Tenho uma amiga que é uma descomplicada. Gosto muito dela. Aprendo com ela a simplicidade das coisas, a tirar os efeitos especiais secundários que em nada adiantam à felicidade dos dias. Rimo-nos muito. Também já chorámos juntas. Numa amizade que é, só por si, uma lufada de ar fresco aos dias em que trabalhamos juntas. E nos outros momentos também. Os de sem trabalho. Muito grata por os nossos caminhos se terem cruzado.
Num dos nossos devaneios, na preparação de uma reunião disse-me ela:
"Isto hoje vai correr bem. Eu sei que vai. Depois conto-te porquê."
Efetivamente correu bem. Tinha tudo para correr bem. Aquela fé, das duas, de quem acredita ser merecedor. Uma certa dose de loucura. E sobretudo, uma sinceridade de estar que me vou habituando a ser o melhor antídoto para as formalidades. Ser-se apenas quem se é. Transparência.
No fim de tudo, e já as duas no carro, em viagem de regresso, em jeito de balanço, perguntei-lhe da conversa do início da tarde.
"Quando tenho dúvidas e incertezas, abro um livro ao calhas, e leio onde os meus olhos caem. Leram coisas boas. A reunião ia correr bem. A reunião correu bem!"
Sim, isto está nos antípodas do método científico. Tem em tudo a validade de um horóscopo de revista. Aliás, menos. O que está inerente a este processo é a fé inabalável de conseguir ver as coisas boas, de acreditar naquilo que não se vê. E é toda essa parte que enche de magia os nossos dias. O que não se vê.
Por isso, a testar, aliás, a viver esse método ultra-super-mega sofisticado, 5 dias a abrir livros ao acaso. Se não surgirem ideias profundas, que se ria pelos acasos dos livros...e dos dias.
P.S.: Lembrei-me. Fazer sempre uma pergunta antes. E depois mergulhar num livro.
Dia 1#:
"Temos de cultivar o nosso jardim. - Voltaire
Pense na sua mente, nas suas emoções e no seu espírito como um jardim. A maneira de garantir uma colheita abundante é plantar sementes como amor, ternura e apreço, em vez de sementes como desilusão, raiva e medo. Comece a pensar nestes Sinais de Ação como ervas daninhas do seu jardim. Uma erva daninha não é um apelo à ação? Está a dizer-lhe: "Você tem de tomar uma providência; precisa de arrancar tudo isto, para abrir espaço para o crescimento de plantas melhores e mais saudáveis." Continue a cultivar os tipos de plantas que deseja, e arranque as ervas daninhas assim que as vir."
(Anthony Robbins - Desperte o Gigante que há em si, pág. 311)
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