A parte boa de sermos Mãe é que o podemos fazer acompanhadas. Não me refiro aos pais das crias. Mas à outra aldeia que vamos construindo com o tempo, com amor, com as experiências e as pessoas-que-nos-querem-bem. As partilhas das pessoas-que-nos-querem-bem têm caminhos diferentes dos nossos e contam a sua própria história. Nessas histórias, quando temos a felicidade de irmos fazendo também um pouco de caminho em conjunto, às vezes cm, m e em alguns casos felizes, km de partilhas, podemos aprender muito nesse maternar em conjunto.
Nesta minha aldeia cabem amigas-mães-pessoas-que-me-querem-bem muito diferentes na sua forma de estar como Mães. E isso é tão rico quanta a medida da diferença que cabe nos nossos corações. A diversidade de amar é tão grande que olho para elas com uma ternura imensa, gigante. Aprendo com todas estas minhas mães e a maturidade ensina que o podemos fazer, sem deixarmos de ser a nossa forma de maternar. Diria que será a maturidade e a segurança de afirmarmos quem somos como Mães e melhor ainda, quem queremos ainda vir a ser que nos permite, de vez em quando olhar para o outro, mantendo quem nós somos. Todos os dias há novidades e crescimentos dos nossos filhos, que nos fazem crescer como Mães e isso é tão desafiador, quanto maravilhoso. Partilharmos novos olhares e formas de estar só nos pode enriquecer.
Por isso, no outro dia, entre trocas de mensagens de uma destas minhas mães-lutadora-leoa-da-sua-cria, despedia-se com um simples: "Bom, agora vou-me. Vou Madalenar. Beijinhos."
Amar alguém é,
mais do que um poema,
agir,
é ir lá e fazer.
Dar um abraço, um beijo.
É chamar a atenção quando é preciso.
É rir com.
Brincar, ler em conjunto. Ou então cada um em seu canto do sofá mas mesmo assim estar perto.
É ouvir, ouvir, ouvir.
Calar para ouvir. (Já disse que ouvir é importante?)
É caminhar com eles, andar de bicicleta.
É descobrir novos cenários.
Por isso, quando esta minha amiga-mãe-pessoa-que-me-quer-bem me disse que ia Madalenar, com a sua Madalena do coração, achei que seria um verbo lindo para adaptar e ir também Mariazar ou Joãozar.
Às vezes, basta apenas estar lá para eles, naquele momento presente e conjugarmos o verbo em todos os tempos e modos que nos apetecer.