Estava a espera. E não era a primeira vez.
Talvez tenha acontecido alguma coisa. Talvez só hoje, realmente não teve culpa em se atrasar. Talvez, talvez...
E entre o esperar e não esperar, uma fúria crescia, uma revolta mexia nas entranhas. Silenciosa. Sempre silenciosa porque a sociedade assim o ditava. Afinal, há que esquecer, perdoar, desculpar e outras tretas.
Gritou. De novo. Explorou. Mais uma vez. Foi indelicado. Repetidamente.
Respeitar significa aceitar o outro na sua individualidade e particularidade de ser. Fazer-se respeitar passa por mostrar aos outros esses limites. Mostrar o valor próprio, até onde podem ou não entrar em quem somos, até onde vai o respeito que se tem pelo próprio.
Relaciona-se muito esta capacidade de ser assertivo com o valor que se tem em termos de auto-estima. Porque quando se gosta do que se tem cá dentro e por fora, não se permite que os outros interfiram de forma grosseira no seu bem-estar.
Quando se diz Basta! ou Já Chega! ao outro, ensina-se muito também a esse outro que precisa de aprender a colocar-se no seu lugar. Ensina-se que o tempo é precioso, que não volta, que tem prazo de validade e que é igualmente importante para os outros. Por isso, não se façam esperar!
Ensina-se a que o trabalho tem um valor próprio, merece ser validado como tal e que qualquer tipo de exploração é uma exploração de quem o executa.
E por fim, ensina-se que, mesmo celebrando a Diversidade Humana, há pontos que nos tocam e nos igualam, a condição humana e os valores que a sustentam.
Lia há tempos que o pior escravo é o que se deixa escravizar. Já basta, não basta? Que o respeito comece desde pequenos, com o exemplo dos grandes. Que o respeito surja nas pequenos nadas do dia, onde afinal, se encerra a sabedoria de sempre.
Por isso o poder dos outros, termina no ponto em que se permite entrar, na imensidão de quem somos...e somos muito!