Desta coisa de sermos nós próprios e aprendermos a gostar de sê-lo.
Banhos
Às vezes quando os tiro do banho e há aquele impacto do quente, quente da água, ao sair para o mundo de fora, agarram-se ao lençol e dizem que têm frio.
No compasso de espera em que os visto, em que se vestem, jogamos um jogo. Dizemos todas as palavras que nos lembram o calor:
abraços
mantas
chocolate quente
gorros
luvas
lareira
praia em dias de calor
e de novo abraços.
Tantas possibilidades para brincar com palavras.
Que palavras dizer para quando estamos:
tristes?
desiludidos?
sem esperança?
cansados?
Funciona. O poder das palavras funciona porque a mente não tem limites e a mente está ligada às nossas emoções. E as nossa emoções estão ligadas à forma como mudamos a forma como pensamos. Simples.
Vamos cuscar? 7#
Deixava os meus miúdos-tesouros logo pela manhã. Lembro-me que nos cruzámos algumas vezes. Umas vezes à chegada deles, outras vezes quando havia papeladas para tratar. E nas festas de final de ano. Sempre metida em ações dinâmicas. Recordo-me da forma despachada e prática como resolvia o que havia para fazer, indo ao cerne da questão.
Uma entrega grande, diária. Um espírito jovem que nada tem a ver com a idade mas antes como uma forma de estar perante a vida, os dias, as situações. Não tem um pouso fixo e tornou isso uma forma de vida e de estar com os outros. Vai para onde for preciso, deixando os que ficam, sempre com saudades da sua forma de ser. Neste momento está numa missão em Moçambique, a fazer a diferença na 1ª pessoa.
Retomamos o contacto via facebook. O lado bom do facebook. Vi um vídeo que postou. Sempre fazendo a ligação nas muitas palavras de fé que acredita e que põe em prática. Era um domingo de manhã. Os meus meninos-tesouros ainda de pijama, cabelos desgrenhados, a comerem o pequeno-almoço e a ver bonecos, sem relógios, sem pressas. Felizes. E eu a ver aquele vídeo, da Irmã, com um grupo de miúdos de sorriso rasgado, felizes por mais um chocolate. Um respeito, um amor tocável, à distância de cá. Não interessa mesmo a cor dos miúdos. Temos que ver para lá disso. Não interessam as roupas, os sapatos (a falta deles). Interessa-me a felicidade no rosto, a partilha, a simplicidade dos miúdos. Dos meus, e dos de lá e os de toda a parte.
Pensei como haveria de mostrar aos meus as imagens. Não queria que se centrassem na cor da pele, nas roupas, nas casas, na terra. Eles gostaram muito de ver e conseguiram ver os sorrisos, a felicidade de um chocolate. O respeito pelos mais novos. Ouço a irmã Patrícia a dizer "Primeiro os mais novos.". E os mais velhos a chegarem-se para trás. Um deles, vai buscar um pequenito. Pega-lhe ao colo. Também ele recebe o chocolate. A questão não é o chocolate. É o respeito adquirido. Do outro, para além do eu imediato.
Bem haja Irmã Patrícia.
Uma entrega grande, diária. Um espírito jovem que nada tem a ver com a idade mas antes como uma forma de estar perante a vida, os dias, as situações. Não tem um pouso fixo e tornou isso uma forma de vida e de estar com os outros. Vai para onde for preciso, deixando os que ficam, sempre com saudades da sua forma de ser. Neste momento está numa missão em Moçambique, a fazer a diferença na 1ª pessoa.
Retomamos o contacto via facebook. O lado bom do facebook. Vi um vídeo que postou. Sempre fazendo a ligação nas muitas palavras de fé que acredita e que põe em prática. Era um domingo de manhã. Os meus meninos-tesouros ainda de pijama, cabelos desgrenhados, a comerem o pequeno-almoço e a ver bonecos, sem relógios, sem pressas. Felizes. E eu a ver aquele vídeo, da Irmã, com um grupo de miúdos de sorriso rasgado, felizes por mais um chocolate. Um respeito, um amor tocável, à distância de cá. Não interessa mesmo a cor dos miúdos. Temos que ver para lá disso. Não interessam as roupas, os sapatos (a falta deles). Interessa-me a felicidade no rosto, a partilha, a simplicidade dos miúdos. Dos meus, e dos de lá e os de toda a parte.
Pensei como haveria de mostrar aos meus as imagens. Não queria que se centrassem na cor da pele, nas roupas, nas casas, na terra. Eles gostaram muito de ver e conseguiram ver os sorrisos, a felicidade de um chocolate. O respeito pelos mais novos. Ouço a irmã Patrícia a dizer "Primeiro os mais novos.". E os mais velhos a chegarem-se para trás. Um deles, vai buscar um pequenito. Pega-lhe ao colo. Também ele recebe o chocolate. A questão não é o chocolate. É o respeito adquirido. Do outro, para além do eu imediato.
Bem haja Irmã Patrícia.
Vamos Cuscar?
Idade: 36
Naturalidade: Alferrarede - Abrantes
Comidas preferidas: Todas as que a minha mãe faz!
Um livro a não perder: Esta sim é uma pergunta verdadeiramente difícil… pois são tantos os imperdíveis… mas faço um exercício… fecho os olhos por alguns segundos e penso naquele que mais me marcou nos últimos tempos “O Preço a pagar” de Joseph Fadelle.
Se pudesse convidar alguém famoso (vivo ou morto) para jantar, quem escolheria e porquê?
Convidava Maria Rivier, a fundadora da minha congregação e durante o jantar ia-lhe perguntar se ela vivesse hoje, o que faria de concreto por este mundo... uma vez que ela começou a congregação em plena revolução francesa, quando as igrejas eram fechadas. Padres e freiras eram expulsos e alguns mortos... E apenas tinha 1 metro e 32 centímetros de altura com saltos... (risos)... e foi para a frente sem recear nada e ninguém. Quando morreu tinha aberto 148 casas e escolas em França onde os pobres tinham o primeiro lugar... E hoje...o que faria?
Um longo caminho a percorrer… um história simples de amor. Há quem ainda pense que se é “freira” por desgostos amorosos ou uma qualquer frustração… não! Esta vida é uma QUESTÃO de Amor… se não amo não faz sentido estar aqui. Mas posso partilhar um pouco da minha história… sempre fui um “pouco” rebelde e inconformada… sempre procurei algo mais do que aquilo que o momento me poderia oferecer. E aos 13 anos num encontro de jovens e mais especificamente num momento de adoração senti interiormente que Deus me queria para Ele… às vezes pensa-se também que para se ser freira tem que nos aparecer um Anjo ou algum acontecimento assim espetacular… não, nada disso… a vida é simples e feita de simplicidade… a partir desse momento sentia interiormente o que queria mas não deixei de viver a minha adolescência e juventude como todos os jovens da minha idade… saía à noite, tive namorados, e experiementei tudo o que tinha que experimentar sabendo que havia um limite dada a escolha de vida que me propunha seguir.
A questão familia também não foi
fácil, pois não entendiam como poderia eu, cheia de vida e com todas as
condições para ser aquilo que quisesse ser no mundo, queria agora ir para um
convento…. Foi difícil a aceitação… mas quando nos sentimos chamadas para
seguir Jesus não há nenhuma força que nos puxe para trás… mesmo que as lágrimas
caiam e que a dor pareça submergir-nos… entrei para o convento com 18 anos
depois de terminar o 12º ano… desde esse momento houve uma sucessão de passos…
de vida cheia de alegria e também sofrimento… mas a Escolha continua a fazer
sentido… e agora um sentido mais pleno… pois é como que uma realização de um
desejo íntimo e secreto que sempre me habitou… ser e estar para e com os mais
pobres!
2. Qual a melhor parte e a parte
mais desafiadora deste caminho de entrega a uma fé?
A melhor parte? Pergunta difícil…
mas posso responder sem hesitação: o OUTRO e quando falo no outro refiro-me a
todos aqueles que ENCONTREI e ENCONTRO
ao longo da vida… Que deixam marcas que são indeléveis… não são susceptíveis de
ser apagadas… se me perguntar o que mais me tocou durante os 8 anos que vivi em
Cernache do Bonjardim digo-lhe sem ter que pensar muito, a relação humana que estabeleci com as pessoas… crianças, pais, os
idosos do centro de dia e do apoio domiciliário, as funcionárias, pessoas da
paróquia, pessoas indiferentemente do seu género ou confissão religiosa… há quem diga que sou uma apaixonada pelas
relações humanas e é verdade… naquilo que têm de luz e sombras… a parte
mais desafiadora deste caminho… é sem dúvida ver CRISTO no outro principalmente
naquele “outro” que me magoa, que me maltrata, que me difama, que é obstáculo a
que o BEM possa circular… esse sim é o maior desafio de uma vida… mas vem logo
a resposta da fé “Cristo amou-me e entregou-se por mim…” então? Se me digo
cristã, também não deverei entregar-me e sofrer por Ele e com Ele mas sem cara
de sexta-feira santa… (risos)
Nós como religiosas não temos o pensamento nem o coração atado… não somos marionetas, nem alguém que não pensa e não reflete sobre a vida… mas há um discernimento que fazemos com as nossas superioras… num diálogo franco e aberto segundo as inclinações do nosso coração.
E o meu coração desde sempre
suspirou por fazer uma experiência diferente, num país diferente… onde eu não
tivesse “seguranças” materiais, afetivas, sociais, económicas… sempre desejei
viver um estilo de vida mais radical, mais pobre, mais dependente… tudo coisas
que vão contra a lógica do mundo… que proclama a liberdade, a autosuficiência,
o exito material e social…
Aceitei dizer sim a este desafio
de uns anos nas missões, não por mim mesma nem para mim mesma… mas com este
desejo profundo de me gastar por amor… e quando digo gastar é mesmo GASTAR a
vida dando-me, pondo-me em comum com aqueles que nada têm… e não apenas e só a
uma elite de cristãos bem comportados…
4. Como é um dia típico aí?
Há duas partes… o dia na cidade, no
Bairro onde vivo e temos uma Escolinha Marinete (jardim de Infância) e uma Escola
até à 7ª classe como aqui se designa, obra feita com a ajuda de benfeitores e
com o fundo de entre-ajuda da Congregação….
E o dia no interior (mato)… lá
onde encontro tantos rostos que me fazem “gritar os olhos”.
Mas partilho o meu horário:
Levanto-me às 4h para às 4h30
estar na capela e ter um tempo de oração pessoal, onde geralmente me deixo
invadir pelo silêncio e escutar através da Palavra de Deus, o que Deus quer de
mim, no aqui e agora… é aí que encontro a força e a paz que me sustentam ao
longo do dia. Às 5h40 rezamos Laudes (oração da manhã) em comunidade e cada uma
pelas 6h10 segue para os seu trabalhos.
Por aqui ajudo naquilo que me é
solicitado, mas basicamente estou disponível para acolher quem nos bate à porta
a pedir ajuda alimentar ou simplesmente para ser ouvido. Acompanho neste
momento cerca de 10 famílias em tudo o que isso implica, quer a nível de
alimentação, saúde pois várias são portadosras de HIV e tuberculose e companho-as
ao Hospital.
Estou atenta às jovens em situação
de risco de familias desestruturadas…. E
tento através do projecto de costura que iniciámos há pouco, capacitar estas
mamãs (40) para poderem ter um ofício e organizar a sua vida.
Organizo e dinamizo um pouco o
programa de apadrinhamento e faço projectos para conseguirmos melhorar o nível
de vida e ensino das populações que vivem no interior (mato)…
Continuando com o horário, às
12h30 almoçamos em comunidade, somos 5 Irmãs.
E à tarde continua como de manhã
cada uma nos seus trabalhos.
Voltamo-nos a reunir às 18h para a
Eucaristia e oração de Vésperas e terço, a seguir o jantar… e depois… eu que
costumava ser uma pessoa que trabalhava muito durante a noite… agora pelas 19h…
já estou com os olhos a fechar… é assim um dia… mas nunca me deito antes das
23h pois gosto de ler e estar minimamente informada do que se passa no mundo…
No mato- Corrane que dista 60kms
da cidade de Nampula, neste momento estamos a construir uma capelinha com a
ajuda de uma benfeitora que me conheceu através do facebook e resolveu ajudar…
e ai… a vida é mais exigente… pois não há nada ou quase nada… mesmo a água que
a população bebe eu não a posso beber. Já tive uma malária que quase me levou à
morte mas graças a Deus resisti…
5. De que se sente mais falta e
saudades, quando se está longe de casa?
Sente-se falta muitas vezes de um
abraço… de uma palavra de conforto e estímulo… sente-se falta daqueles que são
nossos (família)… sente-se falta das relações de amizade verdadeiras que se
consolidaram durante anos… sinto muita falta dos “meus jovens de Cernache do
Bonjardim” que para mim são como “filhos”… mas aquilo que recebemos através de
um sorriso ou de um abraço de uma criança minimiza tudo o resto…
6. Há momentos em que se duvida e
pensa "Onde é que eu me vim meter?"
Há… há momentos de lágrimas mesmo…
quando te batem à porta com fome… e não tens nada para dar… quando fazes tudo
para que uma pessoa não morra percorrendo 60kms de estrada de terra batida com
uma pessoa quase morta dentro do carro e devido ao mau estado da estrada e do
carro não podes andar a mais de 20kms hora…. E demoras 3h a chegar ao hospital…
há momentos de lágrimas quando fazes tudo por alguém e esse alguém te morre nas
mãos… há momentos de lágrimas e muita dor quando não tens o que dar a quem de
facto tem fome, está nu… não tem onde se abrigar… e há também quem diga e pense
que o que publico nas redes sociais é para fazer publicidade a mim mesma… mas é
exatamente o contrário… quando vim para Moçambique houve alguém que me disse
esta frase que me acompanha diariamente: “mesmo
que não possas fazer nada por este povo… pelo menos DESPERTA AS CONSCIÊNCIAS!
ACORDA OS INDIFERENTES… pois estas pessoas são pessoas como nós!”
Falta-nos muita coisa… para
podermos ajudar mais…
7. A ideia de um país africano,
como Moçambique, onde só há meninos a precisar de ajuda é verdade mas... há
mais do que apenas este estereótipo, não hã?
Sim… muito mais… há um fenómeno
horrível que se chama corrupção… manipulação de interesses, desvios de
dinheiro… Os fundos que deveriam chegar ao povo para que este se desenvolva a
nível de educação, a nível de exploração agrícola, industrial… fica retido nos
bolsos de um pequeno grupo… e não tenho medo de o dizer e escrever. Há que
verbalizar as injustiças… mesmo que o preço a pagar seja a própria vida. Como
Irmãs da Apresentação de Maria e segundo o carisma de Maria Rivier pocuramos
ser e estar com e para os mais pobres a nível da educação, da promoção, da
formação integral…
8. Falando em preconceitos e
estereótipos... com o que é que as pessoas ainda se espantam, pelo facto de ser
uma irmã religiosa?
Isso é uma longa história… há quem
pense que é frustração amorosa… mas quando me conhecem acabam por perceber que
é uma questão de AMOR… amor a uma vocação, amor a Jesus Cristo que encontramos
naqueles que se cruzam no nosso caminho. Costumo dizer: É uma opção… é aqui e
por aqui que vou encontrando a minha felicidade. Não sou melhor nem pior do que
as outras pessoas, sou pessoa, com tudo o que está intrinseco neste ser pessoa…
9. Sejamos práticos. Para quem
está a ler, como pode ajudar nesta missão de Moçambique?
Práticos? Gosto sempre de dizer:
JUNTEM-SE por uma causa… ajudem uma causa… sejam solidários… Vou dar-vos um
exemplo: lancei uma campanha que se chama Mochila Solidária, e uma amiga da
minha terra agarrou o projecto e mobilizou toda a cidade… conseguiu 2500 kgs de
material escolar, roupa, alimentação… mas está tudo parado por causa da crise
económica moçambicana e dos elevados valores alfandegários… então ninguém quer
trazer estes bens num contentor devido à situação económica aqui do país.
Por isso para sermos práticos, se
cada pessoa der aquilo que puder economicamente, nem que seja 1 euro, aqui faz
toda a diferença… se cada pessoa que está a ler esta entrevista escutar o seu
coração, faça o que ele lhe disser colocando-se no lugar do outro. Com esse
apoio poderemos continuar a comprar comida para quem tem fome e vem ao nosso
encontro… a vossa generosidade poderá fazer toda a diferença. Não podemos salvar o mundo mas ajudar quem se
cruza connosco no caminho.
10. Este blog chama-se Penso
Rápido – pequenos remédios para as comichões do dia-a-dia. Que Penso Rápido usa
no teu dia-a-dia?
A oração… o silêncio… não aquele exterior
mas aquele interior em que a alma se refaz e ganhamos forças… e quando estou
mal mesmo mal… vou ter com ELE e com “eles”, aqueles que têm rosto e são GENTE
como eu… mas não tem nada e no seu nada conseguem sorrir…
Nota da Autora do Blog:
Hoje o meu pedido de passar a palavra, vai um pouco mais além. Às vezes fico reticente em ajudar e apoiar certas instituições. Tenho receio que nos meandros dos corredores burocráticos, as coisas se percam. Seja 1 euro ou 100. Perguntei à Irmã Patrícia se podia ajudar com uma mochila solidária. Queria envolver os meus meninos-príncipes nesta questão. Respondeu-me que sim mas que é tão mais difícil: eu teria que pagar muito de portes de correio, ela teria que pagar mais de 40 euros, só para levantar uma simples mochila. Que a forma mais fácil seria contribuir, com o que fosse, para a conta e que esse dinheiro se reverte em comprar farinhas essenciais para a alimentação das populações. Em cima, está uma fotografia que retrata isso mesmo. Por isso, um apelo para hoje:
- passar a palavra a quem o entender e que possa contribuir para esta causa;
- contribuir com algo: pode ser o valor de um café, de dois, dos cafés de uma semana inteira. O que for possível e confortável a cada um. Como diz a Irmã Patrícia, 1 euro faz a diferença.
Independentemente das crenças religiosas, trata-se de Pessoas. Juntos somos Mais.
Se quer ajudar
esta missão, basta fazer o donativo e enviar o comprovativo para o mail da Irmã: pm.sofia@gmail.com
Dados para Transferência
Conta Caderneta NIB 0035 0752 00012202200 37
IBAN PT50 0035 0752 00012202200 37
BIC SWIFT CGDIPTPL
Dados para Transferência
Conta Caderneta NIB 0035 0752 00012202200 37
IBAN PT50 0035 0752 00012202200 37
BIC SWIFT CGDIPTPL
Todos os dias
Nesta vontade e insitência de ter mais sorrisos e coração cheio no balanço dos dias.
Hoje começa-se por aqui.Conosco, com os outros. Mas sobretudo, conosco.
Hoje começa-se por aqui.Conosco, com os outros. Mas sobretudo, conosco.
Calosidades Humanas
"Houve um tempo em que ficava triste quando era maltratada.
Agora não. Fico levemente incomodada.
Um tempo em que os Nãos, se transformavam em dias e semanas.
Agora não. Duram um tempo certo da respiração compassada de 5 minutos.
Houve um tempo em que as portas se fechavam. Uma e outra. E outra. E outra ainda. À direita, à esquerda, à minha frente.
Agora não. Escancaro as janelas todas lá de casa e da minha de cá.
Um tempo, um espaço, um momento em que me pisavam os calos.
Agora não. Hoje não.
Hoje agradeço pelos calos que me pisam. Porque me doem. Porque me fazem sair e agir à procura de um lugar, só meu e deixar tudo o resto, para trás.
Benditas calosidades. Elas protegem, elas fazem mexer."
Imagem e inspiração bonita, bonita neste click.
Agora não. Fico levemente incomodada.
Um tempo em que os Nãos, se transformavam em dias e semanas.
Agora não. Duram um tempo certo da respiração compassada de 5 minutos.
Houve um tempo em que as portas se fechavam. Uma e outra. E outra. E outra ainda. À direita, à esquerda, à minha frente.
Agora não. Escancaro as janelas todas lá de casa e da minha de cá.
Um tempo, um espaço, um momento em que me pisavam os calos.
Agora não. Hoje não.
Hoje agradeço pelos calos que me pisam. Porque me doem. Porque me fazem sair e agir à procura de um lugar, só meu e deixar tudo o resto, para trás.
Benditas calosidades. Elas protegem, elas fazem mexer."
Desabafos e certezas da minha querida, querida amiga Luísa.
Imagem e inspiração bonita, bonita neste click.
Vamos Cuscar? 6#
Acho que perdi o conto das vezes em que apanhei um susto. Há muitos que eu sei que ele não me conta. Às vezes conta, muito tempo depois, quando estamos já em tempo de lareira acesa.
Das vezes em que me liga a dizer que está tudo bem e a chamada termina com um urgente: "Tenho de desligar. Tenho de ir." E vai. E eu fico ali, sem saber bem como.
Às vezes perguntam-me como é que consigo, sabendo o que ele faz. Que levanta voo, tantas vezes e que nunca se sabe muito bem como termina o dia, às vezes as semanas. Sei que trabalha em equipa. Tenho o número de alguns deles gravados. Quando não me atende, começo a ligar para quem me atende. E aprendi a esperar e a confiar, que é mesmo assim. Eu faço a minha parte deste lado e cuido dos nossos meninos-tesouro, nessas alturas ainda mais, que se foram habituando também a terem um pai, em dias de folga... sejam lá eles, quando forem. Ele faz a parte dele. 6 meses por ano é assim. Nos outros 6 é um pouquinho mais calmo.
Vamos Cuscar?
Uma simples limpeza do mato, 50 metros à volta das habitações, ajudava muito no combate e na proteção das mesmas.
Fica a dica .
Desde sempre. Sportinguista de 3ª geração e com muito orgulho.
Tenho uma vaga ideia de ter estado nos ombros do meu Pai em Alvalade no 7 a 1 ao Benfica com 4 ou 5 anos... De ir ver os jogos de basket e hóquei na nave do antigo estádio, de passar os Domingos à tarde a ouvir o relato com o meu avô pelo rádio… Pelo menos enquanto estávamos a ganhar, que ele era mais doente que eu e se a coisa estivesse a correr mal, desligava o rádio hahaha!!!
Das vezes em que me liga a dizer que está tudo bem e a chamada termina com um urgente: "Tenho de desligar. Tenho de ir." E vai. E eu fico ali, sem saber bem como.
Às vezes perguntam-me como é que consigo, sabendo o que ele faz. Que levanta voo, tantas vezes e que nunca se sabe muito bem como termina o dia, às vezes as semanas. Sei que trabalha em equipa. Tenho o número de alguns deles gravados. Quando não me atende, começo a ligar para quem me atende. E aprendi a esperar e a confiar, que é mesmo assim. Eu faço a minha parte deste lado e cuido dos nossos meninos-tesouro, nessas alturas ainda mais, que se foram habituando também a terem um pai, em dias de folga... sejam lá eles, quando forem. Ele faz a parte dele. 6 meses por ano é assim. Nos outros 6 é um pouquinho mais calmo.
Vamos Cuscar?
Idade: 39
Naturalidade: Coimbra
Comidas
preferidas: Bitoque e o Bucho da região.
Um
livro a não perder: Bíblia do Sporting
1. Ser
bombeiro é das profissões mais indicadas pelas crianças. Também o foi no teu
caso?
Entre o
Astronauta e o jogador de Futebol, o ser Bombeiro era o que ficava mais perto
de casa. Como comecei nos Bombeiros com 14 anos posso dizer que sim, também foi
o meu caso… Hahaha!
2. Há sempre
muitos comentários e "treinadores de bancada" das pessoas, que apenas
estão a observar-vos a trabalhar. O que é que te põe em fogo, quando andam a
combater incêndios?
Depois de
estares 2 ou 3 dias a combater um incêndio e passar alguém por ti a dizer que
não anda por aqui ninguem a trabalhar, por vezes faz saltar um bocadinho a tampa,
mas é só esse bocadinho porque logo depois, por vezes, essa mesma pessoa está a
agradecer o trabalho feito.
3. Recebem uma
transmissão a indicar o próximo local de combate. No momento em que se entra
para o helicóptero, o que se pensa?
Todos os incêndios
começam pequenos por isso este tambem vai estar.
4. Para quem
quer realmente ajudar, o que faz a diferença? Que comportamentos ainda é
preciso trabalhar nas populações?
Principalmente
a prevenção para quem mora junto a uma área florestal: Uma simples limpeza do mato, 50 metros à volta das habitações, ajudava muito no combate e na proteção das mesmas.
Fica a dica .
5. Há alturas
em que se pensa: "Desta não me safo..."?
Felizmente têm
sido poucas e temos estado sempre errados hehehe!!!
6. Terminado
mais um dia intenso de trabalho, missão cumprida, o que sabe bem nesse fim de
dia?
Estar com a
Familia no fim do dia dá sempre mais uma força para o dia seguinte .
7. Nas muitas
situações limite que já viveste, o que ajuda a manter o foco e o raciocínio
objetivo, apesar do extremo cansaço e de parecer que à volta já não há saída?
O muito treino
e formação a que estamos sujeitos e penso que a experiência dos muitos anos de
combate a incêndios florestais também acabam por ajudar a manter a calma em
situações extremas.
8. E o Sporting... desde quando?
Desde
1906...depois apareci eu hehehe!Desde sempre. Sportinguista de 3ª geração e com muito orgulho.
Tenho uma vaga ideia de ter estado nos ombros do meu Pai em Alvalade no 7 a 1 ao Benfica com 4 ou 5 anos... De ir ver os jogos de basket e hóquei na nave do antigo estádio, de passar os Domingos à tarde a ouvir o relato com o meu avô pelo rádio… Pelo menos enquanto estávamos a ganhar, que ele era mais doente que eu e se a coisa estivesse a correr mal, desligava o rádio hahaha!!!
10.
Este blog chama-se Penso Rápido – pequenos remédios para as comichões do
dia-a-dia. Que Penso Rápido usas no teu dia-a-dia?
Geralmente Uso 2 , o João e a Maria :D
A vida em perspectiva
Uma questão de perspectiva.
Muda-se o ângulo, o foco, o cenário. Escolhe-se (quantas escolhas fazemos diariamente...) centrar o dia, a semana no Sim, em vez do Não, e a cor do dia muda.
Tudo, na santa vidinha, com a dimensão da perspectiva que lhe queiramos dar.
Muda-se o ângulo, o foco, o cenário. Escolhe-se (quantas escolhas fazemos diariamente...) centrar o dia, a semana no Sim, em vez do Não, e a cor do dia muda.
Tudo, na santa vidinha, com a dimensão da perspectiva que lhe queiramos dar.
João
Nasci como mãe há 9 anos e mais ou menos 9 meses.
Tão grata e abençoada por esta aventura se ter iniciado com um miúdo como ele.
Sou muito melhor pessoa com e por ele.
O meu João. O meu doce João.
Tão grata e abençoada por esta aventura se ter iniciado com um miúdo como ele.
Sou muito melhor pessoa com e por ele.
O meu João. O meu doce João.
Destes dias
Há dias de dor. Tristeza.
Há dias em que se volta às questões de vida.
Passar a dizer os tempos verbais no passado em relação a alguém, que continua tão presente dentro de nós. Sempre irá ficar.
Às vezes dizia que eu era também um pouco filha dela. Tocou na vida de tantas pessoas, com tamanho carinho, amor e dedicação que na sua última homenagem, estiveram muitos outros "filhos" emprestados presentes.
Um amor imenso por ela que ficará para sempre.
Até sempre Mãe Manela.
E este remédio, este penso rápido, para estes dias, para os próximos, para todos os dias.
Há dias em que se volta às questões de vida.
Passar a dizer os tempos verbais no passado em relação a alguém, que continua tão presente dentro de nós. Sempre irá ficar.
Às vezes dizia que eu era também um pouco filha dela. Tocou na vida de tantas pessoas, com tamanho carinho, amor e dedicação que na sua última homenagem, estiveram muitos outros "filhos" emprestados presentes.
Um amor imenso por ela que ficará para sempre.
Até sempre Mãe Manela.
E este remédio, este penso rápido, para estes dias, para os próximos, para todos os dias.
Vamos cuscar? 5#
Habituei-me a ver o David desde sempre, acho. Sorriso pronto.
Resposta rápida e pensada. Gosto dele. É um jovem. Tem uma Paralesia Cerebral
que lhe limita os movimentos mas não os pensamentos. É um jovem. É uma pessoa.
Ponto final. Ainda há muito preconceito. Quero acreditar que muito por
ignorância, mais do que por malvadez. Tem uma família valente ao lado dele. Que
cuida, que está lá. Que lhe quer o melhor. E ele, por sua vez, dá o melhor.
Afinal, o que é pedido a qualquer um de nós, certo?
Gosto das respostas prontas dele. De alguma irreverência. De
que ele goste de andar todo arranjado com gravata. Do sorriso do olhar dele. De
ele saber tanto de História. Da luta física dele diária. Da persistência. O
David é um valente. E tem muitas coisas para contar e muitas mais para fazer.
Vamos Cuscar?
Idade: 16 anos.
Naturalidade: Sertã.
Comidas preferidas: Batatas fritas com ovo estrelado e
salsichas.
Um livro a não perder: muitos entre os quais Uma Aventura de
Isabel Alçada e de Ana Maria Magalhães e a coleção Portal do Tempo de Vera Sacramento
Sara Rodi.
A atriz Sara Matos porque gosto do seu trabalho na televisão. Acompanho-a desde que entrou nos Morangos com açúcar, série 7 da TVI.
2. Para quem não te conhece, podes explicar
que doença é esta que te acompanha desde sempre?
A minha doença chama-se paralisia
cerebral, um problema que pode ser trado com trabalho, claro. Mas… Como disse a
Drª Ana Bela: “Tem uma Paralisia Cerebral que lhe limita os movimentos mas não
os pensamentos.” Um exemplo, eu escrevo livros desde dos 10 anos, ou seja,
posso ter algumas limitações com a mão direita, mas tenho a esquerda para
escrever.
3. O que te irrita e chateia mais quando andas
na tua cadeira de rodas?
Quando está a ficar sem bateria e começa
a andar devagar, eu gosto de andar depressa. E quando vou dar um passeio e
encontro obstáculos no caminho como postes da luz, árvores, vasos de flores no
meio do passeio, e passeios que têm rampa para subir e não têm para descer,
depois tenho de voltar para trás e fazer o mesmo caminho pela estrada. Ideias
de pessoas que não fazem ideia do que é andar de cadeira de rodas, deviam
tentar fazer uma viagem pela Sertã, na minha cadeira…
4. Sendo um GRANDE conhecedor e apaixonado
pela História, se pudesses entrar numa máquina do tempo, para que época gostarias
de viajar e porquê?
Para a época dos Gregos em Atenas, para
ver os monumentos e o modo administrativo que eles tinham, porque todos os
cidadãos sendo ricos ou pobres poderiam governar a cidade, desde que tivessem
conhecimento das leis da cidade.
5. Qual o personagem histórico de que mais
gostas? O que te fascina nele?
D. Afonso Henriques, a sua coragem. Porque
se não fosse ele, Portugal ainda era pertencente a Espanha e não eramos
independentes.
6. Neste momento estás a estagiar na
Biblioteca Municipal Padre Manuel Antunes. Qual a melhor parte desta nova
aventura?
Foi conhecer as funcionárias e aprender
tudo o que elas têm para me ensinar, são bué fixes. Adoro trabalhar no meio dos
livros.
7. Normalmente quando chegamos à Biblioteca e
tu lá estás para nos receber, tens sempre um sorriso pronto. O que mais te faz
sorrir no teu dia-a-dia?
Não sei… se calhar é da conversa das
funcionárias que me faz sorrir. As tolices engraçadas que os meus colegas
dizem.
8. Tens uma vida inteira à tua frente. Que
sonhos tens David?
Ser escritor.
9. Vê-se por aí muito disparate a ser feito,
por alguns jovens... O que lhes tens a sugerir?
Dizia para pararem com aquilo, que não é
correto, que não é a melhor opção, porque iam dar-se mal… principalmente com a
saúde e com a polícia.
10. Este blog chama-se Penso Rápido – pequenos
remédios para as comichões do dia-a-dia. Que Penso Rápido usas no teu dia-a-dia?
Conversar com pessoas mais velhas.
Escrever os meus livros e ler muito.
David no Coler Run :)
David na Biblioteca
Ao acordar
De manhã, e às vezes durante a noite, gosta de se vir aninhar na cama dos pais. Há qualquer coisa na cama dos pais... Lembro-me a dos meus. Parece que ali o mundo pára. Uma fortaleza se levanta e estamos muito mais seguros.
Hoje estavamos por lá alinhadas antes de eu ter que sair para uma manhã de trabalho fora de casa. Virou-se para mim e disse:
- Mamã, eu, tu e a avó, temos assim uma linha. - e depois aquele sorriso tão, tão doce.
- Uma linha? Como uma linha? - perguntei mas antevendo a resposta. Às vezes gosto de perguntar, só para perceber até onde eles pensam, sentem.
- Uma linha. Assim como eu, o pai e a mãe dele, a avó, também têm uma linha.
- E de que cor é essa linha? - fito o olhar dela. Pensativa à procura da cor que melhor define esta linha que nos une.
- Cor de arco-íris!
Fiquei ali a aconchegar-me mais um pouco, naquele arco-íris de emoções.
Ando a ler um livro bonito, precisamente sobre as metáforas que criamos nos nossos dias e como vivemos em função delas. As crianças sabem, não sabem?
Hoje estavamos por lá alinhadas antes de eu ter que sair para uma manhã de trabalho fora de casa. Virou-se para mim e disse:
- Mamã, eu, tu e a avó, temos assim uma linha. - e depois aquele sorriso tão, tão doce.
- Uma linha? Como uma linha? - perguntei mas antevendo a resposta. Às vezes gosto de perguntar, só para perceber até onde eles pensam, sentem.
- Uma linha. Assim como eu, o pai e a mãe dele, a avó, também têm uma linha.
- E de que cor é essa linha? - fito o olhar dela. Pensativa à procura da cor que melhor define esta linha que nos une.
- Cor de arco-íris!
Fiquei ali a aconchegar-me mais um pouco, naquele arco-íris de emoções.
Ando a ler um livro bonito, precisamente sobre as metáforas que criamos nos nossos dias e como vivemos em função delas. As crianças sabem, não sabem?
Vamos cuscar? 4#
Sempre a conheci com um sorriso fácil no rosto
e uma vivacidade no olhar. Uma energia que contagia quem com ela fala.
Provavelmente já não se deve recordar, mas lembro-me de há uns anos nos termos
cruzado numa praia. Eu em passeio, ela a dinamizar a divulgação de um festival
desportivo de frisbee. Recordo-me do entusiasmo com que falava, que ainda
estava a “caminho” do que realmente queria fazer, mas que fazia por aproveitar
a viagem que estava a ter naquele momento. Tudo serve de aprendizagem afinal.
Passou pela rádio, pela TV e agora trabalha na divulgação de vários projetos
das marcas TSF, Dinheiro Vivo e Delas do grupo Global Media Group.
E é uma apaixonada pelo desporto. Pela
corrida. Admiro-a e acompanho as vitórias e os dissabores de quem, de vez em
quando está sujeito a recuperações. Percebe-se, pelo que escreve, que a muito
custo fica parada à espera que o corpo faça a parte dele e se despache em pôr
tendões, músculos e outras coisas que tal, no sítio. Admiro gente, como a
Patrícia, que seguem as suas paixões. Neste caso, literalmente a correr atrás
delas. A próxima meta está sempre por chegar, não é Patrícia?
Vamos Cuscar?
Idade: 37
Naturalidade: Coimbra mas da Sertã ;)
Comidas preferidas: Bucho e Maranho recheados
e … batatas fritas, o meu grande vício!
Um livro a não perder: Vai aonde
te leva o coração de Susanna Tamaro
1. Se pudesses convidar alguém
famoso (vivo ou morto) para jantar, quem escolherias e porquê?
Ninguém! Não consigo
lembrar-me de ninguém famoso com quem quisesse muito jantar. Já correr … é
outra história! :D
Gostava muito de combinar um
treininho com a “minha” Frosty. Para quem não a conhece, ei-la aqui: Anna Frost https://www.facebook.com/annafrosty/
Roliça como eu (Pat, a Rolls
para os amigos), que adora correr! Sendo que a Anna corre realmente à séria…
2. Patrícia, tu nasceste... a
correr?
A minha mãe diz que eu fui
super rápida a nascer, por isso … bate certo!
Diz quem me conhece que sou
muito apressadinha e impaciente.
Se me perguntares: a correr
ou a caminhar responder-te-ei sempre a correr, adoro!
3. Quando e porquê começou esta
prática desportiva?
Comecei
a correr há cerca de 3 anos, em 2013. Frustrada por ser super sedentária,
sentada à frente do PC o dia todo; os ginásios eram caros; e eu sentia uma
enorme necessidade de purgar as preocupações e os stresses do dia-a-dia de
trabalho, de alguma forma.
E
por isso, um dia… fui correr! E nunca mais parei!
4. E quando é que a corrida se
transformou em paixão?
Sinceramente?!
Acho que a partir do primeiro instante. Custava-me começar, mas as sensações
eram tão boas durante e depois do treino que percebi desde logo que ia gostar
disto para sempre. Não é paixão, é amor! J
5. Qual foi o percurso, que teve
a meta mais difícil de atingir?
Não
há provas iguais. Mas sem dúvida que o percurso que mais me custou fazer, pelo
número de horas em prova, foi o UTAX: Ultra Trail das Aldeias de Xisto, 109Km, D+6100,
em 24h39mn. Foi duro, muito duro.
6. Já fizeste alguns percursos
fora do país. Qual é para repetir e porquê?
Tenho
uma máxima: Não repito provas! Eheheh Por uma simples razão: o objetivo de
fazer provas lá fora é aliar duas das coisas que mais gosto de fazer: correr e
viajar. Assim, aproveito para fazer férias, conhecer culturas diferentes e, by the way, fazer uma prova de corrida. O
dinheiro não estica, por isso, tento ir sempre para sítios diferentes. Sou
menos viajada do que gostaria de ser, pelo que tenho de rentabilizar ao máximo
os destinos que escolho.
7. Antes do sinal de partida, o
que te passa pela cabeça?
Tudo
e nada! É uma amálgama de sentimentos, uma mistura de adrenalina com felicidade
estonteante, com nervoso miudinho e muitas borboletas na barriga.
Não
se explica, sente-se!
8. Algumas metas nunca mais
chegam. O que se pensa durante 1, 2, 3, 4 ou mais horas em que se está a
correr?
Sabes,
sou muito feliz a correr (pelo menos enquanto não tenho muitas dores)! Faço
planos de vida. Penso nos amigos, na família. No que quero fazer. No que
ambiciono ser. Na próxima prova. No que farei assim que passar a meta. No que
tenho de otimizar em termos de treinos para não sofrer tanto. Em todas as
palavras de apoio e incentivo que me dedicaram. E até nas compras de roupa e de
supermercado que preciso de fazer lá para casa, eheheh!
9. Nem sempre corre como o
previsto e às vezes parar é um sinal de coragem maior do que continuar em
frente. Quando é que tiveste de dizer: “Já chega.”
Na
prova CCC do UTMB – Ultra Trail do Mont Blanc L
Em
boa verdade, eu não queria desistir. Mas em vez de 101Km fiquei-me pelos 72Km. A
Organização nem me deu hipótese de regatear uma possível oportunidade de fazer
mais alguns kms.
Motivo
da paragem e abandono de prova: reincidência de uma lesão grave de entorse do
tornozelo que tinha feito há 2 anos. A juntar a isto: um histórico de paragem
forçada pós operação de urgência ao apêndice mais ausência de treino para poder
recuperar da intervenção cirúrgica e resultou numa sessão de choro compulsivo. Chorar,
não de dores (ainda que as tivesse), mas por não terminar este desafio ….
10. Para quem está com dúvidas, convence-nos
lá, a sair do sofá e começar a correr quanto antes.
Correr
é muito mais do que simplesmente correr! Correr é superação, é realização
pessoal, é testar limites, é ir sempre mais além, é querer ser melhor, é puxar
por nós, ajudar os outros e ser feliz!
Consegui
convencer-te? Vamos correr? J
11. As tuas muitas solicitações
profissionais, são também sempre a correr.
O que retiras da prática da corrida, para o teu dia-a-dia?
Sempre
me cataloguei como corredora de fundo e não de velocidade. E por isso,
resistente e muito resiliente. No trabalho também tenho de ser assim e tentar,
tentar, tentar e nunca desistir. Se consegues fazer mais um km na corrida
consegues dar um passinho mais no teu crescimento e aprendizagem profissionais.
E ganhamos todos, eu, os meus colegas, a minha equipa, a minha empresa!
12. Se eu tivesse agora aqui um
bilhete de avião, para a tua corrida de sonho... qual era o destino que lá estaria
escrito?
Não
tenho, minha querida! São todas aquelas que ainda não fiz. Podia falar-te na
maratona de Nova Iorque, na Ultra de Lavaredo ou em trekking no Nepal, mas há
tantos mais exemplos para além destes que prefiro não avançar nenhum.
Mas
podes oferecer na mesma! O que vier que venha por bem! J
13. Este blog chama-se Penso
Rápido – pequenos remédios para as comichões do dia-a-dia. Que Penso Rápido
usas no teu dia-a-dia?
O
melhor Penso Rápido do mundo são os amigos! Os meus amigos fazem parte de mim,
de quem sou, da minha vida, do meu bem-estar. Sem eles sou muito pouco ou nada.
Definem-me como ser humano. E eu gosto muito disso!
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