Se fosse num qualquer país distante, talvez fosse vendida por alguns camelos. Não sei... já não tenho todos os dentes de origem e não sei se isso faz baixar a cotação no mercado camelário. Por isso, para já, e num futuro distante, não vejo camelos à vista... de 4 patas.
Eu não sou uma mercadoria porque me faz comichão, e muita, com a falta de interesse com que um caixote é tratado: precisa-se, usa-se eeeeee, fica a um canto à espera de novo e espetacular reconhecimento. E isso é coisa para incomodar. "Ah e tal preciso deste abajur mas...ah, temos peninha, já não dá jeito."
Ser mercadoria com qualidade é saber-se usado mas com direitos: datas e tempos de utilização, tipo de embalamento, expedição urgente ou não. E então se for registado, upa, upa!
Que se compreenda de uma vez, que as pessoas, ou os people, ou menschen, são muito mais importantes que os papéis, sistemas binários, gráficos ou balancetes. As pessoas comem, respiram, têm as suas contas e responsabilidades.
As p-e-s-s-o-a-s sentem. Gostam de ser tratadas com respeito, senhores!
Por favor, de uma vez por todas, tratem as pessoas com dignidade, seus camelos!
(Nota: refere-se nesta alusão aos camelos de 2 patas, não se querendo, de forma alguma, ofender os outros que nem sonham que andam a sevir de moeda de troca)
E isto tudo, foi-me dito, em jeito de desabafo, pelo António enquanto víamos um documentário sobre camelos, agora os outros, os das bossas.
Que grandessíssimos camelos!
Imagem National Geographic
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