Isto ainda é tabú 2#: as de festa.

As de festa

A Raquel, abriu a gaveta. A da cómoda do lado esquerdo. Uma fila muito direitinha, organizada por cores. Lá para trás espreitavam rendas. À frente umas simples, só de uma cor. No meio, umas atrevidas que pouco tapavam mas que anteviam finais felizes, em função dos actores do momento.

Naquele dia, secou o cabelo rapidamente, ainda enrolada no roupão quente, que os fins de dia estavam muito, muito frios. Olhou-se ao espelho, uma ou outra ruga teimosa mas de resto, tudo mais ou menos no sítio. 

Escolhe a roupa, enquanto bebe o seu chá quente de sempre, com um pouco de leite. Para alguns uma mistela, para ela, uma reconforto quente de começar os dias. Tão bom!

E abre a gaveta. A mão, bem treinada, segura as da fila da frente. É 4ª, um dia cheio fora de casa. As da frente, as do conforto. Mas, de repente, fica parada a olhar. E porque não?

Uma mão atónita, vê-se obrigada a procurar bem mais atrás da gaveta e ir buscar lá ao fundo, umas bonitas, pretas, com um pouco de renda, suaves, com toque de seda. As cuecas de festa. E porque não? As cuecas de festa são para aqueles dias em que tudo tem de estar a condizer: os humores, as roupas, o espírito, e o que vai por dentro, onde ninguém chega,  a não ser que a Raquel deixe. Hoje chegam-lhe a ela. 

Observa-se de novo ao espelho. Porque não usar aquelas? Que são de festa? Não serão todos os dias, dias de festa, de celebração? Quer lá bem saber que vá ou não encontrar-se com o Luís, o Vasco ou o Rodrigo. A festa é dela e pertence-lhe todos os dias. Haja cuecas de festa todos os dias, porque todos os dias deve haver festa. Por nós, principalmente, por nós.




P.S.: O namorado da Raquel pensou o mesmo e eis o momento em que vestiu também ele, as suas cuecas de festa.




Tempo de Re´s

Durante muito tempo levei todos os passos da Páscoa a sério. Tempos em que tudo era sagrado e inquestionável. 

Os meus tempos são outros. A Páscoa representa, para além de mais uma boa forma de estarmos ainda mais em comunhão familiar, os Re´s, que vou buscar à ressurreição da igreja católica.

Redescobrir. A mim, aos outros. Cada vez mais. Os que importam. Os que estão mesmo ao mesmo lado, estado por perto ou não, e que valem todos os abraços que lhes conseguirmos dar.

Reinventar. Do velho, fazer novo. De cada dia uma descoberta nova. Olhares novos sobre os mesmos lugares, os mesmos aconchegos. Raramente precisamos de coisas novas. Muitas vezes basta reinventar.

Renascer. Nesta decisão boa, serena e certa de que cada dia é uma bênção tão grande e genuína que merece o esforço, a vontade e o amor certo de sermos merecedores de todos os momentos que queiramos atrair para nós.

Neste sentido...Feliz Páscoa :)

Os Re´s...em imagem.














Desafio: Dia 5#

Voltar a tirar o  pó aos livros. Fazer perguntas, que só assim é que se avança nas respostas e nas dúvidas de todos os dias. Ganhar certezas que sempre cá estiveram mas que demoram tempo a sair. E rir. Rir muito e sempre. 

Chegado ao ultimo dia deste desafio ultra-científico. 

Mais uma pergunta.

E a resposta vem em forma de vídeo porque transcrever toda a página 92 e 93, do Porta dos Fundos fica melhor a ver...


Para desligar

Dias cheios, dias grandes. Partilhas de coração com uma equipa de trabalho que está a crescer, de tamanho e em emoções de quem quer fazer mais e melhor.

Dias cheios, dias grandes. Muita gente a entrar e a sair. Muitas ações para a semana que vem, por norma com partilhas e vivências boas e intensas. Gerir sentimentos, pôr a minha e a cabeça dos outros no sítio. Pensar em conjunto. Deixar o contágio acontecer de quem tem caminho feito. 

Dias cheios, dias grandes. Papéis ainda para pôr em ordem. A cabeça e o coração no sítio. Desligar. Não se saber bem como mas desligar no meio disso tudo. 

Todo o mundo em modo de "mini-férias" e estas muitas coisas a pairar como nuvem que não descola. Uma necessidade imensa de também pensar em apenas estar, sem vir o depois, o que se segue, a antecipação de uma data de coisas que ainda estão para acontecer e que são boas mas que precisam de ficar organizadas antes de lá se chegar. 

Por isso, o plano para estes dias será desligar, sempre que possível, dessa nuvem de coisas e loisas que ainda há para preparar.

No outro dia, ao deitar a mais piquena, dizia-lhe para ela desligar. Que já chegava de perguntas aquela hora e de histórias. (A quantidade impressionante de perguntas que consegue fazer, quando já está enroscada no vale dos lençóis...). Ao que me respondeu, com cara de espanto e de sabedoria: "Mas eu NÃO tenho botão de desligar!". Ela sabe...as crianças sabem sempre.





Desafio: dia 4#

Com algumas horas largas de atraso, porque às vezes os dias não esticam mais (e nem as tecnologias, que nos trocam as voltas...).

Pergunta feita.

Excerto:

"Mas exactamente em simultâneo com o pânico, também conseguia sentir uma testemunha, um eu mais sensato e mais velho, que se limitava a abanar a cabeça e a sorrir, sabendo que se eu acreditava que aquele estado de beatitude era algo que me podia ser tirado, então era porque ainda não o compreendia. Por conseguinte, ainda não estava pronta para o habitar completamente. Teria de praticar mais. Foi no momento em que percebi isso que Deus me deixou escorregar por entre os Seus dedos com esta última mensagem compassiva e não dita:

Podes voltar aqui assim que tiveres conseguido compreender que estás sempre aqui."

pág. 228, Comer, Orar e Amar. Elizabeth Gilbert



Desafio: dia 3#

Neste desafio dos livros tem sido bom partilhar ideias com outras pessoas. Hoje uma querida amiga pedia-me esclarecimentos sobre este método ultra-sofisticado. Por isso, aqui vai:

  • Fazer uma pergunta, sobre si, sobre a santa vidinha, o que se queira.
  • Pegar num livro que se tenha por perto, que se vá buscar.
  • Abrir ao acaso e ler uma das passagens que supostamente será a resposta à pergunta feita.
Simples, divertido! Eficaz? Bom, estão garantidos, 5 minutos de diversão e só por isso, vale a pena experimentar.

E o excerto de hoje, aqui vai:

"ELIMINATE THE NEGATIVE.

AVOID knocking the competition.
It usually serves to publicize them rather than you.
It may win attention, it may win awards but the likelihood is that it won´t win sales.
(It´s also much easier to do)."

pág. 35, It´s Not How GOOD you are, it´s how good you want to be. Paul Arden







Desafio: Dia 2#

Ai as segundas! Tão boas, tão cheias de entusiasmo e vida e sono... 

Há quem diga que tem que repor o sono, ou que este não faz muita falta. Brincalhões!

Por estas bandas está tanto sono para ser reposto que parece-me que, a viver pela esperança média de vida da típica mulher portuguesa, não sei se haverá tempo para tal. 

Uma noite destas dormi um pouco mais que o costume. Quando acordei, ouvi o cérebro a exclamar: "É lá!! Tamanha lucidez existe mesmo?".

Voltando ao desafio, antes que ao caro leitor, lhe dê sono, de tanto se falar em sono. 

Dia 2#. Livros bons de trabalho por perto.

"As crianças passam a vida a querer descobrir o quão poderosas são, para tentarem compensar a inferioridade que sentem por serem "pequeninas". ao exercitarem o poder (através dos maus comportamentos), demonstram que "já são gente", que podem controlar o mundo e os outros (especialmente os adultos!) e que, principalmente, não se deixam dominar. Muitas pensam que só têm valor quando estão "a mandar" (Ui, conhecemos uns adultos assim!)."

página 173, Coaching para pais - estratégias e ferramentas práticas para educar os nossos filhos. Cristina Valente 


Desafio: dia 1#

Tenho uma amiga que é uma descomplicada. Gosto muito dela. Aprendo com ela a simplicidade das coisas, a tirar os efeitos especiais secundários que em nada adiantam à felicidade dos dias. Rimo-nos muito. Também já chorámos juntas. Numa amizade que é, só por si, uma lufada de ar fresco aos dias em que trabalhamos juntas. E nos outros momentos também. Os de sem trabalho. Muito grata por os nossos caminhos se terem cruzado. 

Num dos nossos devaneios, na preparação de uma reunião disse-me ela:
"Isto hoje vai correr bem. Eu sei que vai. Depois conto-te porquê."

Efetivamente correu bem. Tinha tudo para correr bem. Aquela fé, das duas, de quem acredita ser merecedor. Uma certa dose de loucura. E sobretudo, uma sinceridade de estar que me vou habituando a ser o melhor antídoto para as formalidades. Ser-se apenas quem se é. Transparência.

No fim de tudo, e já as duas no carro, em viagem de regresso, em jeito de balanço, perguntei-lhe da conversa do início da tarde.

"Quando tenho dúvidas e incertezas, abro um livro ao calhas, e leio onde os meus olhos caem. Leram coisas boas. A reunião ia correr bem. A reunião correu bem!"

Sim, isto está nos antípodas do método científico. Tem em tudo a validade de um horóscopo de revista. Aliás, menos. O que está inerente a este processo é a fé inabalável de conseguir ver as coisas boas, de acreditar naquilo que não se vê. E é toda essa parte que enche de magia os nossos dias. O que não se vê.

Por isso, a testar, aliás, a viver esse método ultra-super-mega sofisticado, 5 dias a abrir livros ao acaso. Se não surgirem ideias profundas, que se ria pelos acasos dos livros...e dos dias.

P.S.: Lembrei-me. Fazer sempre uma pergunta antes. E depois mergulhar num livro.

Dia 1#:

"Temos de cultivar o nosso jardim. - Voltaire

Pense na sua mente, nas suas emoções e no seu espírito como um jardim. A maneira de garantir uma colheita abundante é plantar sementes como amor, ternura e apreço, em vez de sementes como desilusão, raiva e medo. Comece a pensar nestes Sinais de Ação como ervas daninhas do seu jardim. Uma erva daninha não é um apelo à ação? Está a dizer-lhe: "Você tem de tomar uma providência; precisa de arrancar tudo isto, para abrir espaço para o crescimento de plantas melhores e mais saudáveis." Continue a cultivar os tipos de plantas que deseja, e arranque as ervas daninhas assim que as vir."

(Anthony Robbins - Desperte o Gigante que há em si, pág. 311)




Drogas leves

Dos dias de avesso.
Das noites de pouco dormir.
Das pessoas cinza, das pessoas cheias de cor e afectos que nos rodeiam.
Das nossas escolhas, diárias, muitas. 
Dos Nãos que se dizem por dentro, que se manifestam por fora. Aos poucos, aos poucos, chega-se lá. Mais botões reset/delet em ação. 
Das muitas marchas atrás e de seguir em frente mesmo assim.
Dos mimos bons, de gente que está sempre, sempre lá. Que diz com meiguice tudo o que nos faz bem.
Dos que estão perto. Dos que estão longe, mas tão perto dentro de nós. 
Das gargalhadas boas que só ela (ainda hoje de manhã!), e só ele (com um sentido de humor tão bom!) me fazem arrancar e que aprendo a olhar, cada vez melhor. Viver aquele momento, agora.

Destes dias e momentos todos.

E de como me esqueço que quando a mente se turva, há drogas leves, baratas, quase, quase gratuitas, como pôr esta (ou qualquer outra...) música aos altos berros.
E abanar o esqueleto... ainda se usa essa expressão? 

Já se ouve aí? ;)


E porque...

... às vezes só precisamos da contrariedade certa. 
De largar tudo o que não nos faz bem. De perceber que é agora e não no depois.
Que depende muito do já. E parar de adiar.

E esta frase que gosto tanto e que me inspira sempre que é preciso dar a volta.


Porque hoje é 2ª: 2#





Vou só ali num instante reagir e:

  • comer uma sopa quente e um chocolate (quente ou frio, de todas as cores, completamente a favor da variedade étnica e a do chocolate);
  • olhar ao espelho e mandar uma gargalhada (para quem ainda não experimentou não sabe o que perde. Cuidado só para não estar ninguém por parte...nunca se sabe);
  • e aproveitar o sol, só por 10 minutos, 5...vá 30 segundos. Mas estes ninguém mos tira.


Certezas de Sempre 1#

Os últimos tempos foram de vários sobressaltos, abanões que nos acordam e nos fazem pensar:
o que importa,
o que é descartável, 
com quem contamos, 
quem vale a pena ir ficando. 

Acalmada a tempestade (espero!), reposta alguma ordem no seu devido lugar (só por um pouco, sim?), e serenado o coração (dêm-me só mais uns dias para os batimentos voltarem à anormal, normalidade), enche-se o peito (não necessariamente de silicone...) e olha-se para o horizonte, tendo por perto, muito, muito perto, todos os abraços que venham por bem e que estão para ficar sempre.

Por isso, esta certeza de sempre, para hoje, amanhã e sempre.


Happy face

Uma colaboração boa, mesmo que à distância, de quem acredita na nossa escrita e que valida um pouquinho, aquilo que já se sabe por aqui...que escrever me faz bem em tantos sentidos, que um dia destes escrevo sobre isso também.

Uma parceria HappyWomanDetails, em forma de pergunta e desafio, durante uma semana.

Para ver aqui..





Destes dias

Dos momentos grandes,
que se transformam em dias grandes
e em semanas ainda maiores.

De respirar muito,
uma e outra vez.

De encontrar energias, nos abraços por perto e à distância e de saber,
que tudo passa,
em forma de ciclo.






À procura de respostas

A vida dá cambalhotas, reviravoltas. Levanta-nos perguntas. Perguntas difíceis, sobre questões de morte, de vida, de voltar a acreditar, sobre nós, os outros.

Gosto da matemática. Sim, pode não ser muito sedutor e não é certamente assunto interessante para ser tratado num qualquer evento social...a não ser que seja de matemáticos. Sei que gosto porque sei que para os problemas que coloca, sei que tem uma solução. Mais volta, menos volta, tem solução. Haja paciência e criatividade sábia, para lhe encontrar o caminho da verdade. Da solução certa. E não é uma ciência tão exacta quanto isso. Há tanto caminhos para encontrar a mesma solução...

Parece-me que na vida há tantas semelhanças. Ter a paciência de encontrar-lhe os caminhos, as respostas, mas saber que no fim, haverá uma porta  a abrir. A certa para nós. Ter a grande criatividade de encontrar a magia dos dias, das respostas. Haja paciência e criatividade sábia para lhe encontrar o caminho da verdade.

E esta boa leitura, a fazer companhia neste caminho.










A ela.

Faz mais ou menos 4 anos.

Há mais ou menos 4 anos, ela tinha 1. A vida estava virada do avesso. Aliás, pensava eu. Porque a vida virou-se ainda mais, nos meses seguintes. O primeiro aniversário dela foi marcado pela vontade férrea de não baixar os braços, de acreditar sempre nos dias de primavera e verão, por maior que fosse o frio do inverno daquele ano. E foi gelado. Às vezes ainda penso nele. Para me lembrar das perdas duras. Não faz mal, ajuda a dar importância ao que é importante. A crescer. 

Eu cresci muito nestes 4 anos. E o blog também. 4 anos de blog. Obrigada a quem por cá passa. A quem partilha. A quem tem ajudado a chegar tão mais longe. 

Ela cresceu muito mais. Ela fez 5. A minha doce princesa Pirata, que pediu, porque pediu que não lhe oferecessemos bonecas e que o bolo fosse de dinossauros... "As princesas são muito chatas." E só aí percebi, que ser piratinha, é tão melhor que ser-se princesa.

Obrigada ao blog.

Obrigada sobretudo a ti Maria, por ajudares a crescer tanto e a ver o mundo com um colorido tão melhor. 




Voltar ao ponto.

As vezes o nosso ponto de chegada é o nosso ponto de partida. 
Fazer escolhas, passa por conhecer, desafiar experimentar novos caminhos. 
E não tem mal nenhum, voltar ao que realmente nos faz bem e feliz.

As vezes, o ponto de partida,
ficou à espera que la voltássemos,
com a certeza,
que era ali que pertencíamos. 

Imagem bonita de Darkroom