Re-olhar

Abre a porta do carro. Senta-se, coloca o cinto, põe o carro a trabalhar, música a dar, aquecimento ligado. Durante uma semana, por caminhos novos e uma paisagem "diferente". As cores parecem mais vivas, as árvores maiores, os nomes das terras surpreendem.

Tudo é a-b-s-o-l-u-t-a-m-e-n-t-e diferente. Será?

Será que diariamente, nos caminhos de sempre, normais, banais não existem cores, texturas por descobrir? Nas relações de cada dia, não haverá nada de novo por encontrar ou RE-descobrir?

Acontece muito, muito que basta mudar-se de morada, de ambientes, de amizades que tudo parece espetacularmente fabulosamente bom. A novidade inquieta-nos e de certa forma causa uma certa paixão cega. Porque parece ser seletiva em mostrar tudo o que tem de bonito, ficando para mais tarde a descoberta das particularidades ou, como se chama por aí, defeitos. 

E o desafio está um pouco por aí. Em Re-olhar. Porque quando se vêm paisagens novas, programa-se para a novidade e surpresa. Contudo, re-descobrir cores, linhas, particularidades Novas, no dia-a-dia de sempre, procurando valorizá-las é toda uma nova dimensão. 

Re-olhar. Porque as fotografias que se seguem foram de locais novos e descobertas, mas fizeram relembrar que o que se deixou por uns tempos, estaría à espera para se redescobrir. Porque felizmente, a natureza e as relações crescem, mudam a cada dia que passa. Assim como os projetos e trabalhos em que estamos envolvidos. 

Re-olhar. 


















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