Mais ou menos de hoje a uma semana o Pedro vai ser pai. Quem é o Pedro? É este belo espécime de rapaz, em relação ao qual se pode cuscar aqui.
E é já o segundo filho. Aliás, no fundo, no fundo, é o terceiro, mas isso são outras histórias. E como o Pedro é mesmo simpático, para a festa, estão todos convidados. Todos mesmo. Basta ver aqui.
Só para aguçar a vontade...ficam as primeiras imagens deste seu filho.
E quem quiser saber mais?? Pois...é só procurar o livro e descobrir, onde será que moram as coisas...
No outro dia, em conversa com uma amiga, dizia-me que sentiu necessidade de retribuir. Retribuir a saúde que tem, a comida de todos os dias, os amigos, a criatividade crescente, uma data de sonhos a andar. Retribuir pela simples vontade de dar. Só isso. Estar grata à vida e contribuir um pouco mais para a felicidade de alguém, nesta certeza de que às vezes é preciso muito pouco para ajudar a pôr mais alguém a sorrir. E sim, há quem esteja por perto e a quem também se dá a mão, mas às vezes há vontade de transpor fronteiras. E porque não dar das duas formas? Às vezes é só o dinheiro de dois cafés, de um bolo, de uma semana sem comprar aquela revista ou mais uma refeição fora. Fica a sugestão para todos os gostos e feitios aqui eaqui.
Era uma meta um bocadinho graaaaaaaaande e ambiciosa aqui para este corpinho. Aliás, mais para a mente deste corpinho porque tenho descoberto que os corpinhos até aguentam. Agora as mentes dos corpinhos são muito marotos: "Ai hoje está muita humidade na atmosfera, é bem capaz de afetar todo o sistema imuno-repressor-anti-coagulante-capilar." "Parece-me que está a crescer uma borbulha de grau 3 e meio, rodeada de uma cultura de bacilometacorpinuecos e que possivelmente poderá detonar numa virose ultra contagiosa para a humanidade." ...ou ainda... "Se calhar...não vou. Ponto." Mas dou por mim a vestir a indumentária, a colocar phones e já à porta de casa, o mais velho a dizer: "Então mãe, hoje são os 5km, né?" Raça do moço e mais à sua memória! Agora estava dito, estava verbalizado e pior, foi invocado o código de mãe-filho e aí já é mais difícil de se falhar. Parece um pouco mal chegar a casa e dizer "Afinal...a mãe só correu 1km e 234 metros ou corri quase, quase 5km...mas depois apareceu uma tartaruga bebé (ainda por cima, nesta altura do ano, com o frio por aqui, devem estar todas hibernadas...) e a mãe parou...". Pois não podia mesmo ser. Por isso, de maneiras que foi isto. Já quase na reta final e a pensar coisas altamente instrutivas como: "Se calhar também não faz mal não chegar aos 5km. É melhor aparecer uma mãe que não cumpre, do que uma mãe estendida numa maca, a pedir reanimação urgente." "Ele também não está a ver...". Mas não. Aquela frase "Hoje são os 5km, não é?" lá me acompanhou e foi assim que, pela primeira vez, na história da minha vida, corri tanto tempo e uma distância tãooooooo longaaaaaa. De certeza que não há maratonas, meia-maratonas só com 5km, pois não? Mas feliz à chegada da minha meta de ontem. P.S.: Para a próxima saio antes dele acordar...só assim para não ouvir outros incentivos fofinhos de filhos-mais-que-queridos...
Eu, algures, muito bem acompanhada, com um ar feliz e bem disposta, no meio desta multidão, neste lugar, lá para o ano que vem. Pai Natal ... pode ser? Ai, ai...
Vem de (cui) DAR a si o tempo
necessário e a energia, para que se reencontre no que precisa e merece Ser. Em
tantas as vertentes quantas as que precisam de ser cuidadas.
Passa também por cuiDAR dos outros, nessa entrega de dar o melhor de
si, para o melhor de alguém.
Constanto com enorme satisfação que muitas das visualizações deste blogue provêm dos EUA... mesmo muitas. E de outros países como a Finlândia, a Irlanda, a França, a Alemanha e até da Indonésia.
Por isso, a todos os pensianos rápidos por esse mundo fora:
Arrumar por fora, para arrumar por dentro? Há uma série de teorias sobre organização, fadas do lar, energias feng shui. Certo. Verdade, verdadinha é que há espaços que seja pela conjugação de cores, disposição dos objetos ou mobiliário nos fazem sentir melhor. Certo também. Muitas vezes, arrumar por fora, ajuda a arrumar por dentro. Há uma série de mecanismos de controlo que estão ao nosso alcance, a capacidade de ver uma tarefa feita e com sucesso, em pouco tempo. O vencer a preguiça e a sensação de realização de mais uma tarefa cumprida. Dê-se um tempo limite à coisa que se queira pôr no lugar e pronto. Done! E para quem acha que não é verdade é muito simples de comprovar. Fica a sugestão dos passos a seguir:
Arrumar por Fora
Definir uma tarefa simples a realizar: arrumar a mala, uma gaveta, a mesa de trabalho...
Dar um tempo razoável para o fazer, sem interrupções. (de preferência, que não exceda os 10-15 minutos para manter o foco e evitar as dispersões. Não, esta não é altura para experimentar as amostras de batons perdidos no fundo da mala ou experimentar todas as 2759 canetas encontradas na gaveta do hall...).
E ... começar! Ah, há um pequeno truque, simples e eficaz. Cada vez que pegar num item a organizar, decidir no imediato: Fica ou vai fora? Neste livrohá uma sugestão que funciona e que consiste em fazer a pergunta: Isto transmite-me alegria? Se não, vai fora. Ou segue para a reciclagem ou para alguma instituição que lhe possa dar melhor uso.
Ah, já tinha referido que eram só 15 minutos no m-á-x-i-m-o? Isso. Manter o foco da ação.
Feito isto, parte-se para a arrumação emocional, tão ou mais simples que a anterior. Sugestão de passos:
Arrumar por Dentro
1. Escolher uma gaveta emocional (relação afetiva, com os filhos, trabalho...)
2. Escrever o que incomoda, faz comichão. (sim é preciso escrever, organiza o pensamento. Apenas pensar é fazer um pouco de batota.)
3. O que ajudava já hoje a arrumar esta gaveta? Escrever um ação, um verbo. Hoje vou falar/abraçar/sorrir/escutar/brincar...
Nota: quando as ações implicam os outros, nem sempre há sintonia. Não tem mal. Se cada um fizer a sua parte, as gavetas vão-se arrumando nesta consciência de se saber que se está a fazer e a dar o seu melhor. Mas é preciso é começar. O muro das lamentações fica para outras histórias.
Há quem diga que, mesmo quando sai a lotaria grande, que a maior parte dos comuns dos mortais se restringe a: - comprar uma boa casa; - viajar e ... - pouco mais. Ora, se é para pedir, que seja em grande. E se for, que seja à séria e a uma entidade credível e com anos de experiência em concretizar sonhos. Vai daí que pensei, porque não ao Pai Natal? Não sou mais nem menos que os outros. Menos aquela parte de me sentar ao colinho dele. Já não me parece tão bem para uma mulher do meu tamanho. Por isso até ao Natal, de vez em quando, vai sair isto. Parece um exercício simples, mas experimentem dar largas à imaginação e pensar que sendo tudo possível, o que é que pediriam ao Pai Natal. Assim mesmo tudo o que vier à moina. E é partilhar aqui nos comentários ou aqui. Pai Natal... pode ser? Ir a esta cidade...
Conhecer este senhor. Assistir a este programa (a chamada terapia da noite, mas agora em modo ao vivo) ...
Não morro de paixão, nem vibro por ter que o fazer. Não fico histérica porque a camisola ficou com um vinco onde não devia. Os vincos têm direito a existir neste mundo, como eu. Não sou mais, nem menos que os vincos. Coabitamos bem. Passar a ferro faz-se. Chateia-me um pouco estar ali a perder tempo enquanto haveria coisas tão melhores para fazer. É para fazer e pronto. Ontem não apetecia muito. O sofá estava a chamar e o merecido descanso também. E ali, aquela demoníaca bacia a implorar para que tratasse dela. Ela a gritar, a contorcer-se toda feita cobra parideira que, para não ter que aturá-la mais, fui-me a ela. À medida que ela fica mais aliviada da sua carga, por experiência de vários e longos anos, sei que vou ficando com uma telha daquelas, descarregando toda uma energia maléfica, que se não for controlada, pode originar um conflito à escala mundial. Deixar os pensamentos soltos, ainda por cima, os piores que a alminha tem, enquanto se rumina e passa a ferro, não funciona. Monto todo o equipamento ultra-sofisticado denominado de tábua de passar a ferro e ferro de engomar, ligo então o PC e vou ao TED. Raramente me desilude. Maravilha. Há tanta gente tão interessante por esse mundo fora. Ouço os dois primeiros TED mas ontem, nem assim. Coloco então na pesquisa, TED talk e Humor. Na pesquisa aparecem os 10 TED´s mais engraçados. É mesmo isto. Em dias sem vontade, vamos à artilharia pesada para a mente. Saiu isto. A primeira coisa que me deu vontade de fazer foi a de me dar uma bofetadona. Ali a queixar-me de estar a passar a ferro. Uiiii, que desafio comparado com tudo o que aquela Mulher já se deve ter desafiado ao ponto de chegar ali e conseguir rir-se de si.
"If I can, can, you can, can!"
Bacia e humor domado. Inspiração tão boa (e bonita) para este início de semana. Para ver. Para pensar. Para rir.
É domingo. Tachos e panelas já em ação. Vamos domingar com gente boa e prepara-se repasto a condizer. É domingo. Paro entre uma coisa e outra. Ligo o PC para inspiração, para uma pesquisa rápida. Hoje está bom para molengar e fazer render o tempo. A seta do rato apresenta um símbolo estranho. Chamo o meu companheiro maior cá de casa. Olha. Pensa um pouco. E diz: "Reinicia. Para quase tudo, quando não dá, reinicia." E isto tudo, sem ele ter tomado café, nem ter dado nenhum jogo do Sporting e sai-me esta pérola de sabedoria. Vou ali reiniciar e já venho.
As regras existem apenas para ajudar e facilitar a prever o agora e o depois. Saber com o que contar. Ensinam a prever que um comportamento agora, tem uma consequência a seguir. Estabelece uma relação de causa e consequência. E ajudam e facilitam muito, quando incutidas.
Regras a mais fazem mal. E a falta de flexibilidade também. Uma criança ou jovem saber que existe margem para falar e negociar, sem ditaduras exageradas, é ajudar a pô-los a pensar porque afinal é possível, em algumas situações, discutir sobre as regras. Afinal, pretende-se ter seres pensantes para o futuro e para os quais os pais podem e devem ajudar a formar.
Quanto mais simples forem as regras, mais depressa são assimiladas. Chegar a casa, tirar os sapatos e arrumá-los no lugar. Simples. Ah, sim, verdade. É preciso insistir algumas vezes. Eles, os miúdos giros, gostam de ver se estamos atentos. Mas rapidamente aprendem que é mais fácil colaborar do que ir contra. Principalmente se ficarmos nós felizes, quando as regras são cumpridas.
Muito novos eles percebem esta relação de causa e consequências. E só não a colocam mais vezes em prática pela distração dos adultos em haver dias em que há consequências, e haver dias em que nem por isso. Sapatos colocados nos sítios, posso ver tv, sapatos não colocados no sítio, atraso a ida para ver tv. Causas e consequências.
Se pode haver margem para negociar e discutir sobre as regras dos adultos? Sim, sempre que possível. "Mãe...só mais 5 minutos para brincar!" Porque não? Claro que após esses 5 minutos tentam que haja outros 5 minutos e aí a firmeza com amor, vem ao de cima. "Combinamos que eram mais 5 minutos. Tu pediste, eu concordei. Agora é a tua vez de respeitares o que digo, sim?" E chega de conversa. Não se alimenta uma verdade, nem se justifica muito mais. Um abraço, um vamos lá e já está.
Há outras regras que não se discutem. São assim porque sim. "Não me apetece pôr o cinto da cadeira, no carro!" Esta não se discute. Nem outras tantas que têm a ver com o bem estar e segurança deles. Ou com os valores dos pais e da família.
As famílias não têm que ser ditaduras mas que não reste dúvida que quem gere e comanda as tropas são os pais. As regras existem para dar estrutura e segurança. E mesmo que nos façam a cara de enjoo número 36 e 1/2, não faz mal. Faz parte.
Por isso:
1. Simplificar. Muitas regras ao mesmo tempo, não funcionam.
2. Negociar quando e se fizer sentido. Às vezes ganha-se em paz e harmonia, quando se cedem 5 minutos.
3. As regras são importantes sim. Na grande maioria das vezes, não é preciso forçar. Firmeza com amor.
O Pedro é um provocador simpático, de sorriso rasgado,
pronto sempre a desconstruir os pensamentos imediatos de quem se lhe cruza no
caminho. Pensa seriamente fora da caixa e vê a realidade com outros tons. É
crítico. Incisivo às vezes. Põe-nos a pensar. E escreve tão bem, como pensa.
Quando começo a ler os textos soltos dele, sei que não vai haver finais
cor-de-rosa ou âmbar. Nem tão pouco verdades mascaradas de fantasias de
faz-de-conta-que-sou-feliz. Gosto muito desse desconcerto de nos pôr a pensar
de outra forma.
Para lá desse universo cru de pôr um pouco o dedo nas
feridas, que nos faz tão bem, para ver a realidade como ela também é, escreve
para crianças. Parece um paradoxo, mas não é. Porque no meio desse seu lado
mais provocador, o Pedro é assim, com esse coração grande de provocador
infantil, de pôr os mais pequenos também a pensar… de formas diferentes. E
consequentemente, também os pais deles. Brinca assim com as palavras, ora para
os mais crescidos, ora para os mais novos e não fosse ele também professor de
formação, ora de inglês, ora de português. Prestes a publicar o seu segundo
livro, que peso têm as palavras na vida dele? É o que vamos descobrir neste
Vamos Cuscar... o Pedro Ferrão?
Idade:
42
Naturalidade:
Cernache
do Bonjardim
Comidas
preferidas: Gosto muito da cozinha italiana, mas da mais
tradicional, que recorre aos ingredientes mais simples, aos cheiros, aos aromas
ao toque dos produtos que moram na nossa casa, mas do lado de fora. É um festim
para os sentidos.
Um
livro a não perder: Cal
de José Luís Peixoto, que foi o livro que me fez começar a escrever. Depois O Sentido da Noite de Michael Cox, uma obra estonteante escrita ao longo de 30
anos. A nós enquanto leitores, parece-nos que estamos lá, é inevitável
escolhermos um lado. Sentimos o peso da injustiça, o receio da descoberta e o
sabor da vingança. Assim mesmo, tudo isto num só livro, mas um livro brilhante.
Para finalizar não podia deixar de referir o meu autor contemporâneo preferido,
Afonso
Cruz com A Boneca de Kokoschka ou Para
Onde Vão os Guarda-Chuvas. O Afonso escreve como ninguém, de uma forma muito
visual, com o recurso a imagens lindíssimas na sua simplicidade. Talvez por
também ser ilustrador isso lhe saia naturalmente. Além de que tenho o
privilégio de o conhecer pessoalmente e posso afirmar que é uma excelente pessoa
sem ser prisioneiro de qualquer tipo de vedetismos, assim sendo a escrita
sai-lhe à imagem dele próprio.
1.
Se pudesses convidar alguém famoso (vivo ou morto) para jantar, quem
escolherias e porquê? Se
pudesse mesmo, gostaria de fazer um jantar com meia dúzia de familiares e amigos
que já morreram. Assim uma coisa muito maluca e nada mórbida com uma pomada
daquela de fazer levantar os mortos, só para por a conversa em dia e matar
saudades.
2.
As palavras transformam-nos e influenciam tanto os nossos dias. Quando
começaram a ser fundamentais para ti? Acho que sempre foram, escritas
ou orais e continuam a ser diariamente. Há palavras que sozinhas são
insignificantes, mas juntas são frases inesquecíveis.
3.
Que palavras te deixam inquieto? As palavras não me inquietam
muito, as acções sim.
4.
Como percebeste que te querias rodear de palavras e fazer disso profissão? Curiosamente
acabou por ser um processo de tentativa/erro. Errei algumas vezes até aqui
chegar, mas acabei por cá chegar.
5.
Todos os dias estás com crianças de várias idades. Qual é a parte mais
desafiadora desse processo? Tentar que eles entendam os
valores que realmente importam da forma mais natural possível, sem imposições.Claro que às vezes é muito difícil (quase sempre).
6.
Quando se trabalha com crianças fazem-se muitas descobertas diárias. O que é
que elas te ensinam? Muita coisa. Boa e má. Mas o que mais aprecio é a sua
genuinidade, sem filtros, sem querer parecer bem, as coisas são o que são,
assim como elas. Infelizmente a falsidade é como as rugas, aparece com a idade.
7.
Há muitos géneros literários e és versátil em mais do que um. O teu primeiro
livro Noel, o espírito do Natal, é um livro infantil. Porquê escolher o público
infantil? Olha, aconteceu assim. Acho que foi o público infantil
que me escolheu a mim. O Noel surgiu
de um micro conto que escrevi para que os miúdos ilustrassem com o objectivo de
fazer um filme que seria a participação do CATL na festa de Natal da escola.
Correu tão bem que parti para o livro.
8.
Surge esta nova obra com título tão promissor – Onde moram as coisas? Onde
morou a tua inspiração para este livro? Acho que a inspiração aparece de
um conjunto de experiências e de coisas que vamos ouvindo e sem darmos conta
vamos guardando dentro de nós.Um dia acabam por querer sair, e depois fazem-no
ao mesmo tempo, sai tudo junto de uma só vez. Só temos de estar com atenção
para registar esse momento.
9.
A amizade é muito importante, bem como
as emoções boas dos que nos rodeiam. Já no teu outro livro aparecia a
importância de Sermos com e para os outros. Que importância tem para ti, os
amigos? Toda.Os amigos estão sempre lá quando é preciso, no
fundo são a família que escolhemos. Não devemos é confundir amigos com pessoas
que vemos todos os dias, são coisas diferentes com graus de responsabilidade
diferentes.
10.
Entre uma árvore, um livro e um filho… o que podemos esperar mais de ti? Mais
livros e mais filhos, já levo várias árvores de avanço.
11.
Este blog chama-se Penso Rápido – pequenos remédios para as comichões do
dia-a-dia. Que Penso Rápido usas no teu dia-a-dia? Uso
vários, desde uma volta de bike ou de mota. Mas a maior parte das vezes os
melhores pensossão coisas bem pequenas e bem simples – como um sorriso ou um
gesto bonito.
P.S.: Fotos (tão bonitas...) gentilmente cedidas por Carla Ruivo, autora de Darkroom.
Ensinaram-lhe que não se dizem asneiras. Dizer asneiras é feio. Dizer asneiras equivale a apanhar o tgv dos céus e ir directo, sem paragens, nem apeadeiros, às portas do inferno. É fazer mal à alma e ao estado de espírito. É colocar na frequência de energias de belzebú, de satanás ou do demo. As asneiras correspondem a estar perto dos calabouços dos meninos e meninas que se portaram mal e estão a ser castigados até aos fins dos tempos. E pensar também não vale porque da mente até à boca, já se sabe que a distância é pouca. O que não lhe explicaram é que dizer asneiras, palavrões e palavras feias é libertador. Descarregar por palavras aquelas emoções que vá se lá saber de onde vêm, pelo acumular dos dias, se acumulam por dentro e por esse mesmo motivo, correm e moem o que de bom se tem. Quando sai um palavrão é assim como aquelas descargas de sanita rápidas: puxou-se o autoclismo e em segundos sai a m... (desculpem, saiu-me!), toda. Assim. Fica tudo limpinho. A seguir cada um segue a sua vida, a sanita a sua, e o rabo (será que isto já roça a palavra incorreta?), da pessoa em causa, também. Verdade, não se pode andar a dizer asneiredo por aí conforme apetece, da mesma forma que não se faz m...(ups, saiu-me de novo!) na via pública. Existe algum recato nesta invenção moderna e ultra-tecnológica que são os WC. Faz algum sentido. Quem se nos atravessa o caminho não tem de apanhar com a nossa m... (puxa, de novo!) pela frente. Ou por trás, ou dos lados. Não interessa. Tem de haver alguma parcimónia. Pode ser dentro do carro, pode ser às tantas da noite, com a casa em silêncio. Pode até ser enquanto se vai a correr, a caminhar. No banho. Sei lá. Que se alivie onde mais lhe aprouver. Ficar com aquilo tudo lá dentro é que não. Apodrece. Faz e cheira mal. Muito mal. Por isso, quem lhe ensinou que dizer asneiras é feio, não sabe o que diz. Nem o que perde pela carga libertadora que tem em dizer m..., f...., c..., d... (no D ficaram a pensar, não foi?). Deitar para fora. Seguir em frente. Ponto final.
Perceber que a constância da vida se pauta das muitas ondulações. Toma-las como certas e verdadeiras. Acreditar que as ondas fazem parte e que há bandeiras de muitas cores. Tantas, quantas as queiramos por. Aceitar que a calmaria do mar é relativa e depende tanto e muito da nossa navegação. De pegarmos no leme. No remo, seja lá o que for. Perceber (e aceitar, uma e outra vez), que gosto muito do mar, e que na verdade só gosto dele, quando lhe sinto o cheiro, ouço as ondas e há ondulação. Sem ondulação nem acharia piada. Mesmo que às vezes precise de bandeira verde. Preciso muito dela. Por nada trocaria as outras cores, que temperam a vida, mesmo que as vezes custe, mesmo que as ondas às vezes sejam grandes demais. Marear. Aprender a marear. Brisa do mar no início de semana.
Andamos tão acelerados. Vemos cada vez menos. É preciso voltar a olhar. Olhá-los enquanto brincam. Ver a nossa companheira, o nosso companheiro, realmente nos olhos. Uns segundos que seja. Ver-nos a nós, aos espelho. Tal como somos. Lindos na imperfeição perfeita. Para ver, para pensar. Porque conseguimos ir mais longe. Sempre. Já hoje. Agora.
...escuta. Escuta o teu corpo, quando ele manda parar, aninhar-se, sossegar. Mexe-te quando for a vez disso. Às vezes ele pede, outras vezes não. Mas ele fala contigo, todos os dias, mais do que uma vez. Dá-lhe o que ele precisa. Ele trabalha sem parar. Ignorar é que não. Ele faz tanto, com a pouca atenção que lhe damos. É um templo. Sagrado. Uma bênção. Escuta. Escuta o teu coração. Centro de sabedoria imensa onde todas as respostas de verdade se encontram. Nem sempre em sintonia com o resto, com o mundo, com a vida, com os outros. É o Teu coração, o teu sentir que tem de fazer sentido. É lá que se guardam segredos, sonhos, pecados bons, experiências de bem-guardar, de bem-querer. Escuta Escuta os teus amores-perfeitos. Os que no meio de temporais estão à chuva, à tua espera. Vezes infinitas. Que te roubam sorrisos, que te obrigam a trilhar caminhos que mesmo sem o saberem te fazem pôr um pé, à frente do outro. Quantas vezes? Mil vezes milhões infinitos. Escuta-os. São os teus amores-perfeitos. E escuta a tua alma. A energia que liga tudo o resto. Que dá a cor dos dias, que regula, que te quer bem e que te mostra o caminho, uma vez, duas vezes, três vezes. Que com a sua imensa paciência e saber te vai mostrando luzes de felicidade, formando comboios de dias luminosos. Apanha a carruagem certa. Se te enganres, não faz mal. Continua a tentar. Um dia o rumo será tomado. Ela sabe. Escuta-a.
Escuta, porque faz bem.
Exercício 1#
Pega no cronómetro e marca 2 minutos. Põe a contar.
Fecha os olhos e Escuta: corpo, emoções e os teus amores-perfeitos.
Quando tocar, regista tudo o que pensaste e sentiste.
Num momento em que ainda se está no espanto é também para pensar no a seguir. Qual a responsabilidade pessoal e individual de travar o que não faz sentido e contribuir para algo melhor. E cabe a cada um de nós. E começa agora. Aliás, começou já ontem, a semana passada e na semana anterior. Há quem tenha mais impacto no mundo global e que com uma assinatura ou um aperto de mão, influencia a vida de milhares. Sim, de acordo. Mas isso não tira a responsabilidade individual de se continuar a fazer melhor, hoje, agora, amanhã e depois. A-cada-um-de-nós-que-está-incrédulo. E esta palavra que me veio hoje de manhã à mente.
As questões do ensino não são consensuais. São demasiado importantes para o serem e cada um tem a sua opinião. Mesmo quando se fala do número um de ensino com sucesso, de felicidade e de realização. A Finlândia é o número um. Há livros que explicam e exploram esta questão. E há também este documentário muito breve, que faz refletir sobre o que se anda a fazer por lá e que necessariamente nos faz pensar em cá. Pela insistência em cargas horárias cada vez maiores quando está comprovado que menos, é mais. Por remeter para segundo plano a Música, a Expressão Motora, a Poesia, a Culinária e tantas outras áreas do saber, tão ricas. Continua-se a perguntar a filhos e sobrinhos, as notas de matemática e português. Remete-se para segundo plano "as outras", mais enteadas desta relação de ensino. Está comprovado que de uma hora de formação ou aulas, a não ser que se fomente a atenção ativa e focada, o ser humano retem 10 minutos. 10 minutos. Em em alguns casos, 10 loooongos minutos. Menos horas de aulas resultam em máximo desempenho, num curto espaço de tempo, a mais tempo livre, para o desenvolvimento em outras áreas tão ou mais importantes que as académicas. Continuamos a ter ministros e secretários de estado que criam os seus CV fantasmas, por falta de princípios e valores éticos de base, mas também porque se valoriza o formalismo académico, em detrimento de competências reais e efetivas de muito bom desempenho. Às vezes é difícil defender alunos que se percebe que não encaixam no sistema atual e por isso são apelidados de casos de insucesso ou em perigo de abandono. Bastaria mudar-lhes o cenário e rapidamente o paradigma de sucesso individual, mudaria do preto, para dias cheios de cor. Alguns crescem a acharem-se insucessos só porque não encaixam dentro do quadrado. Como fazê-lo, se eles são triângulos, circunferências irregulares e um sem número de outras formas que não as convencionais? Por isso, quando faço aquele exercício-ultra-científico de "Quando me sair a lotaria o que vou fazer..." para além de outras coisinhas mais mundanas, vem-me sempre isto à baila: criar uma escola de raíz como a sinto na alma e coração. Mais assim, como se pode ver a seguir. A escola precisa de sair do quadrado. É urgente ver isto.
Julgo que das últimas vezes que corri a sério devia de ter uns 7 ou 8 anos. Eram competições de escola e que até não tinham corrido mal. Eu fazia parte da minoria étnica portuguesa, por terras germânicas, normalmente não apontada. Contudo, cedo se desenvolveu, por dentro, este sentimento de orgulho em ser portuguesa e mesmo assim competir no seio de uma comunidade que não o era. Na grande maioria das vezes, fui muito acarinhada. Por uma série de circunstâncias da vida, a atividade física foi ficando para trás, retomada aos solavancos de inícios e paragens, de acordo com o sabor da vida e da vontade de lhe dar a volta. Há mais ou menos seis meses retomaram-se as caminhadas. Há mais ou menos um mês, no contexto de puxar uma querida amiga, de uma zona cinzenta, desafiei-a a irmos correr uma maratona, ou uma meia. Eu. Desafiei.A.Correr. Entenda-se. A última vez que corri mais a sério tinha 7 ou 8 anos. Não conta as vezes que corro atrás dos miúdos, para ver se não se estatelam no chão ou a jogar à apanhada. Portanto, uma meia-maratona. Concerteza. 21 loooooongos quilómetros. Sim senhor. A zona cinzenta dela passou e agora era preciso decidir se o desafio se mantém ou não. Se isso sequer faz sentido e para quê fazê-lo. Há atualmente um culto à volta das corridas. São modas, esta por acaso até impulsiona a uma vida mais saudável, por isso, menos mal. E sim, há uma questão química forte com a libertação de hormonas de prazer e que tornam esta atividade, aos poucos viciante. A superação de limites, de tempos, de resistências. O espírito de grupo que se sente. Uma motivação forte e crescente conquistada a cada passo. Neste ano do Sim, um dos desafios propostos é sair da zona de conforto só assim para ver os limites (será que existem?) que nos impomos, olhar na cara, as desculpas que inventamos. Sair da zona de conforto implica rever valores, ampliar formas de percepcionar a vida, mudar paradigmas. Os nossos, os de sempre, para outros que nos façam sentir o fluxo da vida, todos os dias. Portanto, isto começou mais ou menos há um mês. Tenho uma amiga de corrida, que corre comigo a 280km de distância. Chamo-lhe coache-mai-linda. Faço-lhe muitas perguntas e ela, com a sua grande paciência de entrega, responde a todas e incentiva-me aos Sins de cada passo que dou. Das primeiras vezes em que dei corda às sapatilhas, as imagens que me apareciam à frente eram, mais ou menos por esta ordem: uma maca, o número do INEM, pessoa-verme-a-arrastar-se-pelo-asfalto. Aos poucos vou percebendo que é um processo, que mais do que a meta, todo o caminho é que importa, mais do que tempos ou velocidades, é esta capacidade de levantar cedo, arrastar-se porta a fora e quer chovisque, quer faça geada, por um passo à frente do outro. Apenas isso. Um passo de cada vez, olhar em frente e apreciar o caminho. Neste momento, vejo todo este processo como uma metáfora de vida, onde o caminho é valorizado, para além do ansiado objetivo final. Mais do que uma transformação física é esta capacidade de nos superarmos em termos emocionais e psicológicos. Neste caso é a corrida, podia ser outro desafio qualquer. Ontem, por coincidência (ou não!), enquanto fazia exercícios intensos e ultra-elaborados aos braços, passando roupa a ferro, ao zapingar os canais de TV, parei numa reportagem emocionada do vencedor de um trail decorrido, há poucos dias, na costa vicentina. Dizia ele, com a vez embargada, após mais de 5 horas longas de prova, que até se pode ter toda a preparação física do mundo, no fim, o que conta é o que se passa na cabeça. Atrevo-me a acrescentar que o coração também tem uma palavra a dizer. Vamos ver como vai decorrer toda esta preparação até março. Ontem foi a maratona do Porto e houve gente bonita a correr por lá. Ontem, pela primeira vez, fiz 3 km, a correr, sem parar. E para mim, teve o sabor de uma maratona. A minha. E fiquei feliz na chegada à meta. Agora...é continuar.
Tenho de experimentar fazer isto com os miúdos, ou num jantar de amigos. Adaptado mas deve resultar em galhofa instantânea. Que talento senhores, que talento...
Há um caminho. O de cada um. Com mais ou menos voltas, subidas e descidas. Às vezes pára-se, ou por falta de forças, ou porque é preciso descansar. É também porque muitas vezes não se sabe muito bem que rumo tomar. Há dias em que se olha em frente e vê-se muito pouco. Olha-se para trás e entre o passado e o medo do futuro, duvida-se do que deve ou não seguir, estar, sentir. Nesses dias o melhor é mesmo parar um pouco. Recuperara fôlego, voltar ao que interessa, rodear de gente de bem, que nos quer bem, que nos conhece e sabe que o melhor está para vir...no minuto seguinte. Cada minuto conta. Respira-se de novo, em ritmo mais lento para recuperar as forças, o ânimo e aquela crença de que tudo vai correr bem. Porque vai mesmo quando se teima em acreditar que o mais importante está dentro de nós. A cada passo que se dê, a responsabilidade é a de cada um conseguir e fazer por conseguir, exatamente aquilo que o faz sorrir. Ontem foi um desses dias em que o desânimo apertou um pouco e a receita não falhou. Rodear das pessoas certas. Parar. Respirar uma e outra vez. Aceitar que esses momentos fazem parte. Acreditar de novo, que a seu tempo, as forças do bem se alinham. As de cada um, numa mistura de ingredientes individual. E ver para além do imediato, aceitando as pequenas-grandes bênçãos que o dia oferece: Um livro que me veio parar às mãos e relembrou uma parte de quem sou. Esta notícia que confirma os mistérios e o poder da mente humana, com um português bem conhecido, que mesmo longe ajudou um jovem em terras frias. Acreditar? Sempre, na receita da verdade de cada um.
Há uma hora, uma vez por semana, cá em casa, que o mundo pára e tudo à volta não existe. Já expliquei que aquilo é o meu Sporting cá de casa, com a grande vantagem de não entrar em campeonatos, nem polémicas. Apenas, naquela hora, já depois dos miúdos na cama, sou eu, o sofá, uma caneca de chá e em alguns dias, lenços de papel. E aquela série, sujeita a Temporadas, umas melhores do que outras, mas aquele episódio semanal. Aquilo é a minha catarse semanal. Está ali gente que não é perfeita, que chora, que ri, que grita, que admite que a vida nem sempre corre bem, que tem dias de m... que se quesitona, que não quer saber. Está gente, que é gente. Aquilo conforta-me. Ver gente de carne e osso. A mente que está por detrás disso tudo escreveu um livro, com título sugestivo de vendas contagiantes mas que tem um motivo de ser. Li o livro em menos de uma semana. É daquele género de livros com quem se têm casos ao final do dia, no aconchego da cama e que é difícil de parar de ler. Não é uma obra digna de prémio Nobel. Mas é leitura sincera, verdadeira que mostra e expõe a suas fragilidades, aliás, tão comuns a qualquer um. Onde se grita, se ri, se expõe em limiares de decência mostrando uma perspectiva realista do que os dias podem ser, para lá do imediato previsto, se se estiver disposto a dizer mais vezes ... SIM. Ela disse sim. Aliás, ela disse sim um ano inteiro e se o começo foi um pouco desastroso, a continuidade do sucesso, fez com que o prazo de um ano, continuasse como forma de vida e estar. Para ler, devorar e pensar... como seria o meu, o teu, o nosso Ano do Sim. Para começar ontem, hoje e agora. Vamos dizer mais vezes SIM?