Entre muita gente. Dar atenção à tia, à avó, ao tio Ernesto que é surdo-que-nem-uma-porta-blindada, aos sobrinhos, aos pais, ao namorado, ao periquito e à tartaruga que desapareceu e entrou em hibernação...no meio das mantas do cão.
O fazer a comida, ir às compras, manter alguma sanidade na casa que nestes dias parece que ganhou vida própria e onde se encontram papéis e papelinhos de embrulho, até no meio do sofá.
O final do ano e dos relatórios de trabalho, apresentações de última hora e reuniões infindáveis onde já ninguém consegue ouvir um terço.
Este é talvez um mês bonito mas com tanta energia a circular, em mais do que uma área de vida e nos vários papéis desempenhados, que parece que invade, com um embate grande quando se anda desprevenido.
Acho que só por vergonha não há mais gente a pedir ajuda por esgotamentos natalícios, ou melhor, por esgotamentos de final de um ano.
Há quem consiga tirar uns dias mas nem sempre dão para respirar e procurar o centro. Alguma coisa não está bem se a sensação de quando se levanta é a de esmagamento pela quantidade de coisas que o dia apresenta.
Tirar meia hora, uma hora que seja ou até mais, não é egoísmo, é sanidade mental. Muitas vezes adiada a favor dos tantos outros que se tem que socorrer mas tão necessária para que tudo à volta funcione tão melhor. Mais importante ainda, que o nosso interior funcione como ele merece.
Equilibrismos de quem somos e quem precisamos ser. Egoísmos saudáveis para sermos muito melhor para todos os outros, começando em nós.
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