Chegada a idade adulta, é certo e sabido que já se passou por vários enterros.
Enterro do primeiro amor não correspondido.
Enterro daquela amiga muito especial e que, afinal...não era!
Enterro das calças que deixaram de caber, porque o "material" de que são feitas não presta.
E talvez pareça estranho que se encerre o ano no blog usando a palavra enterrar.
Este ano, e olhando em redor, houve vários e muito momentos de enterro:
Do emprego de que sempre gostamos e que chegou ao fim.
Da relação que se jurou ser para sempre e terminou.
De alguém, de quem se gostava tanto e que morreu.
Do sonho transformado de ser mãe em algo diferente.
De um estilo de vida e riqueza desaparecido.
Da casa dos sonhos, entregue a outros.
Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, enterrar significa, esconder ou meter debaixo da terra.
É possível encontrar duas grandes vantagens:
a) encerram-se assuntos. Faz-se o luto, chora-se, grita-se, revolta-se. Mas depois já chega. Não se pode VIVER em constante tristeza por aquilo que já não existe.
b) o que se enterra em solo fértil tem sempre grande probabilidade de nascer. Nunca igual. Mas provavelmente mais forte e rico pela aprendizagem.
Com este pensamento e perspetiva encerra-se por aqui o ano. Foram muitos, diversificados e alguns acontecimentos dolorosos. Por isso, um a um estão a ser alvo do respetivo serviço fúnebre. Algo de novo já está a nascer. Porque se recusa por aqui, a viver nesse estado de velório continuado. Já basta o que basta. Louva-se e agradece-se tudo o que tem resultado daí.
Em jeito de encerramento, veste-se uma roupa colorida, colocam-se velas perfumadas, abrem-se janelas e compram-se flores frescas. Ama-se muito a quem está por perto, mesmo que a muito quilómetros de distância.
A vida prossegue, a cada segundo que passa.
P.S.: Agradeço profundamente o apoio prestado a todos os que por aqui passaram. Quase na meta das 2 mil visualizações! Para o ano há mais.