O João passa o
dia rodeado de papéis, decretos-leis e um computador. Atende, quem precisa dele
na escola, sempre com prontidão e sabe este mundo e o outro sobre os meandros
burocráticos de docentes e não docentes da escola onde trabalha. Quando não
sabe, vai à procura de resposta, deixando, a quem a recebe, com a segurança de
que a informação foi bem dada. No meio deste trabalho mais burocrático, aparece
esta paixão pela fotografia, uma atividade tão diferente da que faz, normalmente.
O que demonstra que todos nós, somos muito mais do que o trabalho do que nos
sustenta e que temos tanto para expandir como pessoas.
Vamos cuscar o
João?
Idade: 45 anos
Naturalidade: Tete - Moçambique
Comidas preferidas: Caril de Frango,
Caril de Gambas…Caril…Caril…
Um livro a não perder: Não leio à
bastante tempo, mas deixo aqui um título de um livro que a minha esposa está a
ler e que parece ser muito bom.
PROMETO
PERDER - Pedro Chagas Freitas
…Prometo ainda manter-me vivo depois de cada derrota, resistir ao peso
insustentável de cada impossibilidade. Há-de haver momentos em que sem querer
te magoarei, momentos em que sem querer tocarei no lado errado da ferida. Mas o
que nunca vai acontecer é desistir só porque perdi, parar só porque é mais
fácil, ceder só porque dói construir.
1. Passas os dias rodeado de papéis e com um
computador à frente. O que tem a fotografia a ver com isso?
Acho
que absolutamente nada.
O
interesse pela fotografia começou como um hobby, um passatempo para as horas
vagas tendo nos últimos anos se tornado uma paixão. Tento, ano após ano,
aperfeiçoar-me cada vez mais, na esperança de um dia poder ser reconhecido
pelos trabalhos que realizo.
2. Quando começou esta vontade de ver o mundo,
a partir de uma objectiva de máquina?
Acerca
de 7/8 anos. Tínhamos uma pequena máquina, e resolvemos fazer um upgrade no
material fotográfico e a partir daí o gostinho pelas fotos foi crescendo. O
apoio e a ajuda proporcionada pela minha esposa, também foi um dos factores que
contribuíram para tornar ainda mais forte este gosto pela fotografia.
3. Que tipos de fotografias te impressionam
mais?
Retratos, pois tem como principal
objetivo o registo exato do que a pessoa fotografada realmente é e isso para
mim é bastante importante. Personalidade (s), a essência das pessoas, os
olhares… tudo isto me fascina.
Desporto - adoro eventos desportivos.
Penso que seja a área onde esteja mais à vontade. A adrenalina da competição
faz-me querer captar a fotografia perfeita que mostre a quem não esteve
presente, o que realmente perdeu em não ir.
4. O que te fascina no mundo a fotografia?
Imensas
coisas. Conhecer e ir a lugares que eu nunca iria se não fosse para fotografar;
Mergulhar nas visões/olhares de outros fotógrafos, observar realidades… Para
mim hoje em dia, a fotografia é mais emoção e menos ciência…e pretendo que isso
continue a ser a minha prioridade.
5. Há fotógrafos que têm um olhar especial
para o mundo. Quem são os teus fotógrafos de eleição?
6. Há fotografias que nos marcam para a vida.
Tens alguma?
Imensas, nem sei
como responder a esta pergunta. Existem as dos outros e as minhas.
Particularmente gosto imenso destas duas fotos; transmitem simplicidade, paz,
harmonia, mistério….
Menina afegã de olhos verdes, imortalizada pela revista
National Geographic em 1984. ( Steve
McCurry)
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Mãe/Filha
Foto tirada por mim em 2016
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7. Qual o impacto de uma boa fotografia,
tirada na altura e momento certo?
Faz
mexer o coração mais insensível. Faz-nos pensar, imaginar, traz-nos emoção,
faz-nos ver e viver o mundo com outros olhos.
8. As imagens fotográficas podem ser
perigosas?
Nalguns
casos sim; por exemplo quando estou presente nos eventos desportivos, tento
reconhecer o terreno (questões de segurança, enquadramentos, perspectivas dos
atletas …), mas por vezes para captar aquele momento, aquela foto para uma
revista (já aconteceu) não conseguimos ou não nos apercebemos de situações que
poderão se tornar perigosas ou que já são perigosas. Hoje em dia tento por a
segurança em primeiro lugar.
Temos
também a outra vertente da fotografia; a que é usada como arma para atingir
determinados fins.
9. Fazes vários tipos de trabalho fotográfico.
Qual o que gostas mais?
Sim,
neste momento fazemos qualquer tipo de trabalhos no meio fotográfico.
Eventos,
fotografias de produto, sessões individuais/casais, festas de aniversário,
despedidas de solteiro, batizados,…Os que mais gosto de realizar são os eventos
relacionados com desporto, pois além de ter praticado futebol durante 16 anos,
gosto de todo e qualquer tipo de desporto.
10. Que fotografia ficou por tirar?
Todos os dias
ficam imensas fotografias por tirar; penso que este verão, se quisesse teria
imensas fotografias para “revelar”. Dor, sofrimento, angústia…seria muito fácil
captar estes momentos com o flagelo dos fogos na nossa zona. Decidi não captar
nada disso e hoje voltaria a ter a mesma decisão.
11. Até onde queres ir com esta tua paixão?
Neste
momento para entrar no “mercado” da fotografia a 100%, já faltou mais. Penso
fazer da fotografia um trabalho a tempo inteiro, mas para isso preciso da
conjugação de imensos factores que dia a dia se estão a tornar realidade. Aos
poucos irei conseguir atingir este objectivo.
12. Este blog chama-se Penso Rápido – pequenos
remédios para as comichões do dia-a-dia. Que Penso Rápido usas no teu
dia-a-dia?
Alegria.
Sou uma pessoa extremamente alegre que utiliza essa mesma alegria para contagiar
quem me rodeia ou para ultrapassar qualquer fraqueza ou tristeza que possa
aparecer.
P.S.: Para acompanhar o trabalho do João e contactá-lo, clicar aqui.