas aos 25 anos isso já parece tudo muito longe.
Aquilo que agora parece consumir as entranhas, daqui a uns tempos já não terá o mesmo peso. Quando se lá está centrado e consumido não se vê mais nada. Há assim uma espécie de cegueira momentânea. Por isso o “levantar voo” ajuda tanto…lá de cima o problema fica minúsculo e vê-se o quadro geral.
Seja lá de que forma for, ficar estrábico-no-bom-sentido, é uma vantagem. Mudar a perspetiva, perceber que há vida para além de Marte ou outro planeta qualquer. Por isso façam o favor de trocar os olhos, revirá-los, entortá-los.
Mudança de perspetiva. Ver as coisas sob um outro ângulo.