Mas porque raio...

Verdade ou não mas parece-me que se leva muitas vezes a vida a aprender... a simplificar.

Uma criança resolve as coisas de uma forma muito simples. Quer um chocolate. Pede. Se lho dão, sossega. Se não, berra e faz birra até o conseguir. Umas vezes corre melhor do que outras mas passamos a vida a ensinar-lhes que não podem ter tudo o que querem. É verdade. É mesmo verdade e faz parte. Mas esquecemos também de lhes ensinar que têm de  procurar o que realmente querem, o que as faz feliz, o que as completa.

Já em adultos, passamos a vida a organizar, planear, encaixar muitas coisas, nos dias. Por aqui, pelo menos é assim. E por aqui também, ando desconfiada que a lição a tirar disto tudo, é que no fim, a ideia é simplificar. O que é realmente importante?

Lia hoje de manhã isto:

"Faz as tuas escolhas. Distingue os que te trazem problemas dos que te ajudam a sair dos problemas. Abdica de algumas coisas que gostas e valoriza mais o que é importante, sob o que é urgente. 
Pratica a gratidão por tudo o que de bom é colocado no teu caminho. E acredita (com todo o coração) que é esse o único alimento que precisas para a tua jornada.

http://www.somacollective.org/quando-somamos.html"

Ora quando se tem muita coisa para gerir é tão fácil fazer primeiro o que é urgente e ficar depois o que é importante. Por exemplo, é urgente fazer o jantar aos piquenos. Mas é tão, tão importante estar 5 minutos com eles. Apenas estar. 

E isto fez-me pensar. Porque raio só se coloca na lista de afazeres urgentes, coisas que afinal não nos importam tanto? Faz parte dos dias. E não sei se os dois príncipes lá de casa iam achar muita graça se quando me perguntassem "Ó mãe, o que é o jantar?" eu respondesse "Hoje há abarços servidos com beijos coloridos!" E daí que talvez experimente um dia destes quando não me apetecer cozinhar.

Tudo isto porque de manhã, depois da montanha-russa de preparar pequeno-almoços, e "Agora come!", "Despacha-te!!!!!", "Vai-te lavar!", depois de estarem entregues, cada um à sua vida, ao seu dia, e eu ao meu, fico com 5 minutos ali no carro, antes de me meter no meio das papeladas de trabalho a ouvir rádio. E ouvi isto. Ouçam até à parte em que se fala do "Japão"...nome de código para outras coisas...  E percebi, depois de mandar uma gargalhada, de me ser difícil de parar de rir, sozinha ali no carro, que a vida é bem mais simples. Mas porque raios a complicamos?!?







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