A minha prática de Yoga funciona como uma metáfora para uma série de coisas quando me encontro ali sozinha, com o tapete. Entre muitas coisas que seriam impensáveis de fazer há 4 anos atrás, a Sara, a mestre paciente, esteve lá a acreditar por mim, por nós todos que ali estamos.
O Yoga vai muito para lá de mexer músculos e fazer coisas estranhas e bonitas com o corpo. O corpo é apenas o veículo para a verdadeira transformação, a mais importante. Tão individual quantas as pessoas que o fazem.
Às vezes fico parada a olhar. Porque é bonito o que algumas pessoas já conseguem fazer, ou quando a Sara nos mostra o caminho e fico ali a contemplar a beleza de tudo aquilo. Outras vezes, como ontem, a Sara disse simplesmente: Isso, levanta a perna direita, segura o dedo do pé, e agora vira a cabeça para o outro lado.
O que a Sara talvez não imaginasse é que eu sabia que era para virar a cabeça para o outro lado. Sei-o há 4 anos. E depois de algumas tentativas, assumi, que, para já, aquilo não era para mim.
Ontem a Sara disse simplesmente, vira para o outro lado. E confiando que o mestre vê para lá, do que o aluno vê, virei. E permaneci. Pela primeira vez.
Sorrio. Como faço muitas vezes, quando passo um limite pequeno mas tão grande, da zona a que estou habituada.
No meio daquilo tudo fiquei a pensar na importância de termos pessoas, ao nosso redor, que acreditem por nós. Que vejam mais além, onde nós não pensamos sequer chegar.
Ter pessoas que vêm e acreditam por nós, até que tenhamos a força, a destreza, a confiança, para ver e acreditar também.
Quem são as tuas pessoas, as que acreditam por ti, enquanto ganhas forças para ir a sós?
Alguém que acredite por nós. Que está ali, e que já vê as infinitas possibilidades, por nós e connosco.
Quem são as tuas pessoas hoje?
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