Só se ouviu um clique. "Ups! Lá se foi!"
Foi assim, do nada, no meio do vazio, que o travão de mão do carro morreu. Morreu sem possibilidade de resucitar ou reencarnear, ou lá que crença ele terá. Morreu.
Nuns segundos a realidade muda e transforma-se porque, convenhamos, há gestos que são automáticos e aos quais estamos habituados, partindo do pressuposto que vai ser sempre assim. Ter sempre água corrente, eletricidade, net ... e um travão de mão.
Esta vida é por vezes um pouco destravada. Acorda-se porque sim, porque as rotinas se sobrepõem e impõem às responsabildiades do dia-a-dia. Por esse mesmo motivo é tão fácil de esquecer a importância que pequenos nadas têm, e que valem muito nos seus contextos.
Isto tudo dá que pensar. Nas pequenas bençãos. Em valorizá-las e tomar a consciência que elas existem. Porque só quando a máquina da roupa avaria é que percebemos a dimensão do estrago...e não se trata da peça que precisa de concerto. São as Grandes facilidades do que nos rodeia e das quais já não dispensamos.
Quem diz estes milagres materiais, diz também muito dos outros...as pessoas, amigos, família, animais...seja o que for. Tudo o que temos como garantido mas que na verdade pode não ser. Como o travão de mão.
(Este blog fez um ano! Agradeço a todos os que já por aqui passaram. Um beijinho especial à Ana Margarida Girão que ajudou a vesti-lo de forma mais bonita para a festa deste próximio ano.)