Chegou a casa.
Uma lista indecente de tarefas para fazer, dançava na sua cabeça. E a essa juntou-se outra, e mais outra.
Fez a única coisa sã para as resolver: sentou-se no sofá, ligou a televisão e aninhou-se. Aninhou-se na constipação, no cansaço de noites mal dormidas, nas várias solicitações que só dependiam de Si. Aninhou-se na manta e desligou-se das listas, dos afazeres.
Pegou no chávena de chá e por ali ficou, a meio de uma semana de listas-por-fazer. Perdeu-se um pouco no tempo e no aninhar.
Abraçou-se pela aprendizagem, de muitos dias (anos...) de não o fazer, de se permitir parar um pouco, restabelecer forças num ano que lhe tem sabido a travão, pelo ritmo desacelarado a que o corpo a tem obrigado. O corpo dá sinais, que nem sempre a mente quer ouvir. Um coração que vai aprendendo a cuidar, de um e do outro.
Restabelecidos níveis de aninhanço, levantou-se e uma por uma, foi dando conta de algumas dessas listas. Apenas as mais importantes. No fim dessas prioridades, fez-Se prioridade e acarinhou, o verbo aconchegar.
A importância de se escolherem os verbos certos para os nossos dias.
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