Uma vez por semana vai ser assim...falar sobre filhos. Porque os tenho, por ser a minha área de formação, porque trabalho com os filhos dos outros. Um desafio diário, dentro e fora de casa. Mas estes pequenos textos são também para quem não os tem. A vida interliga-se nos seus personagens e intenções. E digo filhos e não bebés, crianças ou jovens porque o peso é diferente quando se trata dos nossos. Por mais teorias que hajam, na hora H é tão fácil esquecer o que se leu. A vida afinal não é uma aula teórica e sim prática!
É de perder a cabeça, o braço, a perna... Há dias de tirar do sério. Tenta-se de tudo e nada resulta. A comida não entra ou então sai logo. Explica-se, pede-se até que se perde a paciência. Falo dos mais pequenos...e também de todos nós. Há dias. E todos, TODOS sem excepção, perdem as estribeiras de vez em quando. E a seguir vem a culpa com a sua voz cavernosa e os muitos Se´s... Passado o desespero é parar. E Começar de Novo.
Seja com bebés, crianças (e até nos adultos) as rotinas são importantes e resultam, mas só até ao ponto de ser também importante a felxibilidade. É tão bom ir ao mesmo restaurante de sempre porque se sabe o que nos espera, mas às vezes enjoa e é preciso arejar.
Foi isso que se passou cá por casa: necessidade de "arejamentos" para as rotinas alimentares que tantas preocupações trazem aos pais:
- Mudar o espaço de refeição: seja com um prato novo, o lugar sentado, repensar os brinquedos utilizados para distrair, mudar a cadeira, acrescentar uma almofada, o espaço de refeição pode e deve ser dinâmico;
- A ementa: para os mais velhos é envolver na confecção da comida (e às vezes basta tão pouco como "olha, queres por o azeite na salada?; cortar o esparguete antes da mãe pôr na panela?", procurar refeições novas, mesmo para os bebés (e que tal uma receita de arroz doce adaptada e muito nutritiva?);
- Os horários: para uns será brincar primeiro, para outros é melhor servir alguma fruta antes acalmando a fome sem a retirar para o prato principal.
Tantas as soluções quantas os pais e filhos quiserem. Sempre que há crises de maior seja na alimentação ou noutras áreas quaisquer e depois de se experimentar o que normalmente funcionava, é repensar tudo de raiz. É que os filhos e os outros (amigos, namorados, colegas...) crescem e mudam, e tal não se nota só na roupa que deixa de servir, mas também nas muitas conquistas que se alcançam. Seja em que idade for.
Por isso, é começar de novo.
Esta é a torre que se anda a construir, para logo cair ao chão, entre olhos de espanto mas felizes de quem andava com dificuldades em mastigar sem deitar fora, para desespero da mãe. Se hoje vai funcionar? Não se sabe, mas se for preciso, e até que o hábito de mastigar seja adquirido, vão-se fazer pequenos reajustos. Isto de crescer dá muuuiiittoo trabalho, e o trabalho maior é para quem está a aprender.
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