Era mais um dos 50 livros da lista de desejos. Recomendado pela minha Sara, que para mim corresponde a uma espécie de ser iluminado a que tenho acesso, sem ter que subir aos Himalaias ou ir ali à Índia. Calhou ser lido por estes meses e tornou-se um ritual, a seguir ao dia de trabalho e antes de começar aquele outro trabalho de casa, sentar e ler umas páginas. Apresento...
Porque é bom para... ... Pais? Porque ajuda a relativizar o que não interessa e a que damos muita importância. É uma espécie de respirar antes de... Antes de começar a tratar do jantar, antes de ir dar-lhes o banho e inundar a casa de banho, antes de os acordar, antes de ir ajudar com os trabalhos de casa e por aí fora. É um livro que ajuda a respirar ao ritmo certo. Como se fosse uma massagem ou uma boa meditação mas em forma de leitura.
...Crianças? Para as crianças é bom para verem. Deixá-los explorar o livro, perguntarem pela capa, quem são estas pessoas e falar-lhes um pouco da vida delas. E partilhar um ou outro facto interessante. Despertar a curiosidade para que, quando tiverem maturidade para tal, sintam vontade de o explorar. Algumas perguntas para as crianças: Já reparaste nas caras tão diferentes destas duas pessoas? Que engraçado... mas estão os dois a sorrir, mesmo parecendo tão diferentes. O que achas disso? Será que todas as pessoas sorriem, divertem-se, gostam de brincar? O que será um livro sobre a alegria? O que é para ti a alegria? Lembras-te de um momento alegre do dia de ontem?
...Adultos-não-Pais? Nem sei bem por onde começar, porque é um livro tão bem escrito que fala sobre o ser Humano, sobre a humanidade em cada um de nós, num tom prazeroso, descontraído em que sentimos que fazemos parte da conversa destes dois grandes homens. Houve momentos em que viajei até ao Tibete e isto numa altura em que as fronteiras estão fechadas é um achado. Fala sobre a Alegria e a capacidade de a encontrar mesmo quando parece não existir e das nossas escolhas sobre os outros sentimentos e vivências que temos e como transformá-los. Fala sobre a aceitação. A aceitação da humanidade de cada um, a nossa e a dos outros, a partir de histórias reais, a deles, a de outros.
Ontem foi dia de consultas. Mesmo à distância, o cuidado, afeto e respeito está lá. Ontem fechou-se um ciclo para uma das mães. Uma mãe-guerreira que insiste em seguir o que lhe faz sentido para bem de todos lá de casa. Uma mãe que passou a ouvir e a respeitar mais o seu coração e a receita que vai fazendo sentido à medida que os filhos lhe crescem a olhos vistos. Uma mãe com camadas, com camadas de cebola, como me dizia. E que imagem linda e poderosa. Todos nós temos camadas que fomos construindo, ou impostas por terceiros, lendo, descobrindo e que às vezes vão tapando, as nossas verdades para com os nossos filhos. As verdades para connosco mesmos. Tenhamos ou não filhos. Ninguém sabe melhor, na esmagadora maioria, o melhor para os filhos, do que as mães e os pais. Podemos ter dúvidas, ter falta de informação ou conhecimentos. Mas uma vez que tenhamos todos os ingredientes na mão, cabe a cada mãe, a cada pai, encontrar a mistura dos ingredientes que mais faz sentido para a sua família. Tão única. Por isso, agradeço a esta mãe por esta definição tão simples do que foi, para ela, este processo: tirar as camadas para sair o que precisava de sair - a sua verdade de cuidar da sua família. Ainda há alguns preconceitos sobre recorrer a consultas, pedir ajuda. Este fim-de-semana falou-se muito disso nas redes sociais. É normal, foram muitos anos com a ideia de que só recorre ao psicólogo ou ao psiquiatra quem está maluco. Ainda hoje oiço este tipo de frases. Contudo, é preciso uma tremenda lucidez para o fazer. Para tirar as camadas de dúvidas, incertezas e deixar sair a verdade de cada um. Por isso hoje, um abraço grande, grande a todas as Pessoas-com-camadas-de-cebola e em particular às Mães e Pais que insistem em irem mexendo nas suas camadas, com a vontade de pedirem ajuda.
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Podia ser a bolacha americana ou a bola de Berlim mas são ideias de livros. Ora para Pais, ora para filhos ou para nenhum dos dois e no fundo, para todas as pessoas que gostem de ler muito, ou nem por isso.
Baby Blues é uma coleção que conta com mais de 3 dezenas de livros. Em formato de Banda Desenhada, conta a história de um casal ao longo do processo de se construírem pais, felizmente com muito bom humor. Já perdi a quantidade de vezes em que ofereci o livro a amigos que vão ser pais pela primeira vez ou então aos que têm mais que um. Porque é bom para... ... Pais? Não exige muita concentração. Lê-se meia página e está feita a leitura do dia. Embora seja difícil de parar de ler. Facilmente nos identificamos com as situações. Afinal somos muito pouco originais nos desafios diários com os nossos filhos. E faz-nos rir, do ridículo, em que todos nós, por vezes estamos metidos. ...Crianças? Identificam-se com os miúdos da história. Acham graça à relação entre irmãos. Lêem com rapidez e sentem que estão a avançar rapidamente no livro. Perigoso para crianças que gostam de ideias novas para pisar o risco em casa. Os meus pegaram nesta coleção a partir dos 7/8 anos e ainda hoje adoram reler. E eu também. ...Adultos-não-Pais? Excelente método contraceptivo ou então tem o efeito oposto - acelera o relógio biológico. Leitura prazerosa e que facilmente cativa. Afinal, todos nós também somos filhos, ou tios,ou temos irmãos.
Rodeados de vídeos e imagens, com mais ou menos filtros, estão mascarados corpos e rostos numa ilusão do que é, ou não real. Quando alguém diz que estou gordo ou tenho uns quilos a mais, normalmente é em comparação, não só consigo mesmo, mas também com as restantes 2385 imagens que tem na cabeça. A comparação. E se vivêssemos numa ilha, que importância teriam os quilos a mais ou a menos? As sardas, os cabelos brancos, as rugas, as estrias, as cascas de laranja, de tangerina e de pepino? Lia hoje, como a indústria de roupas e afins está tão bem oleada para nos influenciar e fazer sentir que precisamos "só" mais aquilo para... (cada um que preencha o que precisa ser preenchido). Faz parte de crescer e desenvolver, desde tenra idade, esse confronto com a imagem que se tem, com o que se imagina que se teria que ter. Meninas com 8, 9 anos que começam a dizer que são muito magras, ou muito gordas, ou muito altas ou muito baixas. Mas... em relação a quem? Afinal, o que é que nos define num Mundo onde as imagens estão por todo o lado? O que é que nos define? Este vídeo é poderoso. A Lizzie é poderosa. Mais poderoso ainda é ver uma plateia de Mulheres Adultas, tocadas com a força das suas palavras, por serem reais, sentidas e conquistadas. Afinal, o que é que define o teu filho, a tua filha? O que é que te define como Mãe, como Mulher, como Pai?
Para estas e outras questões. Marcações para a última semana de junho e mês de julho abelpb@hotmail.com e 967 09 590.
Sou Mãe. Mas também sou tantas outras coisas e são todas essas que me fazem ser Também Mãe. Melhor Mãe. Gosto de maternar. Mas também gosto de tantas outras que me fazem ser Melhor Mãe. E não é preciso pedir licença ou desculpa pelo aquilo que sou ou quero fazer. Somos um pacote completo que não tem que se compartimentar ou sofrer nesse processo. Contrariamente ao que muito se diz por aí ou a história que nos quiseram fazer acreditar. Gosto de dançar, então danço com os meus filhos, ou sozinha. E então? Gosto de cantar, mal, mas de cantar. A gritar pela casa ou no carro. De pôr música alta quando me diz algo. De meditar mesmo que tenha fechado a porta e é precisamente nessa altura que tenham a dúvida número 378 do dia, urgente, ultra-urgentíssima e andem à minha volta à espera que pare de respirar como se estivesse com falta de ar. (O que é que se passa com a mãe??). De comer spirulina com iogurte e ficar tudo verde e eles dizerem a primeira (e a segunda, e a terceira...) vez: Que nojo mãe! Libertar do peso da culpa de uma ideia que se imaginou que seria ser a Mãe ou o Pai perfeito. E isso lá existe? Deseja-se que não. Porque não queremos filhos perfeitos, que tenham medo de ser o que querem ser, dizer, fazer. Queremos filhos que respirem, como os Pais Respiram, sendo simplesmente quem são. Por isso, para termos filhos que Respirem, sejamos cuidadores também de nós, para respirarmos bem, todos os dias. Para hoje enumerar 5 ações ou coisas só suas que lhe façam bem e que facilmente lhe ponham um sorriso no rosto. Fazer uma por dia, durante a próxima semana, melhora os níveis de bem estar com os mais novos. Vamos a isto? Ah... e vem aí uma Nova Oficina para "PaisqueRespiramAmamMelhor. Online a 27 de junho às 14h. Para todos os Pais e Educadores que querem (re)aprender a encontrar o seu espaço no meio do barulho dos dias com crianças. Mais informações e inscrições: abelpb@hotmail.com.