A leveza

Comecei a tomar café já tarde. Não nas horas dos dias, mas nos anos da vida. Assim a sério talvez só há 3 anos para cá e nem sempre. Nestes últimos meses, tornou-se um ritual matinal ir ao mesmo sítio. Mesmo quando os ombros carregam preocupações matinais (por norma empoladas porque na verdade tudo se compõe), subo a rua, entro naquele espaço e peço um café ao balcão. Àquela hora somos quase sempre as mesmas. Mais do que o café, tomo aqueles cinco minutos de conversa, de parvoíces ou confidências, de cumplicidades de amizades leves, que se vão construindo assim. Todas com mais caminho feito do que o meu. Não são mais do que 5 ou 10 minutos. Pago e sigo o caminho. Vou mais leve. Sempre mais leve. E mais do que o vício da cafeína, enraíza-se o vício das pessoas que nos fazem e acrescentam cor aos dias. Obrigada Tina, Manuela e Maria. ♥️

Desço a rua, reorganizo o olhar para o dia: atiro para trás das costas os cinzentos e foco no que hoje, mais do que nos outros dias é importante. A leveza de 12 anos do meu João. Que ainda procura pela mãe, ainda aceita e pede abraços e beijos, que já questiona tanto e me faz saber e acreditar, que aos poucos, o vou soltando para voos mais altos, porque sei que posso confiar, que tem um coração e pensamentos à procura de perguntas e respostas. Sê feliz meu amor. Que privilégio poder ser tua mãe. :) 






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