Armas tóxicas em forma de gente

Há armas tóxicas em forma de gente. Gente que suga a energia, quase a alma. Gente que pelas histórias passadas, vividas, sentidas e mal resolvidas, toca onde não deve. 
Gente que é gentinha. 

Não serão más pessoas. Não são é pessoas que se compatibilizem com valores, princípios, as nossas cores pessoais de viver. Gente que é gentinha. E às vezes há histórias que precisam de tempo para serem mastigadas, digeridas, perdoadas e não esquecidas. Para que se aprenda com o que por lá se viveu.

À conta dessas histórias, incomoda-se e afectam-se outras relações. Com os nervos, a irritação, come-se pior, come-se a primeira coisa que vem à mão e na maior parte dos casos, nem sempre a melhor. Há também quem deixe de comer. Outros, de dormir um sono bom e tranquilo. Gente que é gentinha.

E no meio disso tudo perde-se sempre algo de si próprio, uma tranquilidade, um bem-estar. Como se o mar se revoltasse e ondas gigantes sufocassem a lucidez interna. 

Por estes dias, viu-se por aqui Matthieu Ricard, a falar sobre hábitos de felicidade. Entre muitas outras ideias interessantes, ficou esta: a de que a Felicidade corresponde a um estado de plenitude geral interior, independentemente do que aconteça no exterior, ou pelo menos, com muito pouco impacto. E há estudos científicos que se têm debruçado sobre esta questão. Factos curiosos como, as reações instintivas de quem pratica meditação há vários anos e por esse mesmo motivo, desenvolveu ligações cerebrais próprias, em que o exterior, já pouco tem a dizer para o conceito de felicidade ou plenitude. Um estrondo faz com que a maior parte dos seres humanos salte de um cadeira. A estes praticantes de meditação...nem por isso!

Assim sendo, se até a ciência tem vindo a pesquisar e a encontrar factos que mostram que a mente tem este poder imenso sobre a leitura que faz do que a rodeia... parece mesmo que é de se pegar nessa ideia. 

Fazer com que a Gente que é gentinha, tenha a dimensão na nossa vida que merece. Pouca ou nenhuma. 

Por isso hoje, por aqui, em vez da escolha rápida de algo para comer, se deu tempo para umas panquecas saborosas, cheias de sementes de linhaça e chia, regadas com iogurte natural e fruta. 

Afinal... quem é que manda? Nós, ou os Outros?








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