O puzzle tinha várias partes. Primeiro começou pelas bordas mas rapidamente percebeu que assim não iria funcionar. Largou. Começou então por juntar cores semelhantes e o que parecia ser uma variedade imensa de azuis, veio a verificar que fazia pouco sentido e sem ligação. Apercebeu-se então que teria que fazer o puzzle como um todo, incorporando as extremidades, com o centro, as cores, a forma final, um propósito de puzzle...ou de vida.
Há quem dedique uma vida inteira a correr ou caminhar. Há quem não faça exercício físico algum. Há quem só trabalhe. Só quem se dedique aos amigos, excluindo a família, ou só olhando para os seus, renegando a importância de uma boa amizade. Há quem se abstenha de sexo, o evite, o ache maçador ou aborrecido. Há quem goste e nele descubra o prazer do outro e de si. Há quem aprecie a boa comida, a deguste, a cozinhe para os outros.
Há tantas partes em nós. Há 24h por dia, 7 dias da semana. E naquela manhã, um pouco a contragosto, vestiu o fato de treino e resolveu ir caminhar. Em passo acelerado, avançando um pouco mais do que no dia anterior. Sabendo que após o esforço inicial, a sensação de ter dado atenção ao corpo, potenciando o que seria possível potenciar, mesmo que em ritmo de passadas largas, iria fazê-lo sentir melhor durante o resto do dia.
Um puzzle a 3D. Todas as partes são importantes para uma realização mais plena, completa e integrada.
O ser humano é um ser de várias dimensões:
intelectual e cognitiva,
emocional e relacional,
física e sexual,
espiritual e contemplativo...
E todas essas dimensões compõem o todo. Umas vezes mais se investe numa dimensão do que noutras. Faz parte. Mas serão igualmente importantes. Por vezes, só quando finalmente se dá, de novo mais atenção a uma delas, esquecida pelos dias e obrigações, se apercebe que nos torna tão mais completos e felizes.
Há no planeta, as chamadas zonas azuis de longevidade. Gente que insiste em viver mais anos, ultrapassando com qualidade, a fasquia dos 100. Sem dietas, sem ginásios, sem fundamentalismos, comprimidos milagrosos. Gente que insiste em viver de forma simples e COMPLETA. Que não se esquece da importância do sentido de comunidade, de família e amigos, que tem cuidado com a comida de forma despretensiosa, que se exercita diariamente em tudo o que faz. Gente que com 103 ainda faz cirurgias de coração aberto, ou está inserido num programa de voluntariado.
Deixo esta TED Talk, que vale a pena ver. Um investimento em nós, em todas as nossas peças de 3D. Porque todas são importantes.
http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/dan_buettner_how_to_live_to_be_100.html
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