Acabamos de nos sentar no sofá para ver aquela série, e a luz falta.
Saimos de casa com tempo e somos apanhados num trânsito caótico.
Estreamos um vestido novo e cai uma carga de água.
São 13h de sábado ou domingo e são horas de recolher.
Estamo-nos a preparar para descansar e recebemos mais uma vez, uma chamada do Centro de Saúde a avisar do isolamento para um membro da nossa família. Foi assim da primeira vez e vai acontecer, certamente, mais algumas. O mundo virado do avesso quando só queríamos ir jantar descansados. Há uma série de logísticas para tratar entre trabalho que se desmarca ou mantém, (re)organizar os espaços em casa, comunicar a uma série de pessoas com quem se possa ter estado mais do que 2 minutos, repensar nas ementas a ter porque afinal, em vez de ninguém almoçar em casa, passa a haver sempre alguém e o efeito bola de neve, não termina. Cenário familiar?
A sensação de insegurança e de desconforto nascem nos momentos que nos fogem ao controlo. Os acontecimentos, em cada dia, sucedem e há uma série deles, senão a maioria, não dependem da nossa ação direta.
Há uma série de acontecimentos que não estão e nem nunca estiveram sob o nosso controlo, isto já bem antes da pandemia. Mas há outros tantas ações que dependem de nós:
- a forma como acolhemos o que nos acontece - Fiz tudo o que pude em relação a esta situação? O que não depende de mim, a mim não me pertence. Posso fazer algo para mudar o resto?
- a alternativa que procuramos face ao sucedido, com novas respostas e ações - Se não é possível o plano A, como tirar o melhor partido desta situação?
- a aprendizagem para o futuro - Numa próxima vez posso...
Não controlamos a chuva, mas podemos ver a previsão do tempo e levar um chapéu.
Em vez da série aproveitamos para descansar mais cedo ou telefonar a um amigo.
Ou ainda, e como agora acontece, a tantos de nós, mais cedo ou mais tarde, a ficar em isolamento, aproveitar para planificar a estadia forçada por casa.
Sem comentários:
Enviar um comentário