Ideia para esta semana


Há muitas coisas que nos ensinam na escola. Umas mais ou menos úteis. No outro dia a minha Maria dizia-me que se deveria de ensinar a cozinhar e o João acrescentou que era importante ensinar a gerir o dinheiro. Verdade. Cada um com os seus gostos e interesses! Por isso é que, para além da escola, cada um de nós, pode criar a sua própria Universidade Pessoal, com as mais variadas disciplinas. E temos tantos recursos à nossa disposição! Uma das áreas pelas quais me tenho debruçado mais nos últimos anos tem sido a organização pessoal. Gerir as várias áreas pessoais e de trabalho, os muitos projetos e interesses, mantendo ao mesmo tempo uma certa leveza e sanidade mental é um jogo que se aprende com o tempo e com vontade. Foi essa necessidade de sentir leveza e dar, cada vez mais, bom uso aos dias, abraçando ao mesmo tempo áreas que me preenchiam, que me fizeram chegar até à Thais Godinho. 

A Thais Godinho faz parte das minhas leituras diárias e semanais há uns três anos. Primeiro no blogue e depois a partir dos livros dela. O ano passado, finalmente, consegui entrar para o curso completo dela. É especialista em organização pessoal. Pelo meio houve vários workshop e ações que a Thais promove ao longo do ano, de forma gratuita. Esta semana começa mais um Organize-se em 2021 e para tal, basta acederem a este link e inscreverem-se. 

Fica a dica. 





Bolha de Oxigénio

A repetição das notícias. 
O número crescente e a sensação do cerco a apertar, o da liberdade e da ansiedade  de parecer que pode ser cada vez mais provável bater à nossa parte ou dos nossos, a palavra positivo. 

Todos nós, em alguma altura ficamos aflitos. Ou entramos em negação. Ou conseguimos encontrar o nosso porto seguro. Parece um ciclo que vai desgastando pelo tempo que está a levar. 

Neste final de semana, estive com a Sara, mestre do Yoga (e da Vida...) de quem já falei aqui. A nossa proposta era dar um contributo para melhorar o bem estar. Falar um pouco sobre o que estamos todos a passar, olhar para a respiração e terminar com uma prática de meditação. 

Foi um tão boa surpresa ver tanta gente a querer encontrar respostas. Cuidar de dentro para fora. Cuidar do corpo, dos nossos pensamentos e das nossas formas de sentir. Fala-se ainda pouco de bem estar emocional. Não se vê mas a verdade é que se manifesta e tem um impacto profundo também nas dores físicas que temos. 

Para quem não pode estar, fica o primeiro exercício de Bolha de Oxigénio, em três simples passos.











  1. conhecimento - o que se passa connosco? Quando nos sentimos ameaçados, ficamos em estado de alerta, à procura de onde vem o perigo e o que devemos fazer para lidar com ele. Este estado de ameaça é desencadeado por notícias, a conversa com os outros, as redes sociais. Esta será a parte irracional, mais animal que ainda temos, que nos faz estar preparados para o que der e vier. É por isso natural, sentirmo-nos cansados, frustrados e com ansiedade. É bom conseguirmos encontrar as melhores formas de lidar com os perigos. Não é tão bom quando o nosso estado de alerta é constante porque estamos continuamente a ver as últimas informações e dados, ou a procurar mais uma opinião. Precisamos de ter tanta informação e estímulo, para sabermos o que é mais importante para nos mantermos seguros?
  2. controlo ou não controlo.  Nesta parte, foi pedido para desenharem numa folha, uma bolha. Queres desenhar também? A tua bolha de oxigénio. Na parte exterior dessa bolha, escrever tudo de que nos lembramos, que não está sob o nosso controlo. Aquilo que neste momento, mais causa ansiedade, mas em relação ao qual, pouco ou nada podes fazer. Para além dos nossos pensamentos e o que sentimos (e mesmo assim, a trabalheira que tal dá...), controlamos muito pouco.
  3. bolha de Oxigénio. Então se não controlo uma pandemia inteira, se a vizinha sacode o tapete para cima da minha varanda, se as crianças sentam ou não na mesa quando pedimos, o que sobra? Sobra a nossa Bolha de Oxigénio. O que posso fazer, que só dependa de mim, para me sentir mais leve, mais tranquila e em Paz. No Yoga, Tomás Zorzo um grande mestre do Yoga, disse uma vez que alcançar a Paz, apesar do que nos rodeia, é o grande desafio. Apesar da pandemia, apesar de ter que ir trabalhar fora de casa, apesar de fazer parte do grupo de risco, de ter o vencimento reduzido (ou perdido...), o que depende de mim? O que posso fazer hoje, neste momento, para alcançar um pouco mais de tranquilidade interior? O que vou escrever dentro da minha Bolha de Oxigénio? 
Na partilha de ideias houve espaço para respostas como:
"Preciso de estar um pouco sozinha todos os dias. 
Gosto de meditação.
Tem-me feito bem mexer na terra, plantar...
Preciso de rir, e então vejo vídeos e rodeio-me de pessoas que alimentem esse meu lado. 
Gosto de ler.
Caminhar, na minha bolha está caminhar. Ou apanhar sol quando dá."

E podia ser dançar, conversar com alguém, rezar, ajudar um amigo. 

Tirar 2 minutos e escrever: O que posso fazer hoje, neste momento, para alcançar mais tranquilidade? Como vai ser a minha Bolha de Oxigénio?

As bolhas de oxigénio não são rígidas, elas tocam-se umas nas outras. Podem e devem apoiar-se. E quando apesar de todos os esforços, mesmo assim, a nossa Bolha de Oxigénio não for suficiente, é pedir ajuda. Isto está para durar e o fator imprevisível é das poucas certezas. Por isso, cuidemos do que depende de nós, de dentro para fora. 







Controlar ou não controlar... eis a questão!

Acabamos de nos sentar no sofá para ver aquela série, e a luz falta.

Saimos de casa com tempo e somos apanhados num trânsito caótico.

Estreamos um vestido novo e cai uma carga de água.

São 13h de sábado ou domingo e são horas de recolher. 

Estamo-nos a preparar para descansar e recebemos mais uma vez, uma chamada do Centro de Saúde a avisar do isolamento para um membro da nossa família. Foi assim da primeira vez e vai acontecer, certamente, mais algumas. O mundo virado do avesso quando só queríamos ir jantar descansados. Há uma série de logísticas para tratar entre trabalho que se desmarca ou mantém, (re)organizar os espaços em casa, comunicar a uma série de pessoas com quem se possa ter estado mais do que 2 minutos, repensar nas ementas a ter porque afinal, em vez de ninguém almoçar em casa, passa a haver sempre alguém e o efeito bola de neve, não termina. Cenário familiar? 

A sensação de insegurança e de desconforto nascem nos momentos que nos fogem ao controlo. Os acontecimentos, em cada dia, sucedem e há uma série deles, senão a maioria, não dependem da nossa ação direta. 

Há uma série de acontecimentos que não estão e nem nunca estiveram sob o nosso controlo, isto já bem antes da pandemia. Mas há outros tantas ações que dependem de nós: 

  • a forma como acolhemos o que nos acontece - Fiz tudo o que pude em relação a esta situação? O que não depende de mim, a mim não me pertence. Posso fazer algo para mudar o resto? 
  • a alternativa que procuramos face ao sucedido, com novas respostas e ações - Se não é possível o plano A, como tirar o melhor partido desta situação?
  • a aprendizagem para o futuro - Numa próxima vez posso...

Não controlamos a chuva, mas podemos ver a previsão do tempo e levar um chapéu.

Em vez da série aproveitamos para descansar mais cedo ou telefonar a um amigo.

Ou ainda, e como agora acontece, a tantos de nós, mais cedo ou mais tarde, a ficar em isolamento, aproveitar para planificar a estadia forçada por casa. 














3 ideias: recomeçar o dia, a semana, o mês... e o Ano!

Recomeçar todos os dias. 



Das mais valiosas lições de sempre e mais ainda deste último ano que tanto nos tem desafiado a esticar vontades. Vamos sempre a tempo de recomeçar seja nas amizades, no amor, nos sonhos adormecidos. 

Ontem, os inquilinos mais novos cá de casa diziam que lhes ia custar retomar a escola, que lhes tinha sabido tão bem, este aconchego de casa, de nós os 4, sem tantos horários e com muito mais liberdade para serem e estarem. 

Hoje quando os deixei de manhã, despediram-se com um beijo rápido, olhar fixo nos amigos, de quem já tínham (muitas!) saudades. Fiquei por breves momentos à espera, não fosse preciso mais alguma coisa mas nem um olhar fugaz deles para trás.

Sabe bem estar e sabe bem ir para o tal recomeço. Mesmo que de início custe um pouco, sabemos que nos faz bem. 

Isso fez-me pensar como ter a parte boa, dos dois Mundos, o aconchego de casa e a aventura fora dela. Como prolongar, aquele gosto de férias, mesmo já não estando? 

3 ideias:

  • Começar o dia com o selo de um Hotel 5 estrelas: fruta, omeletes recheadas, pão torrado, cereais, leite morno e uma vela à mesa. Para os mais audazes pode ainda haver panquecas ou os deliciosos scones de iogurtes, muito rápidos de fazer. Fica a receita, feita nas nossas férias de Natal, da minha guru das lides domésticas, Joana Roque: Scones de Iogurte.

  • DJ dos Reis: até dia 6 ainda é oficial e pode-se abusar das músicas de Natal. Convidá-los a escolher músicas para ouvir enquanto se termina de fazer a refeição do fim do dia, se coloca a mesa ou se está a jantar. 

  • Festa familiar de pijama: seja à volta da lareira, com mantas ou dentro da cama, juntarmo-nos a eles, já de pijama, para ler. Para ou com eles. Mas todos de pijama e com um livro na mão.