E quando um estranho se aproxima...

Devia ter perto dos 5 a 6 anos e já achava muita graça às experiências com os outros, ver-lhes as reações. Por essa idade era frequente, quando andava na rua, virar-se para as pessoas que passavam no passeio e do nada dizer apenas: “Bom Dia!”, com sorriso discreto mas sincero, as respostas, um pouco surpreendidas não se faziam esperar e quase sempre, entre um murmurar e outro, o sorriso e a saudação eram devolvidas.
Ainda hoje, a “experiência sociológica” persiste em contextos mais elaborados: nos correios, repartições de finanças…seja onde for, de vez em quando sai um Bom Dia com sorriso e as respostas aparecem.
Acontece por vezes, quando se tem que tratar de assuntos chatos e piolhosos, pegar-se no telefone e no fim da conversa ficar-se com a sensação boa de se ter sido bem atendido. Alguém, anónimo, decidiu naquele momento fazer-lhe o que lhe competia profissionalmente mas ir um pouco mais além e ser gente.
O desafio está aí. Ser-se gente para quem não se conheça: seja com Bom Dia, seja cedendo um lugar, elogiando uma peça de roupa, seja lá o que for… fazer bem a alguém que não se conheça.
Utopia ou não, acreditar que o bem anónimo faz bem e se multiplica a partir daí, traz mais de volta do que aquilo que em dez segundos se dá. A experiência na maior parte dos casos vale a pena, a sensação de bem-estar também.
E se o dia tem 86400 segundos (acabei de fazer a conta na máquina!), o que são 10 segundos?!
Por isso, quem sabe, se um dia destes, não nos cruzamos por aí, e sem combinar nada, sai um Bom Dia, com direito a sorriso e tudo J



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