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Zona de (Des) conforto

Por aqui a corrida tem de ser feita de manhã, quando todos ainda dormem. Assim sinto que não lhes roubo tempo. Nesta altura do ano tenho a claridade do dia já a fazer companhia e termina, normalmente com o sol a nascer. 



Há países em que é proibido usar música durante as provas de corrida. É considerada um estimulante. Os meus conhecimentos nestas coisas de descarregar música são muito rudimentares e por isso não há playlist escolhida a dedo. Ligo na minha estação de rádio de sempre só para ter companhia e manter a cabeça distraída para não estar sempre a pensar: "Ainda falta muito? E se parasse já aqui? E dói-me o joelho! Blá, blá, blá...! Com a música vou distraída e serve de motivação ouvir alguém a falar do outro lado. 



O que sucede é que, ao longo destes meses, com as voltas que os phones deram, na bolsa de cintura é que um belo dia...caput!!



Ora era a desculpa perfeita para me enroscar de novo na cama mas afinal não. A voz militar que há em mim, ainda conseguiu gritar lá das suas profundezas:"LEVANTA-TE SUA LESMA!!" E como aquela hora da manhã o meu poder argumentativo era reduzido a um caracol, lá fui com o pensamento a pensar no que iria pensar durante aqueles 40 minutos. Lembrei-me da minha coache-mai-linda quando da sua entrevista aqui em que lhe perguntava precisamente isso: no que se pensa quando se está em prova. 

Calar a voz cá dentro que manda parar e questiona o que se está ali a fazer, para substituir por pensamentos que dizem o contrário e convencem para o caminho, mais do que a meta final. 

Sair sem phones, aquela hora da manhã, sozinha, em ruas que ainda dormem, só com a companhia da carrinha do padeiro que passa por mim umas 5 vezes na sua distribuição, foi e é sair da zona de des-conforto. Dá tempo para organizar as ementas semanais, mandar calar a voz que manda parar, olhar para a ribeira e sentir-lhe o cheiro, e mandar calar a voz que manda parar, ouvir muitos, muitos pássaros aquela hora da manhã, e mandar calar a voz que manda parar, rever a lista de trabalho para aquele dia, e mandar calar a voz que manda parar, aproveitar os aspersores ainda a funcionar aquela hora para refrescar e ... já disse, mandar calar a voz que manda parar?? 

Aproveitar o caminho tanto como a meta. É essa a minha aventura pelas corridas. Passar essa metáfora para o dia-a-dia. 








Já chega.

No outro dia, estava a fazer uma retrospectiva das semanas e meses para trás. Nada de melancólio ou demasiado elaborado. Apenas a olhar pelo espelho retrovisor, antes de tomar a próxima direção. Aos poucos, a sair, cada vez mais, a sair da zona de conforto. Pelo menos da minha. Não sei se teve a ver com a chegada dos entas, das muitas leituras que resolvi retomar, leituras do bem, mas o que é certo é que dizer mais vezes Sim ao que sai da alma e do coração, leva a destinos diferentes. No fundo, o mapa que nos vai guiando para os caminhos de maior felicidade. A de cada um. 


E veio esta ideia insistente de Já chega de adiar. Já chega mesmo. 
Experiências novas para este fim-de-semana. Vamos a isto ;)








O Sofá

O Sofá é das peças fundamentais numa casa. Vejamos: lá se deita, estica-se, espreguiça-se, dorme-se, aconchega-se, enfim, aninha-se como os gatos sem vontade de lá sair. Com frio então, basta uma mantinha e é um suplício para a noite, arrastar-se para a cama. Parece que tem mel, o raça da peça!

E isto tudo porquê? A zona de conforto de cada um é assim como o sofá. Quando se dá por ela (ou ele!), está a fazer-se o que se aprendeu e conquistou em fazer e se passou a fazer bem. Por lá se fica, no aconchego do trabalho, amigos, nas mesmas rotinas de ... anos. Está quentinho, não maça, não incomoda ninguém, o ritmo cardíaco mantem-se o mesmo e a vida decorre. Não que tenha mal algum. Às vezes até sabe bem. Mas acontece também que surgem desafios e propostas que obrigam a sair do sofá, daquele conforto. Da zona de conforto. Explorar outras formas de nós próprios, facetas que achamos que não temos ou são difíceis. E se os desafios surgem para acordar? Para dar um abanão...do sofá? Sentir o coração mais acelerado, as dúvidas, as incertezas atacam feitas sanguessugas e isso pode ser bom. Feito com ponderação, calcula-se o risco e avança-se aos poucos. Ninguém está a pedir à D. Anacleta para começar a andar bicicleta já hoje à tarde! Caramba, primeiro ainda tem que gostar de usar calças!

O medo de cair no ridículo, de fazer figura triste é muitas vezes o suficiente para se ficar ali, no quentinho... Na zona de conforto somos nós. Na zona dos outros tentamos ser os outros. Contudo, mesmo na zona dos outros pode-se levar um pouco de nós e fazer à nossa maneira. A D. Anacleta talvez não vista logo umas leggins para subir à bicicleta, mas pode arregaçar a SUA saia e experimentar.
Experimentar:
1. verificar por meio de experiência; ensaiar;
2.pôr à prova; testar

3.tentar

4.provar

5.sentir

(Dicionário online Porto Editora)

Os próximos tempos são de sair do sofá. Durante o dia. À noitinha...ele estará lá de novo à espera, relembrando que aquele espaço sempre irá existir mas que às vezes é preciso ir um pouco mais além. E colocar almofadas de outras cores.