A net é quase inexistente e usada com muita parcimónia para que chegue até ao fim. Um jejum de TV e boxes que gravam os caprichos deles e meus. Nos primeiros dias há sempre este reajustar às saudades que tínhamos de estar assim e a uma espécie de enjoo inevitável de quem passa tanto tempo junto de empreitada. Às vezes começam a cantar, cada um à vez, do nada. Na mesma proporção há zangas, abraços, risos, amuos, vontades e personalidades à mistura. Longe do contacto com qualquer outro adulto, a não ser a senhora da padaria ou a menina da caixa do supermercado, ficamos entregues a nós mesmos. Esta liberdade de entrega a três, traz consigo esta vulnerabilidade doce da maternidade: todos os dias têm tudo em aberto e já me tinha esquecido, que deixa-los comandar o sabor dos dias, os tempera e expande como só eles o sabem fazer. Está longe de ser uma história cor de rosa, até porque preferimos mais o azul, o verde e o roxo. Crescem depressa eles e têm a doce generosidade, de me deixarem crescer com eles.
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